Sacramentino deixa legado de fé na comunidade que lhe abraçou
CARATINGA- Logo cedo nesta sexta-feira (22), fiéis já aguardavam no Santuário. A despedida de Padre Vittorio Baggi, o querido padre da comunidade do Bairro Santa Zita. O italiano chegou ao Brasil em 1.979 e entre idas e vindas, fez de Caratinga, em especial, a Paróquia Coração Eucarístico de Jesus, o seu lar.
O Velório teve início por volta das 10h, com celebração eucarística presidida pelo bispo Juarez Delorto Secco. Seguiu ao longo do dia, com ofício dos fiéis defuntos às 15h e às 19h, celebração eucarística presidida por Dom Emanuel Messias de Oliveira, bispo emérito.
O bispo Juarez Delorto Secco, empossado em Caratinga no dia 17 de fevereiro, fez questão de destacar a presença marcante de padre Vittorio, mesmo em pouco tempo de convivência. “A comunhão dele comigo. Ele esteve na minha posse e agora um mês e poucos dias depois, o seu sepultamento. A alegria de poder conviver com ele pouco tempo, mas, um tempo intenso. Também estive no hospital visitando-o e percebi a vontade dele de trabalhar, testemunhar Jesus Cristo. Todas as pessoas falavam da sua gratidão a Deus, do seu trabalho missionário, das confissões que atendia, o zelo pela Eucaristia”.
Para dom Juarez, o testemunho de padre Vittorio é de muita importância. “Fica esse testemunho para mim como bispo, nossos padres, para a congregação O desejo dele de ficar em Caratinga, ele trabalhou a maioria do seu tempo de padre aqui na Diocese. Agradecemos a sua vivência de fé, o seu amor pelo povo de Caratinga e seu testemunho. Gratidão pela sua vida e seu ministério na Diocese”.
Padre Renivaldo Bruno da Cruz, administrador paroquial da Paróquia Coração Eucarístico de Jesus também se recorda da chegada a Caratinga e acolhida de padre Vittorio. “Dois anos que estou aqui na Paróquia em Caratinga, já compartilhando com o padre Vittorio, digamos assim, uma segunda nomeação de partilha de comunidade. Uma pessoa super acolhedora, extraordinária, que nos deixa um legado. Tive oportunidade de acompanhá-lo, de ser presença. Ele antecede a Páscoa dele junto de Deus, intercedendo por nós e deixa esse grande desafio de permanecermos eucarísticos nesse sentido”.
Para padre Renivaldo, ficam as lembranças de uma presença generosa e marcada pela fé. “Padre Vittorio, uma pessoa que sempre dizia assim: “Mamma Mia”, para chamar-nos a atenção ou até mesmo para expressar sua alegria ou sua preocupação. Sempre esteve presente, sempre conversamos e compartilhamos as dificuldades da Paróquia, os desafios dessa reforma grandiosa, que era a grande preocupação dele. O padre Vittorio é uma vitória”.
Diretor Espiritual do Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário, padre Ademilson Tadeu Quirino enfatiza a presença evangelizadora de padre Vittorio. “Caratinga ganhou com a presença do Padre Vittorio aqui no Seminário, a Diocese, a Congregação, a Igreja de modo geral, ganhou com a sua presença. Um homem simples, sábio, muito inteligente, amava a igreja e de um grande amor a eucaristia, de modo especial a Liturgia. Quantas vezes eu e padre Vittorio conversávamos sobre a beleza da liturgia e a simplicidade do nosso encontro com Jesus. De modo especial na celebração eucarística, como esse encontro com Jesus se dava de uma maneira muito especial. Nossa gratidão ao padre Vittorio, por todo seu testemunho, seu legado deixado no meio de nós”.
Gicelia Azevedo, da Pastoral da Comunicação, tem uma longa história de amizade com padre Vittorio e de gratidão. “Impossível falar do padre Vittorio sem emocionar, sem sentir o amor de Deus no meio de nós. Padre Vittorio era aquele italiano de um jeito forte, temperamento firme, mas, de um coração do tamanho do mundo. O coração dele transbordava aquele amor de Deus, exalava para nós. Padre Vittorio chorava conosco, ria conosco, nos acarinhava, abraçava e chamava atenção. A gente conseguia se comunicar no olhar. A gente comenta muito aqui no bairro que ele tinha aquela expressão de caras e bocas, era aquele tiozinho, aquele vozinho, mas, a gente sabia, na expressão dele, o sentimento que estava vivendo. Cresci com padre Vittorio aqui no Santuário, minha vida toda aqui. E foi aquela pessoa que nos acompanhou em momentos muito marcantes”.
Ela se recorda de um momento em que estava com problemas emocionais e que foi motivada por ele de uma forma especial. “Tenho uma história de vida muito bonita com o padre Vittorio. Quando minha filha faleceu entrei em uma depressão muito forte e logo depois fui afastada do serviço por um problema de saúde. Fiquei nos comprimidos e dentro de casa. Padre Vittorio a cada dia chegava na minha casa com um livro: ‘Dom Hélio pediu para passar isso a limpo’. Coitado do Dom Hélio, não era aquilo, na verdade ele usava para me retirar da depressão. Foi assim que o padre Vittorio conseguiu me curar”.
Para Gicelia, muitos momentos foram marcados pela presença, empatia e cuidado do querido padre do Santuário. “Outro momento marcante foi o falecimento do meu pai e o padre Vittorio estava ali conosco. Somos quatro irmãs que hoje se sentem órfãs de novo. Mas, recebi uma mensagem linda do Dom Emanuel, que o que abastece o nosso viver é a nossa fé. Então, que a gente possa continuar com essa fé, com essa certeza do amor de Deus e da Ressurreição do Padre Vittorio. Isso que nós queremos guardar, aquele sorriso gostoso do italiano no nosso coração”.
A despedida continua neste sábado (23), a partir das 7h, com o ofício de Nossa Senhora e celebração eucarística, seguida do sepultamento na Gruta do Santuário, como era de sua vontade.
- Velório aconteceu no Santuário de Caratinga
- Celebração presidida pelo bispo Juarez Dellorto Seco
- Despedida de Padre Vittorio Baggi, o querido padre da comunidade do Bairro Santa Zita
- Padre Renivaldo se recorda da chegada a Caratinga e acolhida de padre Vittorio
- Gicelia Azevedo tem uma longa história de amizade com padre Vittorio e de gratidão
- O bispo Juarez Delorto, empossado em Caratinga no dia 17 de fevereiro, fez questão de destacar a presença marcante de padre Vittorio
- Padre Ademilson Tadeu Quirino enfatiza a presença evangelizadora de padre Vittorio