CARATINGA – 12h de terça-feira, 10 de março de 2015. Essa hora e data ficarão marcadas para sempre na memória do comerciante Darly de Carvalho Júnior, pois neste momento ele foi vítima de um assalto, seguida de tentativa de homicídio. Os crimes aconteceram em seu empreendimento, a Relojoaria Pontual, localizada na Avenida Catarina Cimini. Darly passou por cirurgia para retirar um dos projeteis. O outro ainda está alojado em seu corpo. O comerciante agora recupera a saúde. Ele vai manter aberto seu estabelecimento, mas admite que paire no ar um sentimento de insegurança. Sobre os crimes, a Polícia Civil já identificou um dos autores, inclusive há mandando de prisão contra essa pessoa.
Depois de ficar internado por quatro dias no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, já na relojoaria, Darly conversou com a reportagem policial do DIÁRIO DE CARATINGA e contou sobre os momentos aterrorizantes que viveu.
Confira na entrevista como tudo aconteceu, o que Darly pensa sobre a segurança pública e como está seu estado de saúde.
Como foi a tentativa de assalto?
Estava na relojoaria trabalhando normalmente quando o elemento entrou aqui e foi atendido por minha esposa. Ele disse que queria ver um produto, ela foi atendê-lo, quando ele levantou a camisa, mostrou a arma na cintura e disse que era um assalto, mas eu estava atendendo um cliente. Então veio outro assaltante assediando meu cliente. Achei que era um desentendimento entre duas pessoas, o empurrei para não ocorrer nada dentro da loja. Quando cheguei à calçada, o outro que estava com minha esposa tropeçou, foi lá pra fora e efetuou os dois disparos que me atingiram e perfuraram meu pulmão.
O que passou por sua cabeça quando percebeu que havia sido baleado?
A gente como chefe de família, como pai, há um mix de pensamentos muito grande. Além da dor física, a gente vê a morte se aproximando. Achei que tivesse atingido um órgão vital, mas Deus foi muito generoso comigo. O Corpo de Bombeiros de Ubaporanga foi muito prestativo e gostaria de agradecê-los. Levou-me para o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, onde fui atendido com muita humanidade. Mas fica a dor de um cidadão de bem que sai para trabalhar e é assaltado; e essa não foi a primeira vez.
Há quantos anos tem a relojoaria e quantas vezes já foi assaltado aqui?
Estou aqui há 15 anos, já fui assaltado quatro vezes. Estou em um ponto da cidade onde é fácil o bandido fugir. A BR-116 está logo ali na frente, já pedi que tivesse uma viatura aqui, como existe na Avenida Olegário Maciel.
Fica um sentimento de insegurança?
De total descaso, não é nem de insegurança. Segurança, boa parte, depende de nós. Temos câmeras, temos cuidado, mas da parte do poder público sim. Por que até hoje convivo com isso? Nesse exato momento, se nos acontecesse algo, estaríamos à mercê do bandido. Fui salvo pela mão de Deus, mas nem sempre é assim.
Como está sua saúde?
Graça a Deus estou em recuperação, uma bala alojada no corpo. Mas pensando aqui: Se fosse o contrário, se tivesse atirado, eu como cidadão de bem estaria respondendo a um processo contra uma pessoa que tentou tirar a minha vida.
Você vai continuar trabalhando neste mesmo endereço?
Sim, é o meu sustento, mas fica o sentimento de insegurança.