DA REDAÇÃO – Na quinta-feira (1) foi comemorado o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. E a campanha deste ano foca os jovens gays de 15 a 24 anos das classes C, D e E. A ação busca discutir as questões relacionadas à vulnerabilidade ao HIV/Aids, na população prioritária, sob o ponto de vista do estigma e do preconceito. Além disso, a ideia é estimular a reflexão sobre a falsa impressão de que a Aids afeta apenas o outro, distante da percepção de que todos estamos vulneráveis.
Segundo dados do TFD (Tratamento Fora de Domicílio de Caratinga), em média, são atendidos no setor, 65 pacientes portadores da doença. Os centros de referência são o CRASE (Centro de Reprodução Assistida em Situações Especiais), em Governador Valadares, e o CCDIP (Centro de Controle de Doenças Infecto-Parasitárias), em Ipatinga.
Sobre a quantidade de novos casos registrados em Caratinga no ano de 2016, a assessoria de comunicação da Prefeitura respondeu em nota que “tal setor não possui cadastro atualizado de todos os pacientes, e nem é possível fazer este levantamento no ano de 2016, já que é frequente situações como abandono do tratamento, ou ainda o paciente procurar diretamente os centros de referência para manter sigilo do tratamento. Ainda assim, acredita-se que o número de doentes, referente ao cadastro do setor, seja maior”.
No Brasil, o SUS (Sistema Único de Saúde) distribui gratuitamente o coquetel para o HIV e outros medicamentos auxiliares também. Para se ter acesso a esses medicamentos é preciso pegar uma receita com o infectologista, e não importa se é particular ou de um centro de referência de DST, Aids e Hepatites. “Em Caratinga, essa distribuição da seguinte forma: o setor de Saúde recebe o paciente com encaminhamento e diagnóstico, autoriza e encaminha para um dos centros de referência citados. Os centros de referência fazem o cadastro e a distribuição dos medicamentos”, informa a nota emitida pela assessoria da Prefeitura.
Brasil tem 827 mil vivendo com HIV; 112 mil não sabem que estão infectados
Dados divulgados na quarta-feira (30/11) pelo Ministério da Saúde revelam que 827 mil pessoas vivem com HIV/Aids no Brasil. Dessas, cerca de 112 mil não sabem que estão infectados.
Do total de pessoas soropositivas identificadas no país, 372 mil ainda não estão em tratamento, apesar de 260 mil delas já saberem que estão infectadas.
Transmissão de mãe para filho
De acordo com o boletim, a taxa de detecção da Aids em menores de 5 anos caiu 36% nos últimos seis anos, passando de 3,9 casos para cada 100 mil habitantes em 2010 para uma taxa de 2,5 casos em 2015.
A taxa em crianças nessa faixa etária é usada como indicador para monitoramento da transmissão vertical do HIV (transmissão de mãe para filho durante a gestação ou no momento do parto).
Epidemia estabilizada
Segundo o Ministério da Saúde, a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1 casos para cada 100 mil habitantes. Ainda assim, o número representa cerca de 41,1 mil novos casos ao ano.
Queda na mortalidade
Os números mostram também uma queda de 42,3% na mortalidade provocada pelo HIV/Aids no Brasil nos últimos 20 anos. A taxa caiu de 9,7 óbitos para cada 100 mil habitantes em 1995 para 5,6 óbitos em cada 100 mil habitantes em 2015.
Metas
A cobertura do diagnóstico de HIV/Aids no país passou de 80% em 2012 para 87% em 2015, o equivalente a 715 mil pessoas. A meta é chegar a 90% até 2020.
Os maiores incrementos, de acordo com os dados, foram observados na meta relacionada ao tratamento, que passou de 44% em 2012 para 64% em 2015. O número representa 455 mil pessoas.
Na meta referente à redução da carga viral, o país passou de 75% em 2012 para 90% em 2015, o equivalente a 410 mil pessoas.
Número de casos aumenta entre os homens
Dados apresentados pelo Ministério da Saúde revelam que o número de casos de HIV/Aids tem aumentado entre os homens. Enquanto, em 2006, a razão era de 1 caso em mulher para cada 1,2 caso em homens, em 2015, o cenário passou a ser 1 caso em mulher para cada 3 casos em homens.
Além disso, os casos em mulheres apresentam queda em todas as faixas etárias, sobretudo entre as que têm de 25 a 29 anos. Em 2005, eram 32 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2015, esse número chegou a 16 casos por 100 mil habitantes. Já entre jovens do sexo masculino, a infecção cresceu em todas as faixas etárias. Dos 20 a 24 anos, por exemplo, a taxa de detecção subiu de 16,2 casos para cada 100 mil habitantes em 2005 para 33,1 casos em 2015.
Vulnerabilidade
Os números mostram que jovens de 18 a 24 anos permanecem como o grupo mais vulnerável em meio à epidemia no país. Apesar do diagnóstico tardio ser menor nessa faixa etária, entre os que são soropositivos, 74% buscaram algum serviço de saúde, apenas 57% estão em tratamento e 47% tiveram carga viral suprimida.
Doença em Minas
No estado de Minas Gerais, no período de 2010 a 2015, foram diagnosticados 18.602 casos de HIV/AIDS, que estão distribuídos em 730 municípios. Desses casos, 40% foram diagnosticados em heterossexuais, 33% em homossexuais e 5% em bissexuais. Além disso, mais de 45% dos casos conhecidos estão entre jovens de 20 a 34 anos. Em 2016, no período de janeiro a 28 de novembro, foram diagnosticadas 2.741 pessoas com a doença.
No período de 2010 a 2015, houve um aumento significativo de casos da infecção no público masculino, chegando em 2016, uma média de 3 homens para cada 1 mulher soropositiva. A taxa de incidência da AIDS em Minas é de 20,4 pessoas a cada 100 mil habitantes. As regionais de saúde de Belo Horizonte, Uberlândia e Divinópolis estão entre regiões com mais casos da doença.
A HIV não apresenta sintomas e o acompanhamento médico desde o início é imprescindível para se garantir qualidade de vida. O diagnóstico precoce é fundamental para interromper a cadeia de transmissão do vírus e também para que o tratamento seja realizado da maneira mais adequada.
Prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)
– Realizar teste rápido de HIV/Aids, Sífilis e Hepatite B e C nas Unidades Básicas de Saúde e SAE/CTA no Estado;
-Fazer uso do preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais;
-Não compartilhar agulhas e seringas;
-Usar material esterilizado na aplicação de tatuagens e piercings;
-Realizar os exames de pré-natal, durante a gestação;
-Evitar materiais não esterilizados em clínicas odontológicas, nas manicures, barbearias, etc;
-Evitar o uso abusivo de álcool e outras drogas ilícitas. Elas podem alterar o nível de consciência do indivíduo e a capacidade de tomar decisões sobre a forma de se proteger.
HIV x AIDS
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter AIDS. O HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da AIDS, ele ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Existem muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas ou desenvolver a doença, mas podem transmitir o vírus a outros por relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez ou amamentação.
Já a AIDS é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico, que é responsável por defender o organismo. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como também é chamada, é causada pelo HIV. Como esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose, hepatites virais, pneumonia e alguns tipos de câncer. O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado.