Tema se aprofundou na questão, que para muitos ainda se trata de um tabu
CARATINGA – Um seminário realizado na Unidade Acadêmica I do Centro Universitário de Caratinga colocou em discussão os limites e as possibilidades de um transtorno cada vez mais presente no cotidiano: o autismo. Para muitos o problema ainda é um tabu e suas causas, consequências e métodos de tratamento não são devidamente conhecidos.
O curso de Psicologia e a Coordenadoria de Extensão do UNEC promoveram o evento que também contou com a presença de acadêmicos do curso de Pedagogia. O seminário foi realizado na noite desta quinta-feira (09), no salão de palestras Celso Simões Caldeira. Acadêmicos, convidados e profissionais da educação participaram de um debate e assistiram a uma palestra especial sobre o tema. Profissionais interessados em conhecer mais profundamente sobre como lidar com pessoas portadoras do transtorno autista também acompanharam atentamente a programação.
Para os acadêmicos uma oportunidade única. É o caso da aluna do 2º período de pedagogia, Fabiane da Silva Melo. “Como futuras pedagogas, precisamos conhecer um pouco de cada síndrome. Estamos vendo muitos casos de autismo nos tempos atuais. Estamos adquirindo um conhecimento maior, para saber lidar futuramente com os nossos alunos especiais. É através desse conhecimento, de palestras, que vamos desenvolver bem a profissão. Temos que estar preparados, do contrário, como poderemos lidar com esse tipo de caso?”, questionou.
Já a estudante Ingrid Rafaela Vieira Campos, aluna do 4º período do curso de Psicologia, acredita que o tema mereça mesmo uma atenção especial. “O autista possui uma maneira subjetiva de ser, de se entrosar. A palestra acrescenta muito. Temos que estar preparados para lidar com o aluno autista, tanto na vida, quanto na escola. Aprendendo melhor e ajudando as pessoas a conhecer e lidar com o autista.”
O distúrbio se caracteriza, em tese, por uma patologia onde existe dificuldade da comunicação social e por comportamentos repetitivos. Trata-se da polarização privilegiada do mundo dos pensamentos, das representações e sentimentos pessoais.

Professor José Aylton de Mattos, coordenador do Núcleo de Extensão do Centro Universitário de Caratinga
Há casos em que educadoras contextualizam o processo de alfabetização de acordo com gostos pessoais do aluno com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e obtêm avanços.
Existem professoras que flexibilizam as atividades para os estudantes autistas. De acordo com especialistas, o trabalho conjunto entre sala regular e atendimento educacional especializado, com o desenvolvimento de estratégias pedagógicas para adolescente, também costumam apresentar bons resultados. “Toda vez que discutimos a questão da criança especial, é muito importante adentrarmos nesse campo do conhecimento. Os professores ainda estão pisando de forma leve nesse terreno. Falamos da inclusão e da criança especial ser incluída na escola regular. Lidar com a situação é um grande desafio. Trazer um profissional da área da saúde, para tratar de um tema tão relevante, é de uma importância única”, foi o que disse a coordenadora do NAP, Núcleo de Apoio Psicopedagógico do UNEC, Inês Azevedo.
Já o coordenador do curso de Psicologia, Marco Antônio Gomes, acredita que o foco principal seja mesmo a inclusão social. “É importante mostrar para os profissionais educadores, para os pais e a comunidade, a importância da inclusão das crianças, jovens e adolescentes na sociedade.”
A psicóloga Gleice de Castro Nogueira, especialista em transtorno espectro autista e em terapia comportamental da infância e adolescência, fez uma palestra sobre o tema. “Vir a Caratinga para que pudesse falar um pouco sobre o autismo. Fui convidada para que a gente pudesse destacar os limites e as possibilidades do autismo para os estudantes. Especificamente é um transtorno que traz um pouco de curiosidade à população porque há muito que se aprender a respeito do tema.”
O seminário: ‘Autismo: limites e possibilidades’, contou com o apoio da coordenação do Núcleo de Extensão, especializado em iniciativas do tipo. “No UNEC temos a função específica de promover os eventos das áreas culturais e institucionais. Com o seminário, fechamos a programação do ano de 2017. Recebemos convidados, inclusive de Inhapim, alunos e professores, e todos compareceram.” Concluiu o professor José Aylton de Mattos, coordenador do Núcleo de Extensão do Centro Universitário de Caratinga.