Pergunta: – O coração do ser humano é bom ou depravado?
Tempos atrás escrevi e colei no meu laptop, acima da tela: “O que aprendi, e preciso passar adiante.” Hoje, ao ler essas palavras, decidi escrever sobre algo que foi e continua sendo muito importante em minha vida.
É sobre a maldade – um dos muitos mistérios que a humanidade tem tentado entender e resolver através dos milênios: – Como é que uma pessoa pode ser boa, e ser má também?
Há diversas “teorias” sobre isso, e certamente cada uma delas aponta para alguma parte verdadeira, seja influências em idades formativas, bem como “acontecimentos específicos” cuja profundidade e impacto nem sempre podemos avaliar. Pessoalmente creio que não conseguimos explicar esse paradoxo – somos uma coisa, e podemos ser exatamente o oposto.
De minha experiência, queria mencionar algumas passagens sobre o assunto; gostaria, também, de dar a oportunidade a cada um dos meus leitores de expressar a própria opinião.
Por um lado, as Escrituras apresentam os Dez Mandamentos, que apontam para algumas coisas relativas ao mal dentro de nós:
– Eles são como um espelho, no qual podemos ver nossos erros, ou pecados: “… eu não conheceria o pecado se não fosse pela lei; porque eu não conheceria a COBIÇA, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.” (Rm 7.7)
– Contudo, no mesmo trecho, o escritor diz: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; pois o querer o bem está em mim, mas não o realiza-lo.” (Rm 7.18) Assim, a ideia é mais trágica: é que nossa inclinação é mais para o mal que para o bem!!!
– Talvez a palavra mais correta aqui deveria ser domínio – isto é: somos dominados pelo mal e sozinhos não podemos nos libertar: “… vejo… outra lei guerreando contra a lei da minha mente e ME fazendo ESCRAVO da lei do pecado… Desgraçado homem que sou! Quem me livrará deste triste fim…?” (Rm 7.23-24)
Em outras palavras, sendo sinceros, não há nenhuma saída: nossa culpa, o peso dela – proveniente de nossos erros ou pecados – só tenderá a aumentar a cada novo dia! (Isso se não cairmos em outra armadilha, a do “faz-de-conta”, e nos tornamos insensíveis, cauterizamos os remorsos, “matamos” nossa consciência – francamente, eu é que não queria viver nem perto de alguém que “sempre” está certo, que não tem “consciência” ou que não reconhece seus erros – você não concorda comigo?)
– A última parte deste trecho de Romanos é, porém, muito “otimista”: há uma saída, por isso, é algo que não podemos deixar de ler e entender: “Graças a Deus por Jesus … Deste modo, com a mente eu mesmo sirvo à lei de Deus, mas com a carne, à lei do pecado.” (Rm 7.25)
Segundo os textos acima, o mal está dentro de nós, mas não precisamos ser escravos dele.
Fica a pergunta: – De onde vem essa disposição má, e até tendenciosa – inclusive ao crime – do nosso coração? Pois:
– Não é verdade que Deus criou o homem bom? “Deus fez os homens justos, mas eles buscaram muitas complicações.” (Ec 7.29)
– A Bíblia relata que foi através da desobediência do 1º. casal que o mal veio a habitar e, inclusive, a reinar no nosso coração! ! ! Deus permitiu a queda – através da desobediência, por quê? O Eterno – com Sua visão do futuro – já tinha dado um passo adiante: Seu Filho Jesus traria a libertação e salvação. No anúncio do que estava acontecendo com Maria, seu noivo – José – recebeu a seguinte explicação: “Ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados…” (Mt 1.21)
– Essa tem sido a história das pessoas desde então: Deus pode mudar a mais profunda queda do homem em salvação e bênção. Há, portanto, um passo da nossa vontade que muda o nosso destino, para ser do bem, e ter todo o mal praticado perdoado: “… todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de se tornarem [verdadeiros] filhos de Deus.” (Jo 1.12) E “… assim como pela desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, … pela obediência de um só muitos serão feitos justos… como o pecado reinou na morte, assim também a graça reina pela justiça para a vida eterna, por meio de Jesus…” (Rm 5.19, 21)
Estão aí alguns pensamentos sobre o porquê do mal entre nós, e principalmente, dentro de nós.
Jesus falou diretamente sobre isso: “… é do coração que procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” (Mt 15.19) Tiago, em sua carta que tem o seu nome, escreveu: “Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão e o julga, fala mal da lei e a julga. Se julgas a lei, já não és cumpridor da lei, mas juiz. Há um só legislador e juiz, aquele que pode salvar e destruir. Mas quem és tu, que julgas o próximo?” (Tg 4.11-12)
Como adiantei acima, o assunto não é de fácil resposta, mas tenho visto nos meus anos como indivíduo, filho, marido, pai, avô, bisavô, funcionário, chefe e, sobretudo, como amigo, que essas citações do Livro fazem muito sentido. Por isso eu muito cedo em minha vida, e várias vezes depois, decidi estar e andar com Jesus, mesmo que Ele e Suas palavras nem sempre são respeitadas pelas pessoas.
Finalizando: E você, caro leitor, cara leitora, qual é sua opinião, e qual o seu posicionamento? Você pode me escrever. Fico no aguardo de seu e-mail.
O meu endereço:
[email protected] ou [email protected]
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum