A gráfica é o setor mais importante do jornal. Um exemplo dessa importância foi dada por Wilton Rodrigues, fundador dos jornais Diário do Aço e Diário de Caratinga. Ele tinha o hábito de chegar cedo às dependências do Diário do Aço e o primeiro local que visitava era justamente a gráfica. No auge de seu conhecimento, seu Wilton costumava dizer, que “sem gráfica não há jornal”.
E na Gráfica São Gabriel, fundada em 2006, é impresso o jornal Diário de Caratinga. Antes, o jornal era impresso em Ipatinga. Incialmente era levado um disquete em um malote para a gráfica do Diário do Aço. Depois, o jornal era levado em papel vegetal. Nesta gráfica, além do Diário de Caratinga, são impressos os diários de Manhuaçu e Teófilo Otoni. Os impressores Anderson Rodrigues Veloso e Thiago Soares Alves são as pessoas que trabalham para que nossos leitores tenham o jornal em suas mãos logo pela manhã. Antes, a impressão desses três jornais ficava pronta às 8h, mas com a modernização da gráfica, esse trabalho atualmente é finalizado às 3h. Um ganho e tanto na questão do tempo. Aí entra em ação Rubervan Ramos, responsável pela entrega dos jornais aos assinantes. Já Wilson Martins é o encarregado de levar os jornais até as bancas.
O dinamismo dos novos equipamentos, aliado à competência dos funcionários
A gráfica é gerida há onze anos por Maria Eugênia Araújo, que conta um pouco dessa sua experiência. Ela é testemunha ocular do quanto a gráfica se transformou na última década, ficando mais dinâmica. “Quando cheguei a gráfica estava sendo implantada, vim justamente para isso. Nós tínhamos uma máquina mono que roda apenas uma cor, tínhamos uma guilhotina manual, uma gravadora de chapa e tudo com muita dificuldade”, recorda a gerente.
Segundo ela, com o passar dos anos novos equipamentos foram sendo adquiridos. “Conseguimos mais uma máquina mono, a Solna 125, que já facilitou para que o jornal saísse mais rápido. À época, rodávamos quatro jornais (Caratinga, Manhuaçu, Muriaé (este já extinto) e Teófilo Otoni), sendo que apenas o DIÁRIO DE CARATINGA tinha a capa colorida, os outros eram duas cores. À medida que fomos colocando maquinários melhores que agilizavam o serviço, passamos a inserir mais uma policromia no DIÁRIO DE CARATINGA, e passamos os jornais de Manhuaçu e Teófilo Otoni também para policromia”, ressalta a gerente Maria Eugênia.
Maria Eugênia ilustra como o trabalho neste setor do DIÁRIO ficou mais dinâmico. “Com a chegada da máquina quatro cores, foi um grande salto, porque demorávamos horas para rodar uma policromia, reduziu bastante o tempo. Além de ter uma qualidade melhor, o serviço ficou muito mais ágil. Atualmente temos as duas monos e uma quatro cores, que tanto serve para dar suporte em caso de problema, quanto na agilidade e qualidade”.
Outro grande ganho foi uma nova guilhotina, como observa a gerente. “Nós tínhamos uma guilhotina manual que causava desgaste ao funcionário e o corte não é muito preciso, então adquirimos uma automática, que também agilizou o serviço. A parte de equipamento de informática, ao longo dos anos viemos trocando as impressoras, os computadores e os programas. Estamos sempre nos atualizando”, pondera a gerente.
Sobre a gráfica, Maria Eugênia finaliza com sua observação. “Então, hoje trabalhamos com programas de ponta na informática e em termos de gráfica, de acordo com o porte da nossa cidade, temos uma gráfica muito bem montada”.
Da redação para a gráfica
O jornal é feito da seguinte forma. Depois dos trabalhos da redação, os textos e as fotos são enviados para o diagramador João Damásio. Ele é o responsável por montar o jornal, dar a cara do DIÁRIO. Esse trabalho é feito no computador e depois é passado para impressora, onde é feito o laser, que é uma transparência. Após essa impressão, esse laser vai para as lâminas de alumínio. Depois que tudo é gravado, é passado para as máquinas que são colocadas como offset. Depois é feita a impressão no papel jornal.
O IMPRESSOR
Anderson Rodrigues Veloso, 32 anos, é natural de Caratinga e tem a gráfica no seu DNA. Ao lado de Thiago, ele é um dos responsáveis por transformar nosso rascunho em arte final. “Na minha família tinha um dono de gráfica. O primeiro trabalho foi como cobrador. Com o tempo passei para dentro da gráfica”, relembra Anderson.
Ele explica que este é um trabalho minucioso e que leva tempo para se atingir o estágio maior, que é o de impressor. “Dentro da gráfica, passei a fazer serviço de acabamento. Assim que pegamos uma máquina, vamos nos desenvolvendo até chegar ao último patamar, que é o de impressor. Foram 15 anos até chegar a essa função”.
Anderson diz que é rigoroso com seu trabalho. “Sou rígido mesmo, gosto de verificar tudo. Afinal de contas, somos responsáveis pela cara do jornal, tem que ter qualidade”, conclui Anderson, sintetizando o espírito do DIÁRIO DE CARATINGA, pois compromisso e qualidade sempre fizeram parte dessa empresa.
A ENTREGA
A tarefa de entregar os jornais aos assinantes é de responsabilidade do amazonense Rubervan Ramos, 27 anos. Ele conta um pouco de sua vida e relata como veio para Caratinga. “Morava em Manaus. Um ano depois que saí do quartel do exército, voltei a morar na minha cidade natal, que é Iranduba. Então fiquei de férias por um ano após um período de trabalho de seis anos direto. Na área do quartel trabalhei em várias funções, na área de guarda, cozinha, depósito, entre outras. Cada ano era uma função diferente. Através da minha irmã, que tinha vindo a Caratinga, perguntei se tinha algo aqui, pois eu estava desempregado; ela pediu para esperar que iria conversar com a dona Vera (Veronici Maria da Silva Leite de Mattos, diretora do DIÁRIO)”, conta Rubervan.
Ele fala sobre sua função no DIÁRIO. “Vir para o jornal foi uma experiência inovadora, nunca tinha trabalhado nesse ramo e nem visto como é feito todo processo até chegar às mãos do leitor. As pessoas estão acostumadas a pegar o jornal e ler, mas não sabem o processo até chegar às bancas, às mãos do leitor”, pondera.
Uma das características desse amazonense é o seu apuro quanto ao horário. “Acordo às 3h50. Quanto mais cedo termina a impressão é melhor pra mim. Até na questão do trânsito, que é muito complicado depois que passa das 7h, tem que redobrar a atenção. Me adequei a esse horário, fiz a minha rotina para acordar antes das 4 da manhã. Troco de roupa, faço minha higiene pessoal e desço para o jornal e vou encadernar. Cumpro o horário que eu mesmo fiz pra mim. Começo a entrega às 5h da manhã. As pessoas ficam esperando, se demoro um pouco querem saber o que aconteceu. Quem trabalha em jornal tem muitas informações, sempre vejo o que está acontecendo. A impressão que tive da cidade foi boa, pessoas bem acolhedoras”.
Sobre o futuro do DIÁRIO, o amazonense mais caratinguense de todos os tempos, diz: “Desejo que o jornal prospere, busque se atualizar, melhore sempre para que o leitor tenha melhores informações. O importante é inovar, sair do tradicional”.
O desejo de Rubervan é o nosso desejo. Feliz aniversário, DIÁRIO DE CARATINGA.