CARATINGA – Na manhã dessa segunda-feira (5) a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios de Caratinga, com apoio da Polícia Militar, cumpriu dois mandados de prisão preventiva expedidos em desfavor de dois homens suspeitos de terem praticado os crimes de cárcere privado e tortura durante os dias 22 a 29/01/2024, em desfavor de uma mulher de 36 anos, na cidade de Ubaporanga.
O delegado Sávio Moraes e o tenente Arthuzo detalharam o caso durante entrevista coletiva.
Segundo o tenente Arthuzo, no dia 29 de janeiro a vítima deu entrada no hospital Nossa Senhora Auxiliadora com ferimentos no corpo, com um dos dentes arrancados, fratura em um dos braços, lesão na coluna, sendo acompanhada pela irmã. “A equipe de Ubaporanga, ao tomar conhecimento deslocou para o local e passou a entrevistar essa vítima, que já é nossa conhecida, faz uso de crack, ela contou que no dia 22/1 estava caminhando às margens da BR-116, quando encontrou os dois autores que são conhecidos dela, e a convidaram para ir pra uma casa abandonada onde usuários de crack frequentam, ela achou que era para isso, mas foi espancada quando chegou ao local. Um dos indivíduos a jogou num barranco, depois trouxeram-na novamente e durante uma semana foi torturada, sofrendo injúria racial, e também pela questão religiosa, onde diziam que o “santo” queria beber sangue. Ela permaneceu amarrada por fios de cobre, e no domingo quando um cochilou, ela conseguiu sair e pedir socorro, mas não comunicou o fato à polícia, somente a irmã. Porém ela necessitou ir para o hospital, que chamou a PM”, contou o tenente.
O suspeito de 37 anos, com antecedentes criminais por furto e ameaça, foi preso no centro de Ubaporanga.
Já o suspeito de 40 anos, com antecedentes criminais por homicídio, furto e tráfico de drogas, foi preso na cidade de Ipatinga, no bairro Bethânia.
Segundo o delegado Sávio Moraes, autoridade responsável pela investigação, os elementos de informação que foram produzidos durante a investigação indicam que os investigados mantiveram a vítima em cárcere privado durante sete dias. Durante tal período, a vítima foi brutalmente agredida pelos investigados, bem como torturada e privada de suas necessidades fisiológicas básicas. “Os investigados amarraram os pés da vítima com um fio de cobre. Em virtude das agressões sofridas, a vítima chegou a perder um dente. No sétimo dia de cárcere a vítima conseguiu fugir e buscar ajuda, tendo então acionado a polícia”, detalhou a autoridade policial.
De posse das informações, a PCMG pleiteou ao judiciário a expedição dos mandados de prisão preventiva que foram cumpridos nessa segunda-feira.
Após a formalização dos procedimentos concernentes à Polícia Judiciária, os suspeitos foram encaminhados ao Sistema Prisional onde se encontram à disposição da Justiça. A investigação será concluída nos próximos dias.
- Casa onde a mulher foi torturada e ficou em cárcere privado
- Delegado Sávio Moraes e tenente Arthuzo