ENTRE FOLHAS – O I Fórum Intersetorial de Política Pública para a Mulher, realizado pelo Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) nesta quarta-feira (31/8), reuniu a comunidade de Entre Folhas na Igreja Batista Central. Além da palestra principal, ministrada pelo juiz da 2ª Vara Criminal e da Infância e da Juventude da comarca de Caratinga, Marco Antonio de Oliveira Roberto, a programação contou, também, com falas e orientações da equipe do CRAS acerca da campanha nacional “Agosto Lilás”. A abertura oficial foi da secretária municipal de Saúde, Renata Barbosa.
Alinhado ao tema de sua palestra, homônimo ao da campanha Agosto Lilás “Um instrumento de luta por uma vida livre de violência”, o magistrado Marco Antonio, destacou o caráter educativo das diretrizes da campanha, que tem enfoque preventivo, segundo ele. “É preciso trabalhar a conscientização e prevenção, visando interromper o ciclo de violência e esses vetores são os que a campanha Agosto Lilás propõe”, explica o juiz, que ressalta, ainda, o papel do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). “Destaco a importância do trabalho da rede de enfrentamento, especialmente os equipamentos socioassistenciais, que muitas vezes são os têm o primeiro contato com a situação de violência; mas na minha visão, é preciso o empoderamento da mulher para que os casos sejam levados ao conhecimento das autoridades e é preciso também, que haja mecanismos mais efetivos de proteção”, completa.
Dando continuidade ao evento, o coordenador do CRAS, Wemerson Castro, que é assistente social na Proteção de Alta e Média Complexidade (PSAMC), falou sobre os serviços que o Município oferece para a comunidade, neste sentido. “A política de assistência social funciona como política setorial e nós ofertamos o trabalho especializado de média e alta complexidade, que é desenvolvido com o poder judiciário, quando entendemos que o vínculo da proteção básica foi rompido,”, explica ele, revelando ainda sobre os encaminhamentos do setor. “Todo ano, na época da campanha nacional, a procura aumenta; e nós fazemos a acolhida e a orientação individual, conforme a necessidade de cada mulher”, sintetiza.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Existem muitas formas de violência, cometidas contra a mulher. A Lei Maria da Penha (Lei nº11.340/2006), principal legislação brasileira para o enfrentamento da violência contra a mulher, classifica cinco tipos de abuso, nas seguintes categorias: a física (bater, empurrar, chutar, amarrar), a psicológica (perseguir, ameaçar, insultar e humilhar), violência moral (caluniar, difamar e injuriar), .violência sexual (forçar ato sexual ou negar o direito ao uso de contraceptivo) e a .patrimonial que é a ocultação de bens e objetos, proibir de trabalhar ou reter o dinheiro da parceira.
Dentro da programação do Fórum, a equipe do CRAS abordou os aspectos psicológicos desses tipos de violência. De acordo com a Psicóloga do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), Aline Fulgêncio, todos eles deixam algum tipo de trauma. “Além da violência física, que é a mais conhecida, existem outras formas de violência, como a psicológica. Quem é violentada fica com o sentimento de impotência, incapacidade e muitas vezes tem a dependência financeira; a pessoa tem medo de sair do relacionamento e não conseguir outro, tem medo de não conseguir sustentar os filhos e com isso, acaba se sujeitando a muitas situações traumatizantes”, pontua.
A assistente social da Proteção Social Básica (PSB), Alessandra de Morais, falou sobre os canais de proteção à mulher. “O meu objetivo é falar sobre como se defender, que é através do Disque 100 e do 180. A partir do momento que acontece a notificação, nós acolhemos essas mulheres, ouvimos e orientamos na formalização das denúncias nas instituições especializadas, conforme a necessidade; e acompanhamos”, finaliza
Assessoria de Comunicação