Após 33 anos de serviços prestados, Núbia Maria de Souza Alves deixa a gerência do INSS de Caratinga
CARATINGA – Após 33 anos de serviços prestados para a Previdência Social, Núbia Maria de Souza Alves se aposenta amanhã. Após 11 anos à frente da gerência da agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Caratinga, ela deixa o cargo com a sensação de dever cumprido. Quem assume o cargo é Suelen Vieira Silva, 30 anos, de Teófilo Otoni. Ela tem oito anos de Previdência e atua há seis anos na agência de Caratinga.
Núbia é casada com João Alves Filho. O casal têm três filhos: a engenheira, Angélica de Souza Alves; o agrônomo, Diogo de Souza Alves e o engenheiro civil, Tiago de Souza Alves; e quatro netos, Tiago Soares Alves, sete anos; João Guilherme, seis anos; Igor, quatro anos e Ana Beatriz, um ano.
Em entrevista ao DIÁRIO, Núbia fala sobre as principais transformações que observou ao longo dos anos de trabalho no INSS, os desafios e as principais demandas na cidade. Ela afirma que Caratinga lhe “adotou” e que se sente orgulhosa em ter recebido o título de cidadã honorária.
Quando você ingressou no INSS?
Entrei no INSS através de concurso público no dia 19 de maio de 1982.
Quais foram as principais transformações que o INSS passou ao longo destes anos?
Muitas. Quando ingressei o INSS era todo manual. Não tinha computadores, não tinha informática. Teve muita transformação e para melhor. As filas eram muito grandes. Nesses últimos anos foi implantado um sistema de planejamento, que a gente chama de “plano de ação”, temos metas a cumprir. Lógico que tem uma contrapartida, que é a gratificação, porém, isso veio a organizar um pouco a casa, deixar com que as pessoas esperem menos.
Então, o atendimento ficou mais agilizado ao longo dos anos?
Sim, a transformação da Previdência foi a melhor que aconteceu no serviço público. Antigamente os processos se alongavam por anos, hoje não pode passar de 45 dias. Antigamente era muito tempo, uns 300 dias. O que houve de muito bom também é o agendamento. Hoje a pessoa agenda através do telefone 135, que, aliás, não é só agendamento, serve pra dar informações. É um telefone bem útil para evitar que a agência fique lotada. Com isso, as pessoas têm vindo com dia e hora marcada. Melhorou demais para a população.
Na agência, quais são as principais demandas? Qual a média de atendimentos?
A nossa média é 250, 300 pessoas/dia. A demanda é bem grande, principalmente na última semana do mês e na primeira semana, pela questão de pagamento. Aqueles serviços que são agendados a gente sabe que vai vir, mas o outro não, ele é o espontâneo. Esse espontâneo geralmente quando chega à agência espera um pouco mais, porque não está agendado.
A senhora acredita que a agência de Caratinga está sobrecarregada ou o número de funcionários é suficiente para atendimento ao público?
Com as últimas aposentadorias que aconteceram está realmente um pouquinho sobrecarregada e deve ficar por algum tempo, até que haja um novo concurso e essas vagas sejam supridas. A gente sabe que para ficar bom, precisaria ter mais concurso público e que abrissem mais vagas. Infelizmente as vagas não são cobertas imediatamente, não são repostas.
Qual o ponto positivo e negativo de lidar com o público?
É bom atender público, porque você sabe que está prestando serviço para a comunidade, trabalhar na Previdência é uma missão honrosa. Você está ajudando as pessoas, resolvendo o problema das pessoas, garantindo o direito que elas têm, porque só aposenta ou só recebe um benefício quem tem o direito. É gratificante quando a pessoa pagou e você consegue conceder o benefício. É ruim quando a pessoa não pagou, não consegue o benefício e infelizmente muitas vezes ela não entende, não sai satisfeita. Ou quando uma pessoa passa por uma perícia e não consegue, principalmente, essa é a pior parte. Quando a gente não consegue atender ao que a pessoa almeja.
Nos últimos anos têm tido muitos casos de fraude envolvendo o INSS. Como vocês lidam com isso?
A gente tem um serviço dentro da agência que faz o monitoramento, que apura tudo. Denúncia vem através da ouvidoria, chegam aqui na agência e a gente faz a apuração. Muitas são verdadeiras e outras não. Pode acontecer de serem reclamações e denúncias vazias, falsas. Quando é real tomamos as providências. Há vários casos que vem também através de auditoria da própria previdência, através de checagem do sistema. Também fazemos a apuração e a cobrança, o que for necessário.
Após tantos anos de serviços prestados, a sensação é de dever cumprido?
Completamente. Foram 33 anos que trabalhei na casa e me sinto muito realizada porque a gente que nesses 11 anos de gerência, conseguiu alguma coisa de bom, por exemplo, trocamos os móveis. A única coisa que eu não consegui e gostaria muito de ter conseguido é um terreno para construirmos uma agência própria. Espero e faço votos que a Suelen consiga.
Um comentário
Angélica Alves
Só uma correção: eu não sou engenheira, sou jornalista!
Atualmente trabalho no Departamento de Comunicação da Rede de Ensino Doctum, mas até três anos atrás atuei como repórter no Jornal Olhar de Minas (época em que conheci alguns dos colegas do Diário de Caratinga em diversas coberturas).