Instrutor Mestiço com os alunos Guaxinim e Guerreira (foto: arquivo pessoal)
Projeto social ensina capoeira para pessoas de idades variadas
CARATINGA – A capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, esporte, cultura popular e música. Desenvolvida no Brasil principalmente por descendentes de escravos africanos, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos. Uma característica que distingue a capoeira da maioria das outras artes marciais é a sua musicalidade. Praticantes desta arte marcial brasileira aprendem não apenas a lutar e a jogar, mas também a tocar os instrumentos típicos e a cantar.
Desde o ano de 2010, José Roberto Rodrigues, 38 anos, o instrutor Mestiço, criou em Caratinga o projeto social “Lutando pela Vida” que tem por objetivo formar cidadãos, oportunizar as pessoas das comunidades mais carentes para que tenham acesso a uma atividade esportiva e cultural. “Capoeira é uma atividade muito complexa, tem o artesão, que constrói próprio instrumento, existe quem compõe suas cantigas, quem luta, joga, dança, além de trazer benefícios para saúde, traz amor pela pátria, pois os participantes aprender a valorizar suas raízes”, destacou o instrutor Mestiço.
Equipe que participou do campeonato mineiro no ano passado (foto: arquivo pessoal)
Mestiço já trabalhava num projeto semelhante no Rio de Janeiro onde morava e quando se mudou para Caratinga quis implantar aqui, já não existia algo semelhante. O primeiro núcleo a funcionar na cidade foi no salão da igreja metodista no Polivalente, no Bairro Nossa Senhora Aparecida, com apoio do pastor Marco Antônio dos Santos, onde está até hoje e com a expansão do projeto, também funciona na escola estadual José Augusto Ferreira.
A faixa etária para participar do projeto e praticar capoeira, segundo Mestiço, é de 8 a 80 anos. No Polivalente as aulas acontecem nas segundas e quartas-feiras das 18h30 às 19h30 e na escola Estadual, às segundas, quartas e sextas, das 20h às 22h.
Integrantes do projeto Lutando pela Vida (foto: arquivo pessoal)
Centenas de pessoas já passaram pelo projeto, que atualmente conta com 80 pessoas. O projeto não possui apoio financeiro de instituições públicas, por isso Mestiço busca ajuda da iniciativa privada para comprar o uniforme. “Procuro não vender o uniforme, porque alguns têm condições de comprar e outros não e nosso objetivo é incluir e não excluir”.
O projeto Lutando pela Vida de Caratinga faz parte da Associação Brasileira de Apoio e Desenvolvimento da Arte Capoeira (ABADÁ –CAPOEIRA), cuja sede é no Rio de Janeiro e o presidente-fundador da instituição é José Tadeu Carneiro Cardoso, o Mestre Camisa, reconhecido dentro e fora do Brasil. A Associação tem representações em mais de 60 países do mundo.
Se alguém se interessar pelo projeto seja para participar e conhecer ou para ajudar, basta entrar em contato com o instrutor Mestiço pelo telefone (33) 99927 – 2469.
COMPETIÇÕES E EVENTOS
Alguns alunos do projeto já estão competindo e obtendo bons resultados. Integrantes do grupo já participaram do campeonato mineiro ano passado e trouxeram medalhas e esse ano dos Jogos de Verão, em Belo Horizonte, com atletas de todo país e até da Europa, também conseguiram obter premiações, tanto masculino quanto feminino.
Os alunos estão se preparando para o campeonato mineiro que acontece no meio do ano e para o mundial em agosto, no Rio de Janeiro. Outro evento realizado pelo projeto do instrutor Mestiço será o Festival Social, nos dias 13 e 14 de maio no América, em Caratinga, para troca de graduações, oficinas, além de ser um encontro com professores de vários estados, “em que toda população está convidada”, avisa Mestiço.
