Estamos de parabéns: a festa cívica das eleições brasileiras está sendo admirada em todo o mundo livre!
Os analistas, comentaristas, entendidos de política ou do ‘jogo’ das eleições, etc. têm diante de si um campo de pesquisa muito vasto, exuberante – e agora, principalmente, durante os próximos 26, 27 dias a partir desta segunda-feira.
Assim, entrando nessa fila de muitos milhões que opinam, falam, escrevem – o Brasil é e continuará no centro das atenções. Pessoas de diversas culturas e formas de entender a democracia trarão suas ideias e sugestões para esta nossa batalha ideológica.
Primeiramente, meu desejo e esperança é que o dito ‘corpo-a-corpo’ seja feito em paz, figurativamente, ou virtualmente, – sempre: NADA DE VIOLÊNCIA.
A democracia é nossa crença ou afirmação que o governo tem três lados: do povo, para o povo, e pelo povo. Assim, povo é a palavra principal.
Do povo – o candidato vem do povo e o representa. Em outras palavras, ele deve se identificar com o povo. Isso é muito difícil, pois considere a multiforme variedade de pessoas brasileiras: representa-las, cuidar de suas necessidades, promover seu bem-estar – é algo muito difícil, impossível, e realmente, um governante de um país como o nosso – de dimensões continentais – precisa de todo o apoio, e de apoio e assessoria de verdade. Por um lado, é ele mesmo que escolhe seus auxiliares, mas por outro, tem todo aquele sistema que, em governo anterior, tentou-se desburocratizar, mas ao que parece, pouca coisa foi alcançada. De qualquer forma, o governante precisa se identificar não com sua classe, nem com a classe mais elevada, dominante, mas sobretudo, com aqueles que estão talvez sem classe ou desclassificados. A ideia original da democracia verdadeira (sempre parece algo ideal) é que ninguém seja esquecido, e que principalmente aqueles que foram ignorados, deixados à margem – que eles sejam colocados no centro das atenções, preocupações, debates, projetos, verbas, etc. e etc.
Para o povo – aqui a preocupação é, mais uma vez, com a identificação do governante. Não importa de qual grupo, classe ou classificação ele vem, o que ele deve saber – e saber sempre, em cada ato e ação, em cada palavra e afirmação, ou negação – que aquele que está na linha do esquecimento, do desprezo, na contramão é quem de fato precisa ser considerado. Gostaria aqui de destacar coisas básicas para o ser humano:
– primeiro, família: digam o que quiserem, os primeiros anos de vida são decisivos para a formação de um bom caráter – e é isso que mais falta em nossa sociedade, ninguém tem dúvida disso. Não é tanto como essa ‘família’ é formada – mas tem que ser um “grupo” (de pelo menos, duas pessoas) saudável, onde o amor existe de fato (isso é e sempre foi básico para o início da vida nesta Terra: ser amado!);
– segundo, liberdade: cada um de nós tem direitos que só existem se são respeitados pelo próximo. Pra isso, temos de ter educação, pelo menos a básica, para poder entender os limites, tanto nossos como do outro. Mas, é óbvio: quanto mais educação – aquela que fomenta o crescimento e desenvolvimento PRINCIPALMENTE do caráter -, tanto melhor!
– terceiro, igualdade: é muita cegueira e ignorância no mundo inteiro achar que um é mais que o outro. Somos todos criados da mesma substância, nascemos do mesmo jeito (pequeninos, em formação, necessitados de todo o cuidado). As diferenças entre nós são os acréscimos ou incentivos – próprios, recebidos, herdados, doados – descontando o sofrimento que a falta de igualdade, de justiça causam;
– quarto, fraternidade: enfim, somos ou não somos irmãos? Tudo o que nos distancia do outro, que nos diferencia a ponto de provocar barreiras, conflitos, ódio – tudo isso está errado, tem origem alheia à forma como viemos, originalmente. Como está claro para cada um que conhece um pouco de sua natureza que nosso respirar, nosso andar, nosso viver é um milagre, e nada podemos fazer para acrescentar um só minuto ao nosso tempo predeterminado!
Pelo povo: a democracia é pelo povo. A diferença entre esquerda e direita é algo que nem sempre nos é consciente. Nos Estados Unidos, por exemplo, temos essas duas concentrações que têm – através dos tempos desde a libertação do jugo britânico – e mesmo trocando de partido, – se mantido constantes: Os da esquerda estão preocupados com os detalhes, tanto no país como no mundo. Os da direita pensam primeiramente, como é que podemos ser uma nação forte, para garantir a liberdade, os direitos humanos, etc. no país, e no mundo. Para tanto, a economia, o desenvolvimento da tecnologia, da ciência, da indústria, etc. precisam ser fomentados. A direita ‘peca’ por esquecer o pobre, o explorado, o injustiçado – e pode (talvez até sem querer) promover a pobreza em prol do desenvolvimento. A esquerda ‘peca’ por não se importar o suficiente com a verba, isto é, o dinheiro necessário para promover, desenvolver o lado social, saúde, educação, etc. PRECISAMOS DE GOVERNANTES CORAJOSOS, e que farão a média entre esquerda e direita. Quando a ênfase é só na esquerda, é fácil cair na armadilha de ver apenas grupos de pessoas, e esquecer o indivíduo, quando cada um de nós é uma unidade única, indivisível! Os valores se perdem no idealismo, nas muitas promessas e num descontrole geral da sociedade – razão porque os aproveitadores estão à espreita, para entrar e tomar conta do poder, para trazer um “governo estável”, mas onde os direitos pessoais, do indivíduo, são suprimidos. (A história nos ensina essa lição muito dura! Temos de leva-la a sério!) Quando só a direita governa, os números dominam, entre outros, os do lucro! Está certo que haja lucro, mas – novamente – dentro dos limites, e sem a exploração do indivíduo – salários justos, participação do lucro da empresa, oportunidades de crescer também, etc. – tudo isso e muito mais, respeitando sempre os direitos individuais de cada um que participa da sociedade, do POVO.
Recatadamente, após essas colocações rápidas, aqui estão algumas ideias para os candidatos principalmente à Presidência de nossa pátria:
- Evite aumentar, aprofundar mais ainda o “mar de mentiras”;
- Reconheça os erros recorrentes em suas gestões;
- O povo precisa saber de sua tristeza com o sofrimento deles. Se for o caso, peça perdão sincero, em cadeia nacional – um discurso bem preparado juntamente com pessoas com valores tipo verdade, justiça, humildade, humanidade, enfim – amor;
- Apresente honestamente esses valores humanos como parte do seu compromisso com o povo e jure que você os adotará doravante;
- Também, muito importante para o seu bem: tenha um bom terapeuta ao seu lado, que vai ajuda-lo em cada nova etapa, mostrando um caminho saudável para diminuir/acabar com a sua própria ansiedade. Assim, você poderá ficar bem sem precisar de drogas, bebida forte, ou sem abusar/violentar os outros, geralmente, as vítimas são os pequeninos ou fracos ou menores que você (como a gente é covarde, não é? Será que não aprendemos nunca a escolher alguém do nosso tamanho? Isso é simples e justo).
Como alguém vindo do lado da Teologia, queria ainda dizer o seguinte:
Você, candidato, seja para Presidente, Governador ou outra posição no governo de nosso Brasil: VOCÊ é alguém muito importante, mas saiba que você tem ALGUÉM acima de você que está vendo tudo. Cada movimento seu – você colherá os resultados, bons ou maus.
Peço também que não se esqueça: estamos todos muito sem esperança, cansados, e o sofrimento está se espalhando, cada vez mais. E quem mais é atingido é aquele que já estava sofrendo…
Então, eu lhe imploro: – Seja humano, seja esperto de verdade, seja valente dentro da medida certa, e deixe de ser convencido e ganancioso.
Os pobres do Brasil – (você sabe quantos milhões somos agora?) – estão aguardando ansiosos pela sua ação salvífica, ou salvadora!
Diz o sábio de Provérbios:
“O temor do Senhor é odiar o mal; assim, odeio o orgulho, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa.” (Pv 8.13)
“O que despreza o próximo peca, mas feliz é aquele que se compadece dos pobres.” (Pv 14.21)
“Quem oprime o pobre insulta seu Criador, mas dá-lhe honra quem se compadece do necessitado.” (Pv14.31)
“A justiça exalta as nações, mas o pecado é a vergonha dos povos.” (Pv 14.34)
Finalizo desejando que você mereça de verdade cada voto que lhe será dado – serão votos conscientes, de seres humanos como você, e que estão dependendo de respostas para ontem – que você possa merecer nossa confiança, o nosso voto.
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum E-mails: [email protected] ou [email protected]