Placas padrão Mercosul passam a valer em Minas Gerais a partir do dia 17 de dezembro
CARATINGA – O padrão de placas de identificação de veículos dos países do Mercosul é notícia desde 2014. Ele já foi implantado por Argentina e Uruguai. Contudo, apenas agora o Brasil tem datas para adotar as novas placas. Para entender melhor as mudanças das placas veiculares, a reportagem do DIÁRIO DE CARATINGA, conversou com o delegado de Trânsito, Luiz Eduardo Moura Gomes.
O delegado explicou que essa mudança de placas surgiu em razão de um tratado internacional feito pelo Brasil com os países da América do Sul, que criou o Mercosul. “Este bloco de países instituiu algumas padronizações, dentre elas a mesma placa, como forma de facilitar o trânsito de veículos entre alguns países”. Segundo Luiz Eduardo, o Brasil estaria implementando a partir de primeiro de dezembro, a data limite para todos os estados, mas esta data foi prorrogada para o dia 31 do mesmo mês.
Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) estabeleceu que Minas Gerais tem até 31 de dezembro para começar emplacar seu veículos com padrão Mercosul, porém o Detran de Minas estabeleceu uma data menor, que será 17 dezembro como uma data inicial. “A ideia é criar uma padronização do bloco Mercosul”, enfatizou o delegado.
Os veículos novos e os que serão transferidos devem ter a nova placa imediatamente, mas para quem tem um veículo e não se enquadra nessas condições, a troca é opcional, não é obrigatória.
MUDANÇAS
A placa não terá mais a tarjeta com o nome dos municípios; antes os caracteres alfanuméricos eram três letras e quatro números, agora é o inverso, quatro letras e três números. Os números e letras ficaram misturados. “O antepenúltimo caractere era um número, agora é uma letra, o Denatran fez uma tabela de conversão onde o zero representa a letra A e assim por diante até o 9 que é a letra J”, observou o delegado.
A princípio a resolução do Denatran estabeleceu que essa placa tivesse uma bandeira identificando o país, outra o estado e uma terceira, o município. As bandeiras do estado e do município só existiriam nas placas brasileiras, mas isso segundo o delegado, foi derrubado há uma semana, trazendo a padronização do Mercosul. “Portanto, a placa terá apenas o nome do país, a bandeira, o brasão do Mercosul, um BR no canto e um QR code, um código de barra, que servirá para identificar se realmente aquela placa pertence ao veículo. Todos os dados do veículo vão constar nesse QR code, por meio de um aplicativo de celular, numa fiscalização policial é possível constatar se a placa é do veículo e se está com todos seus documentos regulares”, explicou o delegado Luiz Eduardo.
Inicialmente os estados poderiam manter o selo ou utilizar um chip do Siniav (Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos). O delegado explicou que através desse sistema, quando o veículo passasse pelos locais de fiscalização, o chip mandaria informação para o posto policial, que saberia todas as informações, só que não será implantado ainda no Brasil.
Então o Denatran permitiu que os estados não colocassem o selo desde que a placa tenha o QR code. Minas Gerais adotou por esta padronização, então não terá mais a necessidade de selar a placa.
Sobre o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), nada será mudado, o estado e o município continuam sendo beneficiados.
Outra mudança, segundo o delegado, é que antes as placas eram feitas por fábricas, agora elas passam a ser chamadas de estampadoras de placas, sendo credenciadas pelo Denatran e Detran.
ESTAMPADORA DE PLACAS
Emílio Souza, proprietário da Auto Placas Caratinga, já se adaptou para fazer as novas placas. O empresário afirma que é uma placa mais segura e, portanto, todos os maquinários precisaram ser mudados. Emílio fez um investimento de R$ 119 mil.
Como a fabricação da placa tem um custo muito maior, o consumidor também pagará mais caro. Uma placa que custava R$ 150,00 poderá chegar em média a R$ 280,00 a R$ 300,00.
“A placa não terá mais lacre, a biometria e a foto de quem fez a retirada da placa serão enviadas ao Denatran. Para que terceiros retirem é preciso uma procuração do proprietário e eles também terão os dados enviados ao Denatran”, explicou Emílio.
As mudanças também trouxeram um prejuízo ao empresário, pois inicialmente as placas precisariam ter o brasão dos municípios, então ele fez uma compra de R$ 23 mil com esses emblemas dos municípios da região, “mas de repente foi cancelado e ficou tudo perdido”, concluiu Emílio.