Dificuldade de acesso e necessidade de reforma das casas estão entre as principais demandas no Bairro Doutor Eduardo
CARATINGA- Conforme relatório disponível no site do Serviço Geológico Nacional, um estudo com diagnóstico e mapeamento das áreas com potencial de risco no ano de 2012, revelou que Caratinga estava entre os 821 municípios brasileiros prioritários. Foram identificadas áreas de risco alto e muito alto em vários bairros, dentre eles, o Doutor Eduardo.
É o caso de duas moradoras que fizeram contato com o DIÁRIO. Maria de Lourdes reside na Rua Januário, já Márcia Helena é moradora da Rua Francisco Condé de Oliveira. Além do mesmo bairro, elas têm o comum o fato de buscarem obras importantes para o acesso a suas residências e uma melhoria da qualidade de vida.
Maria de Lourdes
É pelo caminho que dá acesso à casa de um vizinho, que Maria de Lourdes utiliza para chegar à sua residência. A moradia é bastante simples e precisa passar por uma reforma completa. “Com as águas da chuva tenho muito medo de desabar tudo e não tenho condição de gastar, porque trabalho fazendo serviço na casa dos outros, olhando criança, fazendo ais para comer e beber, se for olhar tem dia que nem dá. Se eu tivesse condições eu gastava com minha casa, mas, não tenho no momento”.
Maria mora sozinha, como ela prefere dizer: “Moro eu e Deus”. A dona de casa afirma que a cada chuva, aumenta o medo, devido às condições precárias da residência. “Quando chove não pode nem dormir, desce tudo dentro de casa. Tem um quartinho ali, que tive que guardar minhas coisas mais para o fundo, assim, se descer tudo mais pela porta da sala, minhas coisas não vão tudo para baixo. É complicado, tem hora que fico com medo de ficar até de dia e desabar tudo em mim, porque os paus estão tudo podre. Está tudo rachado”.
Outro problema enfrentado pela moradora é exatamente o acesso para a casa. O local não tem escada e o terreno por onde ela costumava passar sofreu alguns deslizamentos após as últimas chuvas. “Não tenho caminho onde passar, passo pelo lote de vizinho porque não tenho acesso. Não tem passagem, não tenho condição de gastar na escada. Essa é a verdade”.
Ela mostrou os cômodos da residência. No quarto, muitas infiltrações. O local precisou ser praticamente desocupado. “Esses dias sequei tudo aqui, estava alagado de água, puxei com o rodo e fui secando. Tirei o colchão que estava molhando tudo, aqui desce uma bica d’água. O banheiro, os tijolos estão meio podres, tem hora que fico até com medo de tomar banho e desabar tudo na minha cabeça. Peço se alguém pode me ajudar um pouco, estou tendo que passar no terreno dos outros”.
Para quem puder contribuir com as obras necessárias e conhecer a história de Maria de Lourdes, pode fazer contato pelo (33) 9 9844-4006. “As paredes estão trincadas, precisa de tudo. A cozinha é meio apertadinha, muito baixa, também desce um pouco de água por cima das minhas vasilhas, a janela está toda arrebentada. Preciso fazer um caminho para passar, fazer pelo menos um muro para segurar um pouco da frente da minha casa e a escada, já me ajudava um pouco”.
Márcia Helena
Todos os dias, para chegar e sair de casa, Márcia Helena precisa passar por um caminho bastante complicado. Com as chuvas do feriado, a situação ficou ainda pior, por isso, ela decidiu pedir ajuda à população. “Vim aqui pedir o povo de Caratinga para ajudar arrumar minha casa, porque estou com criança pequena e ela está em área de risco. Tem várias trincas dentro de casa, o banheiro inclusive não tem nem como usar, porque até hoje a Copasa não veio ligar a rede de esgoto. Quem puder me ajudar, pode ser com pouca coisa, o que puder para eu fazer esse muro da frente e de trás”.
Márcia enfatiza as dificuldades enfrentadas e deixa o seu telefone de contato para que a população possa contribuir: (33) 99938-0696. “A casa é minha, fiquei dois anos fora, voltei e não está tendo como ficar. Queria que alguém pudesse me ajudar, sempre que chove dá problema, não está tendo nem como descer, tivemos que fazer uma escada improvisada para subir. Minha casa está dando estalo de noite, fico até com medo”.