A campanha de mobilização social tem como objetivo atingir toda a bacia do rio doce: 228 cidades e mais de 3,5 milhões de pessoas
DA REDAÇÃO – Em celebração ao Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março, os Comitês da Bacia Hidrográfica do Rio Doce reiteram seu compromisso de recuperar o manancial. Desde o rompimento da barragem da Samarco, em novembro, os representantes dos comitês têm participado de diversas atividades a fim de definir as diretrizes a serem seguidas para que a situação do Doce seja revertida. Em dezembro, os CBHs estiveram nas áreas atingidas pelo desastre, na Missão Mariana, a fim de conhecer os danos causados pela onda de lama. Ainda em 2015, os Comitês participaram de várias reuniões focadas na recuperação do rio, inclusive com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em Brasília, e com os prefeitos dos municípios impactados pelo rompimento das barragens, em Valadares. Já em janeiro, representantes dos Comitês participaram de uma série de reuniões da força-tarefa criada pelo governo de Minas Gerais, com mais de 80 instituições de todo o Brasil e do mundo, que apresentaram propostas para recuperar a Bacia do Rio Doce.
Ainda no primeiro trimestre de 2016, o CBH-Doce lançou a campanha de mobilização social “O Doce Não Morreu”. Realizada com a doação feita pelo América Futebol Clube aos Comitês, a campanha distribuirá cerca de 25 mil boletins informativos, 3 mil cartilhas educativas ilustradas, spots de rádio, cartazes, adesivos e bonés. Também foi produzido um documentário sobre a tragédia e o papel do colegiado na recuperação do Rio Doce.
A campanha tem como objetivo promover ações que reflitam na melhoria da qualidade e quantidade de água na Bacia do Rio Doce, além da conscientização da população ribeirinha quanto a seu papel neste processo. Nos próximos cinco anos, aproximadamente R$ 174 milhões serão investidos para a recuperação da bacia, priorizando programas ligados à recuperação de nascentes e projetos de saneamento.
“A Bacia do Doce já era uma das mais degradadas do Brasil e só por isso sua revitalização já era um desafio”, pontua Leonardo Deptulski, presidente do CBH-Doce. O Comitê pretende liderar o processo de revitalização do manancial e deve atuar em duas frentes. “A calha do Rio Doce precisa de reparações à montante dos locais em que a lama passou. E, por outro lado, é necessário promover a revitalização da bacia. Precisamos aumentar o volume de água limpa para o Doce e, para isso, devemos cuidar dos afluentes e de suas nascentes”, avalia.