CARATINGA – Uma proposta antiga pode sair do papel e mudar a cara do centro comercial da cidade, se houver, de fato, a efetivação das parcerias que estão em andamento com o poder público e entidades empresariais, através de suas respectivas entidades classistas, a CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) e a ACIC (Associação Comercial e Industrial de Caratinga). Pelo menos é o que esperam Leila Oliveira Lopes, do SEBRAE (que lançou a proposta) e João Batista Cabral, da Câmara dos Dirigentes Lojistas, que estiveram na última reunião do Rotary Club Caratinga, na terça-feira (15), a convite do presidente Valter Oliveira Costa. “Sabemos das dificuldades, porém confiamos no sucesso da iniciativa e principalmente, dos próprios empresários, além do poder público, parceiro de primeira hora”, sinaliza Leila.
Batizado de “Shopping a céu aberto”, o projeto acompanha tendência mundial de revitalizar centros comerciais, degradados, quase sempre, com alta poluição visual e sonora, letreiros mal dimensionados, ausência de banheiros públicos, falta de segurança, e serviço ineficiente de transporte público. No caso de Caratinga, por exemplo, os responsáveis pelo projeto identificaram a falta de abrigos nos pontos de ônibus, rampas de acesso seguras para cadeirantes e outros problemas. Boa parte de soluções passa pelo poder público, mas, o setor comercial também tem sua parcela de responsabilidade. “Para melhorar, muita coisa tem que mudar e a proposta pode ser o caminho”, acentuam Leila e Cabral.
O PROJETO
A equipe do SEBRAE, chefiada pela analista técnica Leila Oliveira tinha ainda o assistente técnico Ladislau Cândido Pereira e os empresários Sandra Carli e Paulo Cézar Rios Guedes, do setor ótico e Maria Cristina Penna, do segmento de confecções. Leila adianta que mais de vinte empresários, entre comerciantes e prestadores de serviço, abraçaram a ideia e já dão mostras de avanço na execução do projeto.
Em pouco mais de meia hora, Leila apresentou slides dando a síntese dos problemas identificados, o que pode e deve ser feito no perímetro inicial já delimitado e incluído no projeto; a área compreende as avenidas Benedito Valadares e Olegário Maciel (parte) e a Praça Getúlio Vargas. Os transtornos decorrentes das obras em execução de instalação de redes de captação de esgotos não vão interferir no projeto, no que depender do SEBRAE e da CDL e ACIC. Foram exibidas imagens de lojas, calçadas, tráfego de veículos e de pessoas, o que vem sendo implantado em outras cidades e projeções do que poderá se transformar a área coberta pelo “Shopping a céu aberto”.
A revitalização pretendida vai resultar na requalificação do centro comercial, com ganho para todos, avalia o SEBRAE. Essa requalificação terá reflexo, principalmente, para o pequeno e médio empresário, que têm total apoio do órgão. Isso inclui, por exemplo, maior capacitação de vendedores, fixação de metas, fortalecimento de imagem e agressivas campanhas de marketing, buscando transformar uma simples visita de um cliente eventual em vendas. E mais, se busca a fidelização do cliente, anuncia Leila. Uma planilha com estes objetivos será oferecida aos empresários que aderirem ao projeto.
Quando questionada a respeito de ações que dependem do poder público quanto a infraestrutura, calçadas deficientes e sistematização de posturas municipais, a representante do SEBRAE informa que tem mantido contato permanente com as várias secretarias envolvidas, direta ou indiretamente, com a questão. “O resultado tem sido amplamente positivo”, diz.
Embora todos entendam ser o projeto de revitalização necessário à cidade, não há, até agora, previsão de quando tudo isso poderá ser apresentado.