Capacitação aconteceu na manhã de ontem e teve como foco a importância do diagnóstico precoce
CARATINGA- Médicos, enfermeiros, estudantes ou representantes relacionados ao serviço de vigilância epidemiológica do município de Caratinga participaram de uma capacitação sobre “Manejo Clínico da Febre Amarela”. A capacitação foi ministrada por Betânia Mara de Freitas Nogueira, médica infectologista do Sistema Estadual de Saúde FHEMIG/SUS, Hospital Eduardo de Menezes.
De acordo com Betânia, o foco da abordagem foi primeiramente treinar as pessoas que estão perto dos pacientes, com relação aos aspectos gerais da febre amarela, mas, principalmente à importância do diagnóstico precoce. “Temos notado que as pessoas estão chegando muito tarde para procurar tratamento. A febre amarela, quanto mais cedo, mais chance a gente tem de salvar a vida das pessoas. A gente quer reforçar e pedir para os profissionais de saúde, disseminarem isso nas regiões de risco. Agora também está acontecendo uma capacitação também principalmente para os médicos que atendem ao hospital ao posto de saúde, com relação ao manejo clínico, os exames, o tratamento, o que deve ser feito e logo depois vamos dar início a uma capacitação com relação a vacina. Existe muita dúvida sobre quem deve vacinar e quais são os efeitos colaterais”.
Chamou atenção, o fato de que muitas pessoas se interessaram em serem capacitadas, algumas nem estavam diretamente ligadas à área de saúde. Para Betânia, o momento é de unir esforços. “É uma emergência de saúde pública, todo mundo tem que estar envolvido e a principal arma que a gente tem é a informação. A gente precisa divulgar para o maior número possível de pessoas”.
O número de casos notificados no Estado segue crescente. Até a última quinta-feira (26) eram 486 casos suspeitos de Febre Amarela, sendo que desses 19 já foram descartados, e 84 são casos confirmados. Foram considerados casos confirmados aqueles que apresentaram: exame laboratorial detectável para Febre Amarela; exame laboratorial não detectável para dengue; histórico vacinal (não vacinado/vacinação ignorada); sinais e sintomas compatíveis com a definição de caso e exames complementares que caracterizam disfunção renal/hepática.
Em relação aos óbitos, há 97 óbitos suspeitos. Desses, 40 foram confirmados. A médica infectologista ressalta que a população deve manter a cautela. “Ainda estamos recebendo bastantes casos, obviamente, o início do número de casos aqui é um período mais crítico, até porque foi um período de ter que organizar fluxo para atender, tudo muito novo. Agora está mais organizado, mas ainda está acontecendo, as pessoas não podem perder esse alerta, tem que ficar atento”.
As ações de combate à doença seguem nas áreas de risco, com a imunização da população e capacitação de profissionais. “Existem diferentes frentes, uma delas é a vacinação; existem outras como o controle de vetores e também a que estou trabalhando, que é diagnóstico e tratamento dos casos suspeitos, que agora estamos com o fluxo já bem definido”.