Sobe e desce nas bolsas de valores
Tivemos mais uma semana com os interesses de curto prazo comandando o sobe e desce diário nas bolsas de café de Nova Iorque e Londres. Com a aproximação do período de colheita da nova safra 2024, época de despesas fortes para os cafeicultores, o volume de negócios fechados no mercado físico brasileiro de arábica está crescendo, mas as negociações continuam difíceis, atrapalhadas pelas fortes e rápidas oscilações nas cotações dos contratos de café na bolsa americana, que impedem uma melhor formação do preço no mercado físico, e pelas incertezas climáticas, que provocam muita insegurança nos cafeicultores.
Análise
Os comentários de que ainda temos muito café nos armazéns brasileiros levam a algumas análises equivocadas. O Brasil é responsável por mais de 35 % do abastecimento mundial de café, e ainda temos pela frente, neste ano-safra, o fornecimento de café para nosso consumo interno e nossas exportações, em março, abril, maio e junho. Considerando, conservadoramente, embarques mensais médios de 3,6 milhões de sacas, mais 1,8 milhão de sacas por mês para nosso consumo interno, precisaremos de aproximadamente 21,6 milhões de sacas nesses quatro meses. Se nossos armazéns estivessem vazios no final de fevereiro, o quadro de abastecimento global de café seria trágico.
Análise II
Conforme análise do Escritório Carvalhaes, de Santos/SP, os fundamentos permanecem os mesmos. “Continuamos com baixos estoques globais de café e consumo mundial em alta; com repetidos eventos climáticos extremos em todo o mundo; tensões políticas crescentes, com a invasão da Ucrânia e ataques terroristas, pelo Hamas em Israel, agora agravados por ataques de rebeldes Houthi à navios no Mar Vermelho, que dificultam, praticamente interrompem, importantes rotas comerciais marítimas. Essa conjuntura internacional conturbada, cheia de incertezas, gera muita instabilidade e o forte sobe e desce diário nas cotações do café”.
ICE
Sexta-feira (1), na ICE Futures US, os contratos para maio próximo, bateram em US$ 1,8535 na máxima do dia, oscilaram 490 pontos entre a máxima e a mínima, e encerraram o pregão em queda de 105 pontos, a US$ 1,8330 por libra peso. Já na ICE Europe, em Londres, os contratos de robusta para maio próximo fecharam também na última sexta em alta de 48 dólares, valendo US$ 3.143 por tonelada.
Estoques
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US subiram hoje 6.941 sacas e estão em 360.547 sacas. Há um ano eram de 787.025 sacas, quando já eram considerados criticamente baixos. Caíram neste período 426.478 sacas. Esses estoques subiram na última semana 36.390 sacas e na semana anterior 16.895 sacas. Subiram 103.777 sacas no mês de fevereiro. No mês de janeiro caíram 1.395 sacas. Em dezembro cresceram 27.158 sacas. No último mês de novembro apresentaram queda de 165.072 sacas e no mês de outubro, a queda totalizou 52.807 sacas. No mês de setembro esses estoques caíram 58.986 sacas. No mês de agosto, a queda foi de 45.369 sacas.
Dólar e o mercado
O dólar caiu na sexta-feira (2) 0,36 % frente ao real e fechou a semana a R$ 4,9550. Fechou a sexta-feira anterior valendo R$ 4,9930. Em reais por saca, os contratos para maio próximo em Nova Iorque fecharam na sexta a R$ 1.201,44. Terminaram a sexta-feira (23/2) a R$ 1.190,83.
Embarques
Até dia 1, os embarques de fevereiro estavam em 2.542.025 sacas de café arábica, 519.069 sacas de café conilon, mais 228.361 sacas de café solúvel, totalizando 3.289.455 sacas embarcadas, contra 3.439.508 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o mesmo dia 1, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 3.838.942 sacas, contra 4.234.139 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Bolsa Nova Iorque
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 23/2, sexta-feira, até o fechamento do dia 1/3, subiu nos contratos para entrega em maio próximo 300 pontos ou US$ 3,97 (R$ 19,66) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE, fecharam no dia 23 a R$ 1.190,83 por saca, e sexta-feira, dia 01, a R$ 1.201.44. Ainda na última sexta, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 105 pontos.