Delegado Ivan Sales afirma que suspeitos não agiram em legítima defesa
CARATINGA – A Polícia Civil em Caratinga deflagrou operação policial relacionada à investigação do crime de homicídio ocorrido no último dia 19 de julho no distrito de Sapucaia, zona rural de Caratinga, contra o pedreiro José Nilton Carvalho de Assis, 58 anos.
Segundo o delegado regional Ivan Sales, a Polícia Civil representou por dois mandados de prisão temporária dos irmãos suspeitos de serem os autores, e de um mandado de busca e apreensão para recuperação do celular da vítima, que até então tinha desaparecido da cena do crime.
Durante o mandado de busca e apreensão a polícia conseguiu localizar o aparelho celular da vítima, e apurar que ele havia sido subtraído logo após o homicídio por um dos suspeitos do crime. “Um dos suspeitos utilizou esse celular da vítima para fazer o pagamento da corrida do mototáxi, quando ele empreendeu fuga. Esse mototaxista que ficou com o celular como pagamento, e vendeu para um terceiro”, explicou o delegado Ivan Sales, ressaltando que os dois também foram presos para análise da autoridade policial de plantão.
Com relação ao homicídio a Polícia Civil conseguiu apurar que o relato dos suspeitos que compareceram espontaneamente à delegacia não procede. “Trata-se de uma briga antiga em razão de uma propriedade rural. Essa propriedade foi recebida em herança por um dos familiares, só que essa pessoa não mora aqui na região. Naquela oportunidade ela deixou que alguns dos parentes ficassem no terreno, mas depois vendeu para uma terceira pessoa. Essa pessoa tomou posse do terreno e contratou outras para trabalhar na lavoura. A vítima acabou sendo assassinada sem ter qualquer envolvimento nessa questão da herança”.
O delegado explica que o grande problema é que qualquer pessoa que chegasse para trabalhar na propriedade, os suspeitos começavam a intimidar, tanto que existem várias ocorrências sobre esse fato. “Várias dessas pessoas que são contratadas, de fato temem e deixam o local, mas essa vítima disse que não sairia pois tinha sido contratada para trabalhar ali, talvez até desconhecendo essa questão dos suspeitos. A versão de que a vítima veio acelerando uma roçadeira contra os suspeitos está bem demonstrada que não ocorreu. De fato ele veio com a roçadeira nas mãos porque era um instrumento que ele estava trabalhando, mas têm testemunhas ouvidas nos autos, que falam que isso não ocorreu, pelo contrário. Quando a vítima disse que não sairia por ter sido contratada, um dos suspeitos passou por trás da lavoura e desferiu um golpe contra ela. O segundo suspeito acabou desferindo mais três ou quatro golpes contra a vítima”, contou Ivan Sales.
Uma testemunha do crime chegou a fugir, foi até ameaçada, mas os suspeitos acabaram recuando.
A Polícia Civil concluirá as investigações em 30 dias, e os suspeitos serão indiciados pelo crime de homicídio. As duas pessoas que estiveram com o celular da vítima serão indiciadas por receptação.











