Vivemos hoje em uma sociedade que, infelizmente, parece caminhar a passos largos para a degradação moral e, consequentemente, social, já que os sistemas moral e social estão interligados e, a degradação moral do homem o leva à ações que degradam a si, aos outros e, consequentemente, a sociedade como um todo.
Em nossa realidade atual, todos os dias vemos coisas, ouvimos notícias e presenciamos cenas que nos levam a nos perguntar; onde tudo isso vai parar? Onde os novos estilos de vida vão nos levar e, juntamente conosco, onde levará a sociedade na qual vivemos? Estilos de vida nos quais, na maioria das vezes, se destacam ações que, segundo a percepção de muitas pessoas, são imaturas, imorais, irresponsáveis, e que trazem inúmeros problemas para todos.
Ao olharmos para o que chamamos de “sociedade atual”, é fato que muitas pessoas ficam assustadas, principalmente aqueles que são mais velhos, são da geração passada, e são frutos e filhos de uma cultura e de uma forma de viver diferente da atual. Mas, também é fato que tal assombro não se restringe somente à eles, o que mostra que tal desacordo e desagrado em relação a cultura atual vão além das relações culturais estipuladas pelas gerações, além dos mandamentos culturais estabelecidos pela cultura e pelo espírito da época regido pela mesma, mostrando que muitos padrões morais não dependem da cultura em vigência, tendo suas bases estabelecidas fora da ação humana, como se existisse uma lei que foge aos preceitos humanos, e que serve como base para o estabelecimento de preceitos e mandamentos morais que acham abrigo e conformidade na mente de um enorme número de pessoas que veem os novos padrões e ações atuais como imorais e degradantes. Uma geração “antiga” cujo padrões e estilos de vida entram em conflito com os padrões e estilos de vida da geração atual, nos levando a uma espécie de conflito de gerações, pelo menos, no que se trata dos novos padrões e estilos de vida.
Ao olharmos para as ações praticadas por parte das pessoas de nossa atualidade, é fácil perceber que a desordem, o descaso e o desrespeito para com o outro em nossos dias atingem grande maioria da população, e são praticados em todas as escalas da sociedade. Seus efeitos são vistos e sentidos por todos e, da mesma forma, os atos ilícitos e desrespeitosos são praticados em mesma escala e proporção. Nas pequenas comunidades e nos grandes centros urbanos, sempre vamos encontrar alguma coisa degradante ou, de certa forma, imoral. Seja nas letras das músicas tão disseminadas e tocadas em nossos dias, seja no desrespeito de nossos (as) jovens, ou na maneira de agir de nossas crianças que, já desde pequenas estão à mercê dos “novos padrões” e modos de agir e pensar de nossa sociedade, crianças essas que, como parte de um processo inevitável, irão se adaptar ao meio onde estão inseridas: a sociedade atual.
É fácil perceber que a sociedade atual está cheia de valores deturpados, uma sociedade egocêntrica, onde tudo gira em torno do “eu”, uma sociedade em que os prazeres, principalmente sexuais, têm sido elevados alvos buscados e, em muitas das vezes desregradamente, e são estimulados por músicas e danças extremamente sensuais, sociedade onde corrupção e injustiça são praticadas todos os dias, uma sociedade sem controle, onde tudo é válido para alcançar a “felicidade” e a satisfação de desejos egoístas e, muitas vezes ilícitos e “mesquinhos”. Os exemplos citados mostram algumas características que demarcam a diferença entre as duas gerações, estabelecendo, pelo menos dentro do campo dos padrões morais, o conflito entre a geração passada e a atual.
Wanderson R. Monteiro
Formado em Teologia, graduando em Pedagogia, coautor de 4 livros e vencedor de três prémios literários.
(São Sebastião do Anta – MG)