Tratores entregues pela Prefeitura de Caratinga facilitam a vida dos pequenos produtores
CARATINGA – Por muito tempo, foram os animais os grandes responsáveis por auxiliar os agricultores. Eles eram bastante aproveitados, principalmente em regiões menos desenvolvidas. Em grandes propriedades, a tração animal também era utilizada para complementar o trabalho do trator. Hoje, a realidade é outra. Os tratores se tornaram um instrumento fundamental e acessível, para complementar também a vida do pequeno produtor.
De acordo com especialistas, as operações mecanizadas (do preparo de solo à colheita), na maioria das grandes culturas, respondem por 20 a 30% dos custos totais de produção. A utilização de máquinas e equipamentos agrícolas, ao longo de qualquer sistema de produção, tem sido um dos principais agentes para o incremento da produção e da produtividade.
A Prefeitura de Caratinga recebeu, no início de junho, oito tratores, oito grades, uma colhedeira de folhagens, uma ensiladeira, uma carreta agrícola de cinco toneladas, um distribuidor de esterco, um distribuidor de calcário e um sulcador. O fortalecimento das condições de trabalho do homem do campo tem sido cada vez mais evidente. Uma das principais reivindicações era o investimento na parte agrícola e por isso, a administração acredita que o controle dos maquinários tem de ficar nas mãos dos produtores rurais.
A Reportagem resolveu acompanhar de perto o trabalho da máquina. E o destino escolhido foi o córrego do Deserto, no distrito de Sapucaia. Quem visita os pequenos produtores, os encontra satisfeitos, fixados no seu local de origem.
De acordo com o diretor de Agricultura, Normando Alves, os tratores foram distribuídos por município ou região, da seguinte maneira: um em Sapucaia; um em Santa Luzia; um para atender Cordeiro e São Cândido; um em Santo Antônio do Manhuaçu; um em São João do Jacutinga; um está com a Secretaria de Obras, para compactar o solo, no preparo para o asfalto; um está na Secretaria de Meio Ambiente e um para atender a sede, como os distritos de Dom Lara, Dom Modesto, Santa Efigênia e Córrego das Palmeiras (Aeroporto).
A região/município mede 1200 quilômetros quadrados e algumas regiões às vezes não eram atendidas, por falta de máquinas. O trator de São João do Jacutinga atende também a Patrocínio e o de Santa Luzia atende até a região do Suíço. Normando explica que na região de Sapucaia, seria necessário no mínimo dois tratores para atender a demanda. “Neste período, com a chegada dos maquinários novos, já atendemos no total de 294,8 horas trabalhadas, em média de 147 agricultores, do dia 1° de setembro ao dia 6 de outubro”.
José Antônio Gomes é operador de máquinas e responsável por realizar o serviço de aração nas propriedades. É estabelecido o valor fixo de R$ 55 a hora. Ele acredita que o trabalho que vem desenvolvendo traz inúmeros benefícios ao produtor rural. “O lucro do produtor está no trator. Sem ele aqui complica muito. O preço é bom, é a metade do preço. E a gente atende todo mundo na hora certa. Esse tipo de máquina é manutenção pequena, não costuma dar problema. Atendo a toda a região de Sapucaia. Hoje a máquina está com 69 horas, o trabalho é bem mais agilizado”.
E quem confirma isso é o produtor Benício de Oliveira. Tradicional homem do campo, ele se orgulha em dizer que há pelo menos 60 anos, trabalha com a produção de café, milho, feijão e leite. O produtor acorda cedo. Com tanto trabalho, não se importa em levantar às 2h, para dar início aos preparativos necessários. Mas, para isso, é necessário deitar mais cedo também. Para Benício, isso não é um problema, o importante é trabalhar enquanto puder.
Benício acredita que a chegada do trator trouxe facilidade e vem abrindo novas oportunidades, deixando a sensação de satisfação. “Ajuda muito. Ele vem e cobra mais barato que o outro particular. Se não tivesse o trator seria muito mais difícil, não teria jeito de mexer com nada. É diferença demais, você iria arar terra com boi? Não tem jeito de mexer com aquilo não, aquilo já ficou pra trás”.
O produtor conta que tem uma produção de café de 80 sacos por ano; milho, 400 sacos por ano e feijão, 100 sacos por ano. Apesar da seca, ele segue otimista, ainda mais contando com o reforço do trator. “Diminuiu a mão de obra. É outra a realidade. Agora tem que ser mesmo é com máquina. Com a seca diminui a produção, mas a gente vai mexendo. Não teve prejuízo não”.