CARATINGA – Na tarde de ontem, o secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Políticas para Juventude, Nelson Sena; o presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, João Paulo Bramusse; e o engenheiro fiscal Sebastião Sérgio Soares Barros, concederam entrevista coletiva para explicar a paralisação da obra de revitalização do Coreto Ronaldinho Calazans.
A licitação para que a obra fosse executada foi vencida pela empresa Emast Engenharia, de Caratinga, pelo valor de R$ 96 mil. O começo da obra foi em junho de 2014 com previsão para término em dezembro do ano passado. No entanto, Nelson Sena explicou que o empreiteiro abandonou a obra por ter falido. “Peço desculpas à população por deixar o coreto naquela situação, mas a empresa disse que não teria como custear a obra e decretou falência. Acredito que tivemos um prejuízo estético, pois a imagem é desagradável para quem passa por lá”, explicou.
João Paulo Bramusse explicou que o projeto manterá as características de Oscar Niemeyer e será revestido de mármore para enobrecer o espaço. “Integrar a sociedade ao bem tombado é a intenção do Conselho. Não vemos a paralisação com bons olhos. A empresa deveria ter tido ao menos a dignidade de executar a obra”, cobrou Bramusse.
O engenheiro fiscal da obra, Sérgio Barros, explicou que foram feitos apenas 20% e a empresa teria recebido aproximadamente R$ 20 mil. “A empresa começou com a parte subterrânea e com os revestimentos, mas a parte do mármore deverá ser refeita e a Emast deverá ser responsabilizada por isso”, disse Sérgio.
As empresas que ficaram em segundo e terceiros lugares na licitação não quiseram assumir a obra, pois avaliaram que o valor já está abaixo do preço de mercado.
Uma nova licitação será aberta para que outra empresa seja contratada e a obra recomece. Um segurança, segundo Nelson Sena, será contratado para ficar no local e evitar que vândalos danifiquem o coreto.
O PROJETO
O projeto da arquiteta Ana Martha Ligeiro prevê dois ambientes. Em entrevista publicada anteriormente pelo DIÁRIO, ela explicou o projeto. “No espaço inferior, propus uma sala de palestras e projeções que pode ser utilizado como cinema para até 40 pessoas. O ambiente será climatizado. Será uma nova opção para encontros e lazer para os caratinguenses. O espaço térreo será fechado por vidro nas laterais para receber a instalação de um museu. A sala poderá receber diversas exposições, inclusive valorizando os artistas locais. O espaço será reversível, o Coreto não perderá a sua ‘função de Coreto’. A instalação de vidros será em forma de janela, abrindo e fechando, de modo que garanta que o Coreto continue sendo um ‘palanque público’”.
Ainda, de acordo com Ana Martha, será construído um jardim à volta do Coreto para que faça a integração da paisagem da Praça ao Coreto.