COLUNA ABRINDO O JOGO

Santo Antônio do Manhuaçu: Paixão pelo União

 

        Dando sequência a um de meus maiores prazeres na profissão, inicio uma série de Colunas Especiais pra contar um pouquinho dos vários distritos de Caratinga e suas histórias com o futebol.

Santo Antônio do Manhuaçu é um distrito de Caratinga, localizado a 49 km do munícipio. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população é de 2 820 habitantes, possuindo um total de 1.173 domicílios particulares.

Foi criado com a denominação Santo Antônio do Manhuassu pelo decreto estadual nº 16, de 06 de fevereiro de 1890, juntamente à emancipação de Caratinga. Pela lei estadual nº 336, de 27 de dezembro de 1948, o nome do distrito passou a ser grafado como Santo Antônio do Manhuaçu, assim prevalecendo desde então.

Quando o assunto é futebol, Santo Antônio tem tradição de times fortes, e grandes jogadores revelados para nosso futebol amador. Berço de famílias numerosas e tradicionais como: Pena, Corrêa (segundo conta a história dos mais antigos da comunidade e uma pesquisa feita pelo brilhante professor e historiador Flávio Mateus, os “Corrêas” são descendentes de Anacleto Corrêa de Faria “Barão de Itaperuna”, filho bastardo de Dom Pedro II com a escrava Faustina Jovita Uma história incrível que vale a pena conhecer. Ainda tem a família Rodrigues e tantas outras. Entretanto, quando se trata de futebol, a história do distrito se confunde com a família Genelhu (conhecidos também como Ribeirão).

 

União de Santo Antônio

        Como praticamente todos os homens da família adoravam jogar futebol, Geraldo Genelhu Correa, o “Geraldinho Ribeirão” chamou a turma para formar um time. Chiquinho, Nilo, Jander, Joanir. Assim nasceu o União de Santo Antônio. Aliás, Geraldinho é reconhecidamente um dos melhores atacantes de seu tempo. Fez história com camisas do Caratinga, Botafogo de Inhapim, Ipanemense, e mesmo depois dos 40 anos, passou pelo 1º de Maio em Caratinga em 1968, sendo o artilheiro do time bicampeão da Liga Caratinguense de Desportos. Os campeões: Bizuca, Silvio, Nancy, Jander, Ditão, Wilson, Carlinhos, Aristeu, Zé Mauro, Caparaó, Flávio Guilherme, Joanir, João Preto, Geraldinho Ribeirão, Paulo Sérgio, Miguel e Madeira.

No ano de 2004, a prefeitura promoveu a XXI edição da Copa Distrital. O União não era apontada como um dos favoritos ao título. Patrocínio e América de Santa Efigênia eram vistos como os principais candidatos a ficar com a taça. Porém, o União de Santo Antônio fez um trabalho humilde, sem alarde, e demonstraram muita raça ao longo da competição. O objetivo era conquistar o título para homenagear o fundador do clube, patrono e maior craque da história de Santo Antônio. Infelizmente já doente, Geraldinho já não fazia o que mais gostava que era acompanhar o time nos jogos. Mas, mesmo de casa, inspirou o time que chegou ao estádio Dr. Maninho mesmo sem estar entre os favoritos. Vitória contra Patrocínio por 2 a 1 com grande exibição do goleiro Rinaldo (filho de Geraldinho). Teve ainda empate em 2 a 2 com América outro favorito.

Na grande final, o adversário era novamente o América, que chegou com todo favoritismo. Logo no começo da partida, fizeram 1 a 0 com Pepi depois de um escanteio. No início do segundo tempo fizeram 2 a 0 e desperdiçaram muitas outras oportunidades de ampliar o placar. Pepi, Professor Júnior, Alexandre chegaram diversas vezes cara a cara com o goleiro Rinaldo, porém, tentaram dribla-lo e perderam as chances de gol. Como a “bola pune” aos 41 minutos, depois de um passe de calcanhar de Weverton, Abraão diminuiu para o União de Santo Antônio. Aos 43 depois de um cruzamento de Pú, Cristiano fez o gol que na sequencia foi anulado pelo árbitro do jogo Webert Corrêa (Beto). Mas, aos 45 do segundo tempo, Cabecinha fez justiça ao apelido e empatou o jogo em 2 a 2. Na decisão por pênaltis, o goleiro Rinaldo defendeu a cobrança de Adriano do América e o União venceu e conquistou o título. Uma festa tomou conta do gramado do estádio Dr. Maninho e muita emoção ao dedicar o título ao grande Geraldinho Ribeirão.

Campeão 2004

Campeões: foto: Juninho Braga, Jurandir, Arnaldo, Weverton, Adriano, Abraão, Xandão, Rinaldo, Dowver, Juarez. Agachados: Bruno, Téia, Pú, Gustavo, Cebola, Cristiano, Moisés, Samuel e Cabecinha.@rogeriosilva89fm abrindoojogocaratinga@gmail.com REFLEXÃO:  Futebol tem tudo a ver com família, por isso é importante valorizar a importância delas nos campos. O amor pelo União é herança de família na casa dos Genelhu: Rinaldo, Geraldo e Murilo Genelhu, três gerações (na foto, parceiro Tolentino SP Sport).  Nesta nossa homenagem ao União de Santo Antônio, uma referência especial a Bernadete, incansável no seu apoio ao time e a Bruninha, que permanece no meio de todos nós em forma de anjo. “O amor da família unida eleva o ânimo, ascende a chama da felicidade, acalma o coração e enche a vida de carinho”. União de Santo Antônio do Manhuaçu, um time de raça, amor e paixão! Em 2021 o União voltou a disputar uma decisão de Copa Distrital. A derrota por 3 a 1 para o Dom Lara adiou o sonho do bicampeonato. Porém, a que se destacar o brilhante trabalho da diretoria e todos os parceiros, o time mais uma vez representou com valentia o distrito de Santo Antônio do Manhuaçu, e honrou o legado do lendário Geraldinho Ribeirão e toda comunidade que ele tanto amava. No ano de 2004, a prefeitura promoveu a XXI edição da Copa Distrital. O União não era apontada como um dos favoritos ao título. Patrocínio e América de Santa Efigênia eram vistos como os principais candidatos a ficar com a taça. Porém, o União de Santo Antônio fez um trabalho humilde, sem alarde, e demonstraram muita raça ao longo da competição. O objetivo era conquistar o título para homenagear o fundador do clube, patrono e maior craque da história de Santo Antônio. Infelizmente já doente, Geraldinho já não fazia o que mais gostava que era acompanhar o time nos jogos. Mas, mesmo de casa, inspirou o time que chegou ao estádio Dr. Maninho mesmo sem estar entre os favoritos. Vitória contra Patrocínio por 2 a 1 com grande exibição do goleiro Rinaldo (filho de Geraldinho). Teve ainda empate em 2 a 2 com América outro favorito.  	Na grande final, o adversário era novamente o América, que chegou com todo favoritismo. Logo no começo da partida, fizeram 1 a 0 com Pepi depois de um escanteio. No início do segundo tempo fizeram 2 a 0 e desperdiçaram muitas outras oportunidades de ampliar o placar. Pepi, Professor Júnior, Alexandre chegaram diversas vezes cara a cara com o goleiro Rinaldo, porém, tentaram dribla-lo e perderam as chances de gol. Como a “bola pune” aos 41 minutos, depois de um passe de calcanhar de Weverton, Abraão diminuiu para o União de Santo Antônio. Aos 43 depois de um cruzamento de Pú, Cristiano fez o gol que na sequencia foi anulado pelo árbitro do jogo Webert Corrêa (Beto). Mas, aos 45 do segundo tempo, Cabecinha fez justiça ao apelido e empatou o jogo em 2 a 2. Na decisão por pênaltis, o goleiro Rinaldo defendeu a cobrança de Adriano do América e o União venceu e conquistou o título. Uma festa tomou conta do gramado do estádio Dr. Maninho e muita emoção ao dedicar o título ao grande Geraldinho Ribeirão.  Campeões: foto: Juninho Braga, Jurandir, Arnaldo, Weverton, Adriano, Abraão, Xandão, Rinaldo, Dowver, Juarez. Agachados: Bruno, Téia, Pú, Gustavo, Cebola, Cristiano, Moisés, Samuel e Cabecinha. União Santo Antônio, 1947. Em pé: Jacinto Neiva, Lito Neiva, Nenzinho, Joãozinho Ribeirão e Júlio Soares. Agachados: Geraldinho Ribeirão, Mário Pena, Chico Pena, Chiquinho Ribeirão, José Peninha e Nilo Ribeirão. Deitado: Binho Neiva. Um dos primeiros e mais fortes times da história do União de Santo Antônio.