Luto mobiliza jovem a mudar hábitos e eliminar 25 kg em cinco meses

CARATINGA- Aos 27 anos, Abner Martins carrega na memória a lembrança mais dolorosa de sua vida — e também o ponto de virada que o fez transformar completamente seus hábitos. Dois anos atrás, ele perdeu a mãe devido a complicações pós-bariátricas. A partir daquele momento, percebeu que precisava mudar. A dor se converteu em força.

“Foi quando eu percebi que eu tinha que ter essa mudança de vida”, relembra. “Eu vi pelo exemplo dela. Infelizmente tive a perda dela e entendi que precisava urgente mudar meu estilo de vida”.

A decisão não foi apenas sobre emagrecimento, mas sobre longevidade, autonomia e saúde emocional. Abner procurou acompanhamento profissional e hoje segue um plano estruturado com a nutricionista Tatiana, que combinou alimentação estratégica, mudança de rotina e uso temporário de medicamentos para controlar a compulsão alimentar.

Um processo recente, mas transformador

A mudança começou há apenas cinco meses, mas o impacto foi profundo. Abner já eliminou 25 quilos — saiu de 156 kg para 131 kg — e vivenciou transformações que vão além da balança.

“Eu já não tinha tanta mobilidade, me sentia muito cansado. Meu raciocínio não era dos melhores”, conta. “Com as mudanças de hábitos, tive melhora no condicionamento físico, nos hábitos… e principalmente no bem-estar e na autoestima”.

Segundo ele, o emagrecimento trouxe benefícios visuais, sim — mas os maiores ganhos estão na saúde física e mental. Conseguir se olhar no espelho e gostar do que vê se tornou símbolo de uma nova fase.

O desafio invisível: comer para lidar com emoções

O ponto mais difícil da jornada, segundo Abner, é a compulsão alimentar. Antes, qualquer gatilho virava motivo para comer.

“Eu era uma pessoa que o tempo todo pensava em comida. Se eu fechava um contrato, queria comemorar comendo ou bebendo”, relata.

O uso do Mounjaro o ajudou no controle da compulsão, mas ele faz questão de enfatizar que o medicamento é parte do processo, não a solução final. “Não adianta me basear em um medicamento pelo resto da vida. O importante é academia, alimentação e mudança de hábitos. É pensar antes de comer e não voltar ao automático”.

A rotina alimentar também ganhou novos significados. Hoje, ele evita doces, mantém foco em proteínas e segue estratégias traçadas pela nutricionista para garantir saciedade e organização.

Antes da mudança, Abner chegou a cogitar a bariátrica ou o balão intragástrico. Mas não se sentiu seguro. “Eu sabia que isso ia prejudicar minha saúde. A bariátrica poderia ajudar no curto prazo, mas eu entendia que, mesmo com a cirurgia, teria que mudar os hábitos”, afirma.

Por isso, decidiu seguir o caminho da reeducação e da transformação comportamental. E hoje colhe os resultados: “Minha qualidade de vida já mudou totalmente”.

A corrida como recomeço emocional

A corrida entrou na vida de Abner com um significado especial. Recentemente, ele participou da quarta prova, mas foi a primeira, em agosto, que marcou sua alma.  “Foi no dia em que fez dois anos da morte da minha mãe. Aquela corrida foi um start, um renascimento”, destaca.

Desde então, correr virou mais que exercício: virou estilo de vida, disciplina, terapia e celebração do corpo que ele vem reconstruindo com coragem.

Mensagem final: o primeiro passo muda tudo

Com a sinceridade de quem vive o processo de dentro, Abner deixa um recado: “Eu sei que não é fácil. Mas se eu consegui, outras pessoas também podem”.

Ele reforça a importância de procurar profissionais que enxerguem o paciente como um todo, de fazer terapia e de evitar dietas radicais que não se sustentam. “Não só como o número da balança, não só como o peso ali, mas sim que enxerga os seus hábitos alimentares, seu estilo de vida, e que consiga adaptar tudo isso. Já tentei fazer diversas dietas diferentes, mas que nunca tive sucesso. Por quê? Elas eram muito radicais e não eram feitas pra mim. Então, é bom você se conhecer”.

Abner ainda aconselha que a mudança deve ser encarada como algo para viver a cada dia. “É importante também fazer terapia pra poder ajudar nesse processo com a compulsão alimentar. E realmente conseguir enxergar isso como mudança de vida. E não só aquela dieta restrita, mas algo que você vai levar para o resto da vida. Que seja realmente sustentável. Não é sobre estética. É sobre viver bem aos 70, 80 anos com qualidade de vida, sem depender de terceiros”, finaliza.

Mudança de hábitos e busca pela qualidade de vida

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