Meteorologista comenta situação climática de Caratinga
CARATINGA- Caratinga viveu um intenso momento de seca ao longo de 2017. Foi até preciso o rodízio de abastecimento devido à escassez no Córrego do Lage. Mas, já no final do mês de outubro a situação mudou e com as chuvas que chegaram à região foi possível normalizar os serviços. Foram registrados 51 milímetros somente entre 20h de 31 de outubro e 8h de 1° de novembro na cidade, conforme informações do Climatempo, repassadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
De acordo com o diretor do Departamento de Proteção e Defesa Civil de Caratinga, João Batista Bárbara, do dia 1° de novembro até às 16h de ontem foram contabilizados 93,8 milímetros. A média para o mês é de 188,4 milímetros, ou seja, já choveu quase 50%. Dados mais recentes contabilizados pela Defesa Civil são de que choveu 14,8 milímetros nas últimas 32 horas.
Já em relação à projeção anual, já choveram 602.8 milímetros, sendo que o esperado até o mês de novembro era de 982,5 milímetros. Ou seja, 379,7 milímetros a menos. Até dezembro se espera 1192,5 milímetros.
As áreas de risco do município são mapeadas e monitoradas pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN), e “qualquer risco à cidade receberá o alerta em tempo hábil, e avisaremos a população”, ressalta João Bárbara.
METEOROLOGIA
Para falar sobre a situação climática do município, o DIÁRIO DE CARATINGA conversou com o meteorologista Ruibran dos Reis. Ele destaca os principais fatores que envolveram a falta de chuvas na região e faz projeções para o ano de 2018.
“Uma forte massa de ar seca atua no Estado de Minas Gerais dificultando a formação de chuvas isoladas, que é típico da primavera, e também fazendo bloqueio a chegada de frentes frias. Não estavam atuando os fenômenos El Niño e La Niña, a forte convergência de umidade para o oceano Atlântico Norte, que gerou vários furacões e que gerou a massa de ar que atuou em Minas Gerais”, explica.
Sobre os registros nos termômetros, frente a média histórica, Ruibran destaca que normalmente as temperaturas mais altas do ano são observadas na Primavera, com um mês de outubro com temperaturas altas, no entanto, não houve quebra de recordes em Caratinga. “Mas, devido a ocorrência das chuvas nos meses de novembro e dezembro, as temperaturas deverão ficar abaixo da média histórica, um ou dois graus”.
Além disso, o fenômeno La Niña está ganhando intensidade e poderá trazer chuvas para a região nos meses de março, abril e maio. “Com temperaturas baixas na região devido a chegada de massas de ar polar”, afirma.