Secretário de Defesa Civil, Isaías Borges, fala que a situação é de tranquilidade, mas Secretaria já está preparada pra enfrentar o período
CARATINGA – Após o longo período de seca enfrentado em Caratinga e região, enfim a chuva chegou e tem aliviado a seca. O período exige uma preparação da Secretaria de Defesa Civil, como confirmou o responsável pela pasta, Isaías Borges.
Em entrevista ao DIÁRIO, o secretário trouxe dados referentes ao que choveu na cidade ao longo do mês de outubro, o que ainda está previsto e a temperatura registrada. Através de um estudo de 30 anos, disponível no Tempo Agora é possível descobrir o percentual da temperatura máxima e mínima por período. De acordo com Borges, o estudo afirma que em janeiro, a temperatura girou numa mínima de 18,3 e máxima de 28,9.
No mês de outubro, os dados revelam que no dia 1° choveu três milímetros; no dia 2, choveu dois milímetros e dia até o dia 20 não houve nenhum milímetro de chuva, exatamente a seca enfrentada na cidade. No dia 21 teve dois milímetros e no dia 22 choveu cinco milímetros. Após uma nova pausa, a chuva veio novamente no domingo (26), quando choveu 88 milímetros. “Durante o dia, em 24 horas, equivale a 3,6 milímetros, por hora. Seria aproximadamente 3,5 litros de água em metro quadrado e em uma hora é pouco demais. Então chove o dia inteiro aquele sereno. Agora tem dia que a chuva vem forte demais, não concentra. Se chover 50 milímetros em uma hora, é uma chuva forte. O rio, os bueiros não vão conseguir captar a água”.
Borges destaca que há pluviômetros instalados nos bairros Santa Cruz e Santo Antônio, mas o volume de água de outras cidades também gira em torno de Caratinga. Por isso se faz necessário monitoramento constante. “Santa Bárbara passa aqui, toda água que vai até o frigorífico ali, aquela serra, vem pra cá. Chuva do Bairro Doutor Eduardo pra cá passa no centro, atrás do CTC já está descendo. Então a gente tem que calcular os metros quadrados pra saber o volume de água que vai passar pelo centro. Essa chuva de três milímetros, a terra estava seca demais, ela só umedeceu um pouco a terra. Nesse dia como a chuva foi tranquila, não houve deslizamento de terra, a seca foi tão grande que ela só foi absorvida pela terra”.
Até o momento, ao longo do mês de outubro, a concentração foi de um total de 109 milímetros de chuva. Até o final da semana está previsto mais 27 milímetros de chuva, sendo dois milímetros para hoje, 10 milímetros para amanhã e dois milímetros para sábado. “Quando você olha pelo Climatempo, o radar que faz essa previsão é em Nova Lima e a velocidade de previsão dele é de 200 km, raio quadrado. Se você for calcular ele vai chegar a João Monlevade, mais ou menos. Então pra cá já não tem a precisão de 200 km que ele atinge. A gente olha mais pelo Tempo Agora, que está mais próximo da região. Pelo Climatempo vai chover uma média de 38 milímetros até o final de semana. É relativo, tem que se fazer uma média pra saber”.
Nenhuma ocorrência de relevância foi registrada, mas a Defesa Civil já se preparou com o mapeamento da área de risco. “Caso seja preciso, devido aos taludes, que são os barrancos, que ao longo do ano as pessoas vão construindo de forma irregular, vamos cobri-los com lonas para evitar deslizamento de terra, como foi feito o ano passado, tivemos um êxito muito grande com relação ao lonamento. Já vamos colocar o sistema de alerta para funcionar dentro de 10 a 15 dias, 24 horas, programar com a comunidade para fazermos o acionamento da sirene no caso de eventual desastre e a gente precise informar as pessoas”.
Também será realizado um trabalho com os comerciantes que estão ás margens do rio Caratinga, que serão cadastrados. “Vamos repassar informações através do telefone e-mails, orientando para que eles também acessem o site do Tempo Agora e do Climatempo, para fazerem a leitura da precipitação prevista para acontecer”.
Outro problema enfrentado no período da chuva está relacionado aos bueiros, principalmente em trecho da Avenida Marechal Deodoro da Fonseca. A limpeza dos bueiros foi feita ainda na época da seca. Com a chegada das chuvas, o secretário deixa algumas orientações. “Na chuva o que acarreta muito é a questão do lixo que a água carrega pra dentro dos bueiros, muitas vezes a tampa fica comprometida com o excesso de sujeira. A gente orienta a população para evitar jogar lixos nas ruas, porque a enxurrada leva pra dentro dos bueiros, o que tem entupido. Alguns têm jogado terra nas ruas, evitar fazer isso, sempre que for fazer alguma reforma ou outra coisas, que sejam usadas as caçambas”.
Outra recomendação é que qualquer ocorrência relacionada à chuva, o primeiro contato seja feito com a Defesa Civil, pelo 199; e a Polícia Militar, pelo 190, para que sejam tomadas as providências necessárias.