Fiscal e coordenador de equipe do IMA destaca importante trabalho para controle do maior transmissor da raiva
DA REDAÇÃO- O DIÁRIO traz uma reportagem especial sobre o importante trabalho realizado pelo escritório do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) de Inhapim. Como parte do trabalho desenvolvido na região Gustavo Sturzenecker Moreira, médico veterinário, fiscal estadual agropecuário e coordenador da Equipe de Captura de Morcegos Hematófagos, esteve na cidade de Mendes Pimentel na última semana.
Em entrevista ao DIÁRIO, Gustavo fez um relato sobre o importante trabalho desenvolvido para o controle do maior transmissor da raiva. Sua área de atuação contempla a região de Governador Valadares, Inhapim, Tarumirim, Caratinga, Ipanema, Mantena, Conselheiro Plena, Resplendor, Aimorés e Vale do Aço.
Conforme Gustavo, são visitadas propriedades rurais que previamente solicitam junto ao escritório do IMA a presença dos técnicos, considerando o grande número de animais com mordeduras de morcegos. Também são visitadas várias cavernas e túneis de lavras desativados, que são os abrigos de preferência destes tipos de morcegos. “O objetivo do IMA com estas capturas é diminuir a população de morcegos hematófagos na região, pois estes morcegos do gênero Desmodus rotundus, conhecidos com morcegos vampiros são responsáveis pela transmissão da raiva para os bovinos, equídeos, suínos caprinos, ovinos entre outros. A transmissão da raiva se dá pela saliva destes morcegos contaminados ao morderem os animais para se alimentarem de sangue”, destaca Gustavo.
Os trabalhos de capturas compreendem localizar as colônias destes morcegos e capturar alguns indivíduos através de rede ou puçá. Depois de capturados é passada uma pasta contendo uma substância anticoagulante, conhecida como pasta vampiricida, nas costas destes morcegos e, posteriormente, são soltos no mesmo local. “Devido ao hábito de se lamberem uns aos outros para se higienizar, todos os morcegos da colônia têm contato com a pasta vampiricida causando o extermínio da colônia”.
A CAPTURA
Na terça-feira (24), Gustavo registrou um dia de captura em uma lavra desativada em Central de Minas. “Estamos mais ou menos cerca de 20 metros dentro da caverna e aqui vamos procurar eles para pegar com o pulsar. Vamos com o pulsar, eles ficam grudados na parede. Vamos tentar pegar um por um, devem ter mais ou menos uns 100 morcegos aqui”.
Ele segue relatando a saga com a chegada dentro do túnel e a preparação para captura dos morcegos, que pode durar entre duas e três horas. “Entramos de capacete, macacão, luva, máscara e bota. Todos os equipamentos de proteção. Já pegamos uns 20, inclusive, fêmea com filhote e vamos pegar pelo menos mais uns 20 aqui ainda”.
Ao final, a captura rendeu pelo menos 60 morcegos hematófogos. “Pegamos dentro desse coador grande e colocamos dentro do pulsar. O abrigo é uma lavra desativada, localizada no meio do pasto, o produtor que localizou para nós e viemos fazer o serviço. É um lugar alto. Está comigo o Gabriel, de Ipanema e eu de Inhapim, somos funcionários do IMA, fazendo a captura de morcegos hematófogos”.
IMA
O produtor que tiver conhecimento da existência de abrigos de morcegos hematófagos em sua propriedade deve em contato com o escritório do IMA mais próximo para agendar a visita dos técnicos.
O IMA recomenda a vacinação em todo o rebanho contra raiva, uma vez ao ano, em rebanhos de regiões de baixo risco e de seis em seis meses em regiões onde há histórico de morte de animais com raiva e rebanhos com grande número de mordedura de morcegos hematófagos. “Lembramos para animais que nunca foram vacinados contra raiva, que tem que ser feita a segunda dose após 30 dias da primeira vacina. Ressaltamos que estes trabalhos de captura de morcegos hematófagos só podem ser feito por pessoas treinadas, vacinadas contra a raiva e com os devidos equipamentos de proteção”.