CARATINGA – A Praça Padre Dionísio Homem de Faria se transformou em uma grande galeria de arte a céu aberto durante a Expoart de Bom Jesus do Galho, que chegou à sua terceira edição nesta sexta-feira (14), reunindo estudantes, educadores e a comunidade. Com quadros pintados pelos alunos das escolas municipais, o evento apresentou releituras de obras clássicas como “Operários”, de Tarsila do Amaral, “Monalisa”, de Leonardo da Vinci, e “A Noite Estrelada”, de Van Gogh, além de pinturas de animais da fauna brasileira e representações de mulheres negras como símbolo de luta, resistência e empoderamento.
Logo na entrada, um quadro especial retratando a Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus recebia os visitantes. Um espaço de homenagens também chamou atenção, com pinturas dedicadas à secretária de Educação, Ludmilla Sales, e à professora Elizabeth Paiva, retratando-as ao lado de seus familiares.
Além da exposição, os estudantes tiveram acesso a uma experiência imersiva de realidade virtual, utilizando óculos 3D em um ambiente temático da fauna brasileira, ampliando ainda mais o contato com tecnologia e novas formas de aprendizagem.
Para a secretária de Educação, Ludmilla Sales, o evento representa um marco para a rede municipal. “É uma alegria estar aqui hoje, rompendo as barreiras da parede escolar para trazer ao conhecimento da comunidade os talentos que ficam escondidos dentro da sala de aula. Esse ano, como secretária, estive junto com a professora Elisabeth, que trouxe a ideia de tornarmos esse evento grandioso. A administração municipal comprou a ideia e fez acontecer essa megaestrutura para que os talentos das escolas fossem conhecidos por toda a comunidade. Os trabalhos expostos foram produzidos pelos alunos com apoio e coordenação dos professores de arte”.
A professora de Artes, Elizabeth Paiva, idealizadora da mostra, reforça o impacto positivo da iniciativa. “Esse trabalho da Expoart vem desde 2023. Porém, este ano, veio ao meu coração expor esses trabalhos para que toda a comunidade tivesse acesso às obras maravilhosas que nossos alunos produzem. Dividimos a praça em três temas principais: obras famosas no corredor inicial; ao centro, os animais da fauna brasileira compondo com o jardim; e no outro corredor, trabalhos sobre a consciência negra. Acredito que através da arte podemos mudar vidas. A arte imita a vida”.
A supervisora Rosilei da Conceição Lopes destacou a importância de levar os trabalhos para um espaço público. “Sempre ficam excelentes trabalhos e resolvemos compartilhar com a comunidade, porque aqui na praça há maior visibilidade para valorizar o talento dos nossos alunos”.
Estudantes explicam suas obras
Ana Márcia Fernandes, aluna do Centro Municipal de Educação Maria da Penha Ivone Abrão, escolheu pintar a Monalisa. “Ela é do renascentista Leonardo da Vinci, feita entre 1503 e 1506. Ele usou a técnica do sfumato, que mistura luz e sombra. Está avaliada em 2,5 bilhões de dólares. Foi fácil pintar porque é uma obra muito conhecida. É muito bom ter essa feira, dá mais conhecimento”.
Bianca dos Santos Coronel, da mesma escola, reproduziu ‘A Noite Estrelada’, de Van Gogh. “O quadro foi feito em 1889, a partir da vista do quarto de Van Gogh no hospício de Saint-Rémy-de-Provence, na França. É uma mistura da realidade com o que ele idealizou. Ele usou a técnica pós-impressionista, misturando azul com amarelo, que amarelo é a marca registrada dele, a cor que ele mais usava nas pinturas. O quadro atualmente está no Museu de Arte Moderna, em Nova York e foi adquirida em 1941”.
Homenagens emocionam
Entre as releituras, um trabalho especial comoveu a secretária Ludmilla Sales. Pintado por estudantes da Escola Municipal Manoel Floro Filho, no Córrego São José do Porto, o quadro a homenageia ao lado de sua família.
A estudante Iris Soares explicou a escolha. “Decidimos homenagear a Ludmilla porque ela é muito gentil e sempre busca ajudar da melhor forma. Pintamos com muito carinho”.
Emocionada, Ludmilla agradeceu a homenagem. “Era algo que eu não imaginava. Busco fazer pelos alunos como se fossem meus filhos. Quero que todos tenham as mesmas oportunidades, inclusive os da zona rural, assim como os da escola da sede”.
Tecnologia e inovação ao alcance dos estudantes
O evento também contou com um espaço de realidade virtual, graças à parceria com a empresa Ensinus. Com óculos 3D, os visitantes puderam vivenciar ambientes da fauna brasileira. Ludmilla ressaltou a importância dessa experiência. “A BNCC da computação precisa ser incluída no currículo, é obrigatório. Temos a parceria com a Infios, com instrutora semanal na escola e laboratório de informática ativo. Hoje trouxeram para a praça os óculos 3D, permitindo que os visitantes se imaginem dentro daquele ambiente. É uma parceria de sucesso”.
A Expoart 2025 reforçou a força da educação municipal e mostrou que, quando arte, criatividade e oportunidade se encontram, os resultados são inspiradores — dentro e fora da sala de aula.













