Avó de Wellington faleceu durante o velório
CARATINGA – O final de semana foi difícil para uma família do Bairro Santo Antônio. Wellington Ribeiro Marques, 16 anos, faleceu às 9h de sábado (22), após ficar uma semana internado com diagnóstico de morte cerebral. A avó do adolescente não suportou a perda do neto e morreu durante o velório.
O ACIDENTE
Wellington se envolveu em um acidente no dia 14 de novembro, por volta das 23h30, em trecho do perímetro urbano que corta a BR 116, nas proximidades do Bairro Esplanada. A colisão envolveu um veículo Fiat Uno, que segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), estava na contramão e uma motocicleta conduzida por um menor de 17 anos que levava Wellington na carona, que ficou gravemente ferido, sofrendo um traumatismo craniano encefálico (TCE).
Na manhã de sábado (15), alguns parentes e amigos da vítima receberam a notícia da morte cerebral. Mas, o coração de Wellington parou de funcionar somente neste sábado (22).
O condutor da moto sofreu escoriações nas pernas. O condutor do veículo Fiat Uno evadiu do local, não sendo possível apurar no momento dos fatos a sua identificação. Já o passageiro do carro Jéferson Alves, de 27 anos, sofreu um corte na face, e outra passageira nada sofreu.
As vítimas foram socorridas pela equipe do Grupamento de Bombeiros Civil de Caratinga e encaminhadas ao Pronto Atendimento Municipal. Neste momento, os familiares nem imaginavam o que estava acontecendo.
A Reportagem conversou com a mãe e o padrasto de Wellington. Muito abalada, ela disse poucas palavras e preferiu não se identificar, pois ainda estava em choque com a situação.
Segundo o padrasto, Wilson da Silva Lima, Wellington estava em uma festa na casa de um amigo, próximo à sua casa. Como estava acostumado a retornar para sua residência às 23h30, ele decidiu voltar à sua casa para pedir a sua mãe para que ficasse fora por mais tempo. “Ele deu um beijo na mãe dele, tomou benção e avisou que ia continuar na festa com um colega, para que ela não ficasse preocupada. Pareceu até uma despedida”.
No entanto, por volta de meia noite e meia, eles receberam a notícia de que Wellington estava no Pronto Atendimento Municipal, pois havia sofrido um acidente. A notícia foi um choque para a família que não imaginava que o filho estivesse em outro local e, tampouco, se acidentado.
Wilson destaca que durante todo o tempo contaram com atendimento médico adequado e ágil, sempre cientes da real situação do jovem. “Ele teve morte cerebral no mesmo dia. Os médicos sempre nos mantiveram informados, dando boletins do estado de saúde dele e a gente tinha a esperança. Inclusive, muitas pessoas disseram inverdades nas redes sociais, sobre o desligamento de aparelhos, a família já estava sofrendo e isso prejudicou mais ainda. Deixo um alerta para que as pessoas se conscientizem, para que não façam falsas divulgações”.
O velório de Wellington aconteceu na madrugada de domingo e o enterro foi às 16h. Não bastasse o duro golpe da morte do jovem, a avó materna de Wellington, teve um infarto fulminante no velório e também faleceu, aos 72 anos.
Wilson destaca que em casa, Wellington era tranquilo, respeitava, obedecia, ia pra a igreja e se divertia como qualquer adolescente de sua idade, mas com horário para voltar. Ele estudava na Escola Estadual José Augusto Ferreira. O adolescente também tinha muitos amigos. A família estima que pelo menos 300 jovens foram visitá-lo no hospital. A Igreja Batista Renascer também ajudou com orações.
ALERTA
O padrasto de Wellington deixa um alerta para a população. Ele falou da importância de se dirigir com consciência. “Como padrasto, aconselhava junto com a mãe dele. Sabemos que meninos dessa idade são aventureiros, então apoiamos sempre em tudo. Foi uma fatalidade. Acredito que a Justiça tomará providências. Espero que esse condutor faça um exame de consciência. Uma vida foi ceifada pela imprudência. Deixo um recado para a juventude não andar de qualquer jeito, achando que não vai acontecer nada. Os pais que puderem, orientem seus filhos”.