Locutor fala sobre retomada da carreira e atribui recuperação à fé e apoio da esposa
Waldemar Rui dos Santos, nascido no dia 19 de abril de 1962, mais conhecido como “Asa Branca”. Como descreve o seu site oficial, “o mais polêmico locutor de rodeio, que desencadeia diversas opiniões seja pelo ídolo que é ou pela total irreverência ao falar tudo o que pensa, não importando os títulos das pessoas em questão”.
Asa Branca começou a carreira nas arenas montando em touros bravos, mas, a vida de peão foi interrompida após um acidente quando montava um touro. Na carreira de locutor, inovou com a locução dentro das arenas, entrevistando os cowboys e chegando de helicóptero.
Fez sucesso na TV apresentando programas como ‘Som Brasil’ e o especial ‘Amigos’, na Rede Globo. Participou de novelas, dentre elas, ‘Mulheres de Areia’ e ‘Rei do Gado’, também da Rede Globo. Marcou presença em diversos programas de TV e rádio como Domingo Legal (SBT), Domingão do Faustão (Globo), Hebe (SBT), Domingo Show (Record), Silvia Popovic (BAND), dentre outros.
No entanto, deslumbrado com a fama, nos anos 90, Asa Branca se envolveu com drogas e foi acometido pelo vírus HIV. Não bastasse todo o sofrimento deste período, em 2013, ficou hospitalizado por 83 dias devido a Criptococose, popularmente chamada de “doença do pombo”, que atinge o sistema nervoso. Ele foi submetido a seis cirurgias no cérebro, emagreceu consideravelmente (chegou a pesar apenas 50 quilos), mas venceu a doença, retornando aos rodeios em 2014.
Nessa retomada da carreira, Asa Branca afirma que alça novos voos. Ele não se preocupa com o sucesso e a fama de anos atrás, o que reconhece ter ficado no passado. O locutor espera seguir fazendo o que mais gosta, levando alegria nos rodeios pelo país.
Nesta entrevista, o locutor recorda os momentos difíceis que enfrentou e atribui sua recuperação ao apoio da esposa, Sandra Santos, além da fé.
No auge de seu sucesso como locutor, o senhor se envolveu com drogas e contraiu o vírus HIV. Acredita que a fama e o dinheiro foram a ‘porta de entrada’ para isso? Como foi este período?
Foi um período que me deslumbrei com dinheiro e a fama. Um garoto que saiu de uma cidade de dois mil habitantes e se viu contracenando com Suzana Vieira, Marcos Frota, dentre outros. Os artistas gostam da noite e a noite oferece todos esses perigos. Não resisti.
Em 2013, o senhor quase morreu após contrair uma doença transmitida por pombos e meningite, o que lhe fez perder muito peso. Fale sobre este processo de recuperação.
Tive a sorte de estar em São Paulo, poder ir para o maior hospital de infectologia, o Emílio Ribas, referência nacional; o apoio da minha esposa (Sandra Santos), que esteve do meu lado 24 horas e em primeiro lugar de Jesus e Nossa Senhora Aparecida. Cheguei a ser desenganado pela melhor equipe médica de neurocirurgiões, mas não fui desenganado por Deus.
O senhor montava em touros, mas perdeu o gosto pela atividade após ser pisado por um deles em 1984. Já pensou em voltar a ser peão?
Tentei voltar, mas tinha medo, então optei pela locução.
O senhor ganhava uma fortuna com rodeios e comerciais. Hoje, o seu cachê é muito diferente daquela época?
Totalmente diferente. Vivo pela ajuda de amigos e da minha esposa.
O senhor inovou com a locução dentro das arenas entrevistando os cowboys e chegando de helicóptero. Hoje essas mesmas técnicas funcionam ou os tempos são outros?
Acho que o rodeio está acabando. A protetora dos animais, junto com o Meio Ambiente está barrando os rodeios como Rio Claro, Cotia, São Carlos, Limeira. E o estilo de narrar dentro da arena foi proibido pelos intelectuais, por isso perdeu a essência. Mas, mesmo assim, ainda faço alguns eventos.
Como foi retornar aos rodeios em 2014?
Foi emoção total, pois não esperava que Jesus fosse me dar essa benção.
Após todos estes acontecimentos, a que o senhor atribui a sua sobrevivência?
À minha fé.