CARATINGA – Na manhã do próximo sábado (15), uma partida recheada de craques da história de Caratinga acontecerá no Estádio do Carmo, Bairro Esplanada. A renda do jogo será revertida para César, ex-jogador do futebol caratinguense que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Nomes que marcaram o futebol mineiro e nacional também confirmaram presenças. Eder Aleixo, que jogou pelo Atlético-MG, Grêmio, Palmeiras, Cruzeiro e Seleção Brasileira; e Róbson, ponta-direita do time do Cruzeiro, campeão mineiro de 1987; já avisaram que estarão em Caratinga no próximo sábado.
RÓBSON PONTA
Róbson Caetano Duarte nasceu, em 1959, na cidade de Belo Horizonte. Em 16 anos de carreira, além do Cruzeiro, defendeu também as cores do Bahia e do América-MG, tendo anotado 140 gols, sendo 38 pela camisa celeste. Dois desses gols estão na memória do torcedor cruzeirense. No dia 2 de agosto de 1987, Róbson fez o segundo gol na decisão do campeonato mineiro diante do Atlético-MG. O Cruzeiro venceu por 2 a 0 e sagrou-se campeão estadual. Em 3 de agosto de 1988, ele fez o gol mais bonito de sua carreira diante do Nacional/URU pela semifinal da Supercopa da Libertadores. Esse tento foi chamado de ‘Gol Espírita’ pelo narrador da Rádio Itatiaia Alberto Rodrigues, o ‘Vibrante’.
Jogador versátil, Róbson jogava nas duas pontas e também no meio-campo. Ele conversou com o DIÁRIO, falou de sua carreira e da expectativa de sua vinda à Caratinga.
Róbson, você foi um jogador versátil no ataque, jogava principalmente de ponta-direita. Mudou muito o futebol dos anos 80 para os dias de hoje?
Eu acho que o futebol mudou muito. Com a saída dos pontas acabou o show do futebol, tirou o brilho da festa. Joãozinho no Cruzeiro e Alves, lateral pelo Galo, eram um show a parte. Duelo interessante para assistir. Os treinadores inventaram agora o tal esquema tático (losango), então são cinco no meio e um atacante apenas. Ninguém merece.
Sua passagem junto ao Cruzeiro é muito lembrada pela torcida. Quais as partidas que mais lhe marcaram vestido à camisa azul celeste?
Gol do título em 1987 contra o Galo, os três gols que eu fiz contra a Inter de Limeira em 1986 e o ‘gol espírita’ contra o Nacional de Montevidéu em 1988. 112 mil pessoas estavam no Mineirão. Foi incrível.
Poderia nos descrever como foi esse gol contra o Nacional/URU pela na semifinal da Supercopa de 1988?
O jogo era válido semifinal da Supercopa da Libertadoras da América e o empate desclassificava o Cruzeiro. Aos 32 minutos do 2º tempo, recebi uma bola do Balú na linha de fundo. Foi um lançamento. Quando a bola picou, eu dei um chapéu no Relez e chutei a bola no ângulo contrário do goleiro Sere. Vi o ‘Gigante da Pampulha’ tremer. Eram 112 mil torcedores enlouquecidos.
Hoje você trabalha com categorias de base. Como procura moldar estes futuros atletas?
Hoje sou supervisor-geral no Centro de Treinamento do América, em Santa Luzia, onde tem três categorias: o pré-infantil, infantil e o juvenil. Trabalho com atletas na faixa etária de 14 a 17 anos.
O América é um clube reconhecido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como formador de atletas. A logística desse trabalho é muito difícil e complexa porque independente de nós formarmos um atleta, temos que cuidar da alimentação, escola, disciplina, documentação, contrato de formação e toda programação da semana dos treinamentos, jogos, e testes. Os atletas das categorias de base hoje tem uma condição que nenhum profissional do passado teve. Mas eu gosto desse trabalho. Com a minha experiência, estou passando para os atletas tudo àquilo que vivenciei no futebol nacional e internacional.
No próximo sábado você estará em Caratinga para um jogo solidário. Quais suas expectativas para essa partida?
Eu gosto de participar desses jogos solidários porque é uma oportunidade que a gente tem de estar dando uma parcela de contribuição para uma causa tão nobre: ajudar um ex-jogador de futebol. E pro outro lado temos a oportunidade de nos encontrar com torcedores do passado, pessoas que nos viram jogar. Será um prazer conhecê-los pessoalmente.