CARATINGA– O Sindicato dos Produtores Rurais de Caratinga está recebendo uma das etapas do 6º Cupping de Cafés Especiais do Programa ATeG Café+Forte. O concurso é direcionado para cafeicultores atendidos pela assistência técnica e gerencial do Sistema FAEMG.
Roberto Aquino, que é presidente do Sindicato, destaca a descentralização desta etapa, que colocou Caratinga dentre quatro regionais. “É uma das etapas que lutamos para trazer para Caratinga, porque dentro do estado de Minas Gerais, o sistema Faemg classificou quatro regiões para receber, sendo Caratinga, Manhuaçu, Muzambinho e Bom Despacho. Estamos colocando Caratinga entre as regiões produtoras de cafés especiais em Minas e até divulgando em nível de País, tornando nossa região vista. Nossa região merece essa atenção, o Sindicato está lutando para os produtores, Caratinga e região, pegando de Inhapim, subindo até Santa Bárbara do Leste, merece essa etapa. Estamos testando nossos cafés especiais, sendo classificados e degustados. Trouxemos um torrador especial destinado somente para cafés especiais, para fazer essa classificação. Em seguida, esses cafés serão levados para a Semana Internacional de Café”.
Luiz Ronilson Paiva, gerente regional do sistema Faem/Senar, explica que o concurso de qualidade do café realizado anualmente, conta com amostras dos produtores assistidos pelo programa de assistência técnica e gerencial. “São cafés do cerrado, sudoeste, sul de Minas, chapada, das Matas de Minas e os técnicos de campo coletam a amostra do café colhido pelos produtores, encaminham para as unidades de pré-seleção, Caratinga é uma delas e aqui estamos fazendo análise dos cafés das Matas de Minas, da chapada da região do Jequitinhonha e Mucuri e os cafés conilon. Toda a parte de classificação é feita, avaliada para uma pré-seleção para a grande final do concurso que será durante a Semana Internacional do Café que ocorrerá em meados de novembro”.
A respeito da descentralização, com etapas em quatro regionais, Luiz afirma que dará mais agilidade aos trabalhos, além de aproximar os produtores participantes dos processos do concurso. “Com intuito de ter uma agilidade maior na avaliação das amostras e permitir que pudéssemos encaminhar o máximo de amostras. Ao todo, tivemos 1.640 amostras enviadas para essas quatro regiões, onde vamos selecionar as melhores para a grande final”,
Todas as amostras da variedade robusta conilon serão analisadas em Caratinga. “Os especialistas em café conilon que atuam conosco estão trabalhando nesse grupo daqui de Caratinga. Então, serão todas as amostras que vieram da região da chapada de Minas, da divisa com o Espírito Santo, serão analisados aqui”.
Para Luiz Ronilson, o concurso é mais uma ferramenta de incentivo à produção de cafés especiais. “É uma forma de fazer com que o produtor cada vez mais entenda que ele faz o café diferente, depende dele seguir as orientações técnicas que recebe durante o programa de assistência técnica e gerencial, identificar quais são os caminhos para se produzir um café de qualidade. O produtor tem evoluído ao longo, melhorando cada vez mais a qualidade do café e colocando à disposição do mercado um produto de qualidade com valor agregado”.
Helga Andrade, que é degustadora Q-Grader, atua há 13 anos ainda como barista e especialista em cafés especiais. Ela faz parte da equipe de avaliação em Caratinga fala sobre os parâmetros que são avaliados. “Fazemos uma classificação física, uma avaliação da umidade, da peneira, tamanho da fava, a quantidade de defeitos, que é uma triagem que fazemos para identificar a qualidade desses cafés. Depois a gente torra e prova, seguindo uma metodologia internacional, recomendada pela SCA, que é a Special Coffee Association. Aplicamos esse formulário de avaliação para arábicas e canéforas, que são as duas espécies que estamos avaliando e temos quatro equipes trabalhando em quatro regionais”.
Ela acrescenta que os cafés especiais são aqueles que dentro dos 10 critérios avaliados atingem uma pontuação acima de 80. “Avaliamos sabor, aroma, retrogosto, acidez, corpo, doçura, enfim, os atributos que são valorizados na bebida café e a partir disso pontuamos. Aqueles que atingirem as melhores notas são os cafés especiais mais reconhecidos, com paladar diferente, atributos diferenciados do mercado, são esses que estamos buscando aqui no concurso”.
Os trabalhos seguem até o dia 30 de setembro, como afirma Helga. “Acabamos de começar as provas, ainda tivemos uma amostra muito pequena do que vem por aí. Estamos confiantes na qualidade desse ano, todos os anos os produtores junto com os técnicos do Senar tentam fazer o melhor trabalho possível na colheita e pós-colheita e esperamos encontrar esse resultado aqui, com certeza”.