Advogados de defesa apresentam versão de seu cliente e afirmam que pretendem demonstrar que caso foi uma fatalidade
CARATINGA – Pedro Rocha Filho, 52 anos, o herói caratinguense “Piter”, faleceu no dia 17 do mês passado, depois de sofrer um acidente na Praça Cesário Alvim, em frente ao banco Bradesco. A morte de Piter comoveu a cidade, pois se tratava de uma personalidade querida.
Na última quarta-feira (17), Rodrigo Salvador, o motociclista que se envolveu no acidente com Piter, prestou depoimento à Polícia Civil. O DIÁRIO DE CARATINGA entrevistou com exclusividade os advogados Cláudio Augusto Gomes e Grazziani Santana de Oliveira, que estão fazendo a defesa de Rodrigo.
Cláudio explicou que Rodrigo foi ouvido dentro do inquérito policial, que já está sendo encerrado, para apurar o que realmente aconteceu no dia do acidente: negligência, imprudência ou realmente uma fatalidade. “Como advogado temos apresentado e conseguido constar que realmente foi uma fatalidade de trânsito. Havia alguns carros estacionados no lado direito da faixa, em frente ao banco até o Bob’s, e um veículo Fiat que estava na frente dele (Rodrigo) com vidro fumê também parecia que iria estacionar e ao tentar contornar esse veículo, o Piter apareceu de supetão na frente dele. Não teve o quer fazer, foi um impacto muito rápido, ele tentou frear, desviar, mas infelizmente colidiu contra a bicicleta, não com o Piter. O Piter estava empurrando a bicicleta que, por sua vez, o empurrou, e ele veio a bater com a cabeça no meio-fio e depois faleceu”, disse o advogado.
O advogado lamentou o acontecido e ressaltou que Piter era uma personalidade e reafirmou que ele foi vítima de uma “fatalidade”. “Uma tentativa de desvio, ele estava na velocidade permitida, tudo condizente, mas o Piter quando saiu da frente, foi muito rápido, não daria para qualquer pessoa conseguir parar, se você estivesse correndo ali a pé você trombaria contra ele. Muitas pessoas, inclusive da mídia, acreditam que é preciso achar um culpado, mas infelizmente para fatalidade não existe culpado”, afirmou Cláudio.
Ainda segundo Cláudio, o próximo passo será o delegado encerrar as investigações e assim que colher todas as provas, elaborar um relatório e colocar uma portaria pedindo a procedência para uma denúncia, que é encaminhada ao fórum ou pelo arquivamento. “Ao receber o juiz encaminha à promotoria. Se for caso de denúncia, o promotor só confirma e aí damos seguimento ao processo, se for arquivamento já se arquiva. Ou pode acontecer de ser indiciado e caminhar pra uma denúncia que seria de homicídio culposo, mas a defesa não acredita que vamos chegar a isso. Estamos bem otimistas, a polícia já tem imagens que o Piter vinha caminhando na rua, na contramão, não na calçada, e ele foi desviar dos veículos já estacionados ali e o Fiat estava em fila dupla e realmente tampou a visão do motoqueiro”, disse Cláudio.
O também advogado Grazziani ressaltou que os argumentos apresentados pela defesa demonstrariam que o motociclista “não teve culpa”. “Somos solidários a toda essa comoção que a cidade teve, porém o que aconteceu nesse fatídico dia foi um acidente. Rodrigo não teve nenhum tipo de culpa nesse sentido, foi uma fatalidade que veio vitimar uma pessoa de um carisma muito grande, uma personalidade da nossa cidade e região, a gente observa que durante as investigações será provado que Rodrigo não teve nenhum tipo de culpa”, finalizou Grazziani.