Ensaio fotográfico sobre Síndrome de Down, feito por Roberta Paiva, emocionou e repercutiu nas redes sociais
CARATINGA – Ontem foi comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data celebra os avanços e a luta pela inclusão. E que tal enxergarmos essa essência através da fotografia? Essa foi a proposta da fotógrafa Roberta Paiva. Ela convidou quatro portadores da Síndrome de Down e fez um álbum especial que emocionou e repercutiu nas redes sociais. Sorrisos, brincadeiras e muita diversão marcaram o ensaio fotográfico.
O DIÁRIO DE CARATINGA conversou com Roberta, que falou um pouco sobre este tipo de fotografia. O ensaio fotográfico foi protagonizado por Alice, Lucas, Luiza e Rafael.
Existem diferenças na hora de fotografar essas crianças e adolescentes?
Não tem diferença nenhuma. É muito tranquilo. Porém, toda ou qualquer tipo de criança é interessante que sejam apresentadas várias coisas a elas, para que elas interajam nas fotos. Para interagir, a diferença é oferecer para ela alguma coisa. Neste caso, a gente marcou as fotos do Rafael e pensei: ‘Vamos chamar o Lucas?’, porque ele vai interagir com ele. E a mãe do Lucas me falou que ele toca violão e por coincidência o Rafael também é louco por instrumento, então foi o motivo de levá-lo. Depois nos lembramos da Alice e da Luiza também. A única coisa que sempre faço é isso, quando vou fotografar crianças, preciso de pessoas para relacionar com eles durante o ensaio.
Como a fotografia pode aumentar a autoestima da família e de uma criança ou adolescente com necessidades especiais?
A fotografia aumenta a autoestima da família e criança. É interessante ela se ver do outro lado, o sorriso, como é gostoso, participar. Por exemplo, o cuidado do Lucas com a Alice, ao pegá-la no colo. Ele fez isso e quando via a foto, sorria. O resultado foi legal, uma interação bem bacana.
Quais cuidados básicos o fotógrafo deve ter ao fotografá-los?
Deixar com que eles se sintam à vontade. Esse foi o objetivo. Lucas levou o violão, cantamos, brincamos junto com eles. Foi bem gostoso. Então, o cuidado é que eles se sintam bem à vontade, em casa, em um ambiente deles.
Ontem foi comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Como fazer com que o respeito às diferenças vá além da fotografia e ganhe vida em nosso cotidiano?
Apesar de ter um dia dedicado a eles, muita gente ainda não sabe sobre eles. Eu mesma, sempre achei muito bacana esse dia, mas nunca tinha lido a respeito. Depois pesquisei e vi que são várias coisas que a gente acaba aprendendo, outras pessoas começam a se envolver com isso também. É uma luta de direitos iguais, porque eles sentem, amam, aprendem, se divertem, brincam e podem trabalhar também. A Síndrome de Down não é uma doença, qualquer pessoa pode nascer assim. A diferença é o cromossomo. Quando a gente se aproxima deles, percebe que esse momento simples, como aconteceu ali, se torna muito especial.
Diante da repercussão, há ideia de fazer outro ensaio fotográfico?
Gostei muito de ter participado desse momento com eles. Acredito que ano que vem possamos fazer com mais pessoas. Achei muito bacana como fui abraçada por eles, me senti importante.