Estudantes e pais de alunos manifestam por construção de escola

Alunos da Escola Estadual Monsenhor Rocha, em Santa Bárbara do Leste assistem às aulas em locais improvisados, após desabamento de parte do antigo imóvel

CARATINGA- Durante a solenidade de inauguração do novo prédio do Fórum de Caratinga, estudantes e pais de alunos da Escola Estadual Monsenhor Rocha, que fica em Santa Bárbara do Leste, fizeram uma manifestação. Eles destacaram nos cartazes que “garagem não é sala e igreja também não”. Desde 2014, os alunos e professores precisaram se acomodar em espaços improvisados, quando parte da antiga escola desabou. De lá para cá, eles lutam para a construção de um novo espaço e diante da falta de respostas, decidiram chamar atenção das autoridades.

Carina Teixeira, mãe de aluno, destaca que a situação é precária e é preciso uma resposta rápida para o problema enfrentado. “Tem anos que essas crianças estão estudando em garagem, igreja, salas quentes, apertadas, que está prejudicando o ensino, o desenvolvimento deles. A gente está triste com o descaso do governo com a escola. Não tem condição dessas crianças permanecerem do jeito que estão. É um absurdo, temos visto que eles estão investindo em outras coisas e deixando a educação em segundo lugar. Estamos fazendo um protesto, um pedido de misericórdia para o governo olhar para a nossa escola”.

Mesmo com todas as dificuldades, Santa Bárbara do Leste se destacou com dois premiados na ‘Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro’, Phâmella Paula da Silva, 16 anos, e Sérgio Firmo de Souza Júnior, de 17 anos. Eles participaram da manifestação e destacaram a necessidade de um novo espaço.

Sérgio Júnior, que mora no Córrego dos Ferreiras, cursa o 3° ano do ensino médio (noturno) e sua turma funciona no imóvel da Escola Municipal Marlon dos Reis Lopes. Ele explica que o espaço acaba deixando os alunos desmotivados. “A gente está num espaço emprestado, a situação é muito difícil. Não tem uma estrutura adequada, assim como uma paisagem bonita incentiva alguém a fazer um poema, uma estrutura incentiva o aluno a estudar. Se não tem, o aluno não tem aquela vontade. Às vezes tem até piadinha: ‘Você vai pra escola ?’. ‘Não, vou para o salão paroquial’. Porque não temos uma escola”, disse.

Phâmella é aluna do 1° ano ensino médio e sua turma está instalada no salão paroquial. Ela afirma que as aulas estão sendo prejudicadas. “A estrutura é dividida porque não tem salas de verdade, então a gente divide com divisórias de madeira, sem contar que nem espaço pra educação física, não tem laboratório, quadra, não tem nada. Normalmente as matérias são diferentes e a gente acaba estudando as aulas de outra turma”.