Instituição afirma que precisa de ajuda para adquirir um veículo
CARATINGA- “Precisamos de transporte para que nossos filhos permaneçam tendo atendimento nas ‘Oficinas Terapêuticas’ oferecidas pela APAE”. O recado estampava cartazes das mães de crianças com deficiência que participam de oficinas na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Caratinga.
Conforme as mães, o transporte que passava diariamente pelas casas, dessa forma, a alternativa apresentada foi que elas levassem os filhos até a unidade da associação na Rua Raul Soares, centro para que eles fossem levados posteriormente para o Monte Líbano, o que para elas é inviável.
De acordo com Andrea da Silva, no dia 24 de abril elas foram comunicadas em reunião de que o transporte seria suspenso. “Eles disseram que a Prefeitura cortou a verba e o Tele-APAE não daria para suprir a necessidade do transporte dos meninos da oficina e queria manter somente os meninos da Educação. A van passa do meu lado lá, pega meu vizinho que é da Educação, mas, se não tiver vaga para meu filho que é da oficina, ele não vai. A maioria dos meninos está em casa, sem condição de dar continuidade ao estudo, porque não tem condição de chegar na Apae. A Apae falou se nós conseguirmos o ônibus, o motorista a Apae por conta própria contrataria. Fizemos um abaixo assinado e até hoje não tivemos resposta”.
Juanília Maria de Assis frisa que levar a filha até a porta da Apae não é uma boa alternativa e que gostaria que o transporte retornasse. “Como vamos deixar um filho especial, descer do conjunto com ela, esperar o carro e depois voltar pra buscar. Como vai ficar essa situação? Não posso deixar minha filha solta na rua. É a nossa luta. A gente queria que eles esclarecessem melhor, falou que o carro estava andando cheio, mas, a culpa é nossa? Não. A culpa é deles que não procurou resolver o problema antes. Acho que merecemos um pouco de consideração. A obrigação é deles procurar”.
Luís Henrique Bitencourt, presidente da APAE, em entrevista à imprensa, justificou que ofertar o transporte para as oficinas não é obrigatoriedade da associação. “Realmente foi suspenso o transporte das oficinas, mas, pela metade, faríamos o transporte escolar primeiro, que é nossa obrigação, temos convênio com o município. Temos as oficinas que também servem de preparação para a vida diária dos assistidos, mas, não é obrigatório essa frequência. A escola é obrigatória. Esse é um benefício da Apae, custeado com recurso do Tele-Apae, dos pais que têm interesse em ajudar a Apae. A cada ano que tem formatura na escola acrescentamos em torno de 20 pessoas nas oficinas e vai acumulando o transporte, estávamos com os ônibus superlotados. Os pais reclamaram e mães falando que iam denunciar ao Ministério Público essa situação. Então, antes que houvesse essa denúncia, tomamos essa atitude e explicamos pra ela”.
O presidente frisou a alternativa apresentada às mães e disse que o executivo não terá condições de auxiliar nesta questão. “Faríamos transporte escolar nossa obrigação e depois o transporte das oficinas pegando na porta da Apae da Rua Raul soares. Mas, cada um tem um problema pra resolver antes de levar o filho e querem que a Apae busque em casa. Se for buscar em casa vai ser o tempo de colocar os meninos no ônibus, chegar na Apae, virar de novo e voltar com eles. Não dá tempo de buscar em casa e levar de novo para participar das oficinas. Elas sugeriram ônibus da Prefeitura, fizemos ofício para o secretário de Desenvolvimento Social, que já havíamos conversado com ele a respeito e ele falou da impossibilidade. Isso não tem nada a ver com prefeitura. Pela Prefeitura temos a Educação suprida, da Saúde que está sendo negociada com o secretário e o prefeito”.
Conforme Luís, a Apae necessita adquirir um veículo para transporte. Mas, para isso, precisa de ajuda. “Já estamos tomando providências há muito tempo. Precisamos de um micro-ônibus, já tentamos com deputados. A Apae não tem esse recurso. Toda verba destinada foi pra custeio. Já tentamos, são vários ofícios. Fazemos a nossa parte”.