Denúncias de irregularidades foram repassadas ao Ministério Público, que deve emitir um parecer
CARATINGA- Candidatos que participaram do processo eleitoral para escolha dos conselheiros tutelares de Caratinga, realizado no dia 6 de outubro, esperam que ocorra a anulação das eleições. Isto porque eles apontam inúmeras irregularidades que teriam ocorrido por parte de três pessoas que foram eleitas.
Rafael Hott de Souza explica que a intenção agora não é fazer denúncias à imprensa, pois estas já encaminhadas ao Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA) e, posteriormente, ao Ministério Público. Mas, chamar atenção para os fatos que aconteceram no dia da eleição, que teriam prejudicado os demais candidatos. “Estamos aqui para dar notoriedade ao processo, porque nossos eleitores nos indagam o que está acontecendo. Existe um silêncio, ninguém fala nada. Foi um processo interno bem organizado mas, a parte externa, que se refere aos interesses da população, daqueles que vieram votar ficou bem aquém. Algumas pessoas aproveitaram dessa desorganização externa para poder fazer aquilo que estava vetado no processo eleitoral”.
O candidato enumera algumas situações que foram identificadas e denunciadas. “Boca de urna, transporte ilegal de eleitores, sendo que o edital falava que o município poderia ceder os ônibus, mas que seria de acesso a todos os eleitores, não de um candidato específico ou de um grupo. Até porque o processo eleitoral do Conselho Tutelar, o edital não nos deixa ser partidários. A gente viu muita coisa acontecendo, nomes de eleitores não estavam na lista. Isso prejudicou bastante os candidatos. Parece que não conseguiram projetar o número de eleitores, por isso escolheram logo um local pequeno. Então, nós estamos aqui também nessa forma de esclarecer aos eleitores também, solicitando ao poder público, pois já recebeu as denúncias, para que reveja o processo eleitoral todo e não somente punir aqueles que fizeram o mau uso da campanha e do processo eleitoral, promover uma oportunidade justa e igual para todos”.
Gilza Angelina, que também candidatou-se, acrescenta outras irregularidades observadas. “As irregularidades em vídeos e fotos foram encaminhadas. Não tinha pessoas adequadas para estar levando o candidato até a sala pra eleição; a falta de cédulas, pessoas da equipe organizadora tinham que fazer mais xerox de cédulas, porque não tinha mais. Isso sem contar também alguns vereadores que também estavam no local fazendo boca de urna lá dentro”.
Ana Paula de Cristo Souza enfatiza sua “indignação”, com os problemas registrados diante de um processo tão importante, envolvendo um órgão que cuida de crianças e adolescentes. “Um livro, cédula de marcar ‘x’ é complicado, para uma cidade de quase 100 mil habitantes. Foi muito triste o que aconteceu, vamos ver, anular essa eleição e fazer outra. Em questão de segurança pública, vi alguns policiais, mas poderia ter mais, pelo número de pessoas”.
Sandra de Oliveira, explica de que modo também se sentiu prejudicada e finaliza reafirmando o desejo de providências sobre o caso. “Eu tive 97 votos. Achei até muito, mas poderia ter sido muito mais porque meus eleitores vieram até a porta da escola e não conseguiram entrar. A dificuldade já estava desde o começo da entrada, havia uma fila enorme para entrar dentro do estabelecimento. As seções eram separadas por letras, mas eram várias letras na mesma seção. A fila estava aquela bagunça, tinha candidatos pedindo voto lá dentro. Tinha também fiscais do candidato pedindo voto lá dentro. Tudo está na mão do Ministério Público e esperamos providências”.
O Ministério Público ainda não se pronunciou em relação às denúncias relatadas.