CARATINGA – No fim da tarde de ontem, moradores da Comunidade dos Mendes, Córrego dos Macacos e Comunidade Nossa Senhora Aparecida, realizaram um manifesto na MG-425. O objetivo foi chamar atenção das autoridades para a situação crítica da estrada. Eles atentam para o número constante de acidentes registrados no primeiro semestre deste ano.
Com cartazes, os moradores interditaram a pista em trecho próxima à entrada do distrito de Santa Efigênia. O trânsito foi controlado pela Polícia Militar Rodoviária. Motoristas precisaram aguardar a liberação da via, por parte dos manifestantes.
De acordo com Adriana Aparecida Batista, moradora da Comunidade dos Mendes, o trecho representa perigo devido ao grande número de veículos que trafegam em alta velocidade. “Só sinalização não resolve. Precisamos que seja feito algo para parar esses veículos. É uma reta, os carros não respeitam. Temos um ponto de ônibus bem aqui, por onde quase que diariamente ficam as nossas crianças. Queremos lombada ou radar, para resolver essa situação”.
Um morador que preferiu não se identificar reforçou os riscos da rodovia. “Os condutores se aproveitam deste trecho ser uma reta e ‘colocam’ velocidade. Não respeitam o limite. Têm pessoas que passam com velocidade três vezes a mais do que o permitido por aqui”.
José Antônio da Silva afirma que já encaminhou três ofícios ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER), órgão responsável por intervenções naquele trecho; em nome da Associação dos Produtores Rurais da Comunidade dos Mendes. Mas, não está satisfeito com as providências tomadas. “No primeiro ofício estiveram aqui, olharam e não falaram nada. Enviamos outro ofício ao DER de Coronel Fabriciano, na pessoa de Nívio Pinto de Lima. Colocaram placas de limite de velocidade em 60 km/h. Na prática isso não funciona. Deveriam respeitar, mas a gente sabe que isso não acontece. Tivemos inúmeros acidentes com vítimas fatais. Até ajudei a socorrer as vítimas e naquele disse que devíamos nos movimentar, para que acidentes como esses não se repitam”.
José reforça que intervenções na rodovia são urgentes e que os moradores pretendem continuar em busca de solução para o empasse. “Queremos quebra-molas, o radar, infelizmente, não respeitam. Esse manifesto é para pedir que as autoridades tomem providências”.
Familiares de pessoas que faleceram em acidentes naquele trecho também estiveram presentes. É o caso de Marcilaine Dias, irmã de Márcia Maria Dias Clemente, que faleceu no dia 23 de junho, aos 33 anos. Ela estava na carona de uma motocicleta, placa de Entre Folhas, que colidiu contra uma picape Strada, placas de Inhapim. A moto era pilotada pelo marido da vítima. Os dois veículos seguiam pela rodovia no mesmo sentido (Caratinga/Vargem Alegre), quando a moto teria entrado em uma estrada vicinal à esquerda, que dá acesso ao Córrego dos Macacos, sendo atingida pela picape.
Para Marcilaine, quebra-molas seriam úteis para que os condutores reduzam a velocidade naquele trecho. “Assim diminuiriam os acidentes na estrada. De vez em quando tem acidentes por aqui. Não respeitam os limites de velocidade. Queremos quebra molas o mais rápido possível”.
Pedro Rosa afirma que se solidariza com os familiares das vítimas e compartilha das dificuldades enfrentadas na estrada. “Na semana passada foram registrados 16 acidentes. É difícil, passam em alta velocidade. Para mim quebra mola é melhor do que radar. E aqui em época de festas é pior ainda, o número de veículos é ainda maior. Fizemos essa manifestação para que ajudem a gente”.