Apesar dos grandes empreendimentos, ainda há muitas pessoas carentes e falta lazer
A Associação de Moradores do Bairro Santa Zita atua há quatro anos e conhece de perto as necessidades da comunidade. A vice-presidente Rosélia de Fátima Batista Souza Gomes, ‘Zelinha’, já mora no local há 52 anos.
“Nosso bairro cresceu muito, valorizou, tem o fórum agora, justiça eleitoral, autoescola, o santuário… As pessoas que foram embora voltaram médicos, engenheiros, temos a escola Engenheiro Caldas que é muito boa. A infraestrutura mudou toda, quem viu o bairro há 30 anos e volta aqui fica maravilhado. Sempre falo para as pessoas que nosso bairro cresceu sozinho, não precisou do político, cada pessoa contribuiu, fez sua casinha, tomou conta da sua porta, fez sua calçada. O próprio santazitense valorizou seu bairro, foi uma conquista do povo. Tivemos os calçamentos que tem que ser da Prefeitura, mas o povo nosso é muito bom, humano, sempre um ajudando o outro. Não sei se é porque estamos pertinho do Santuário e temos esse acolhimento. Temos várias igrejas evangélicas que são boas também, desenvolveu muito, podemos falar que temos aqui uma cidade dentro de outra cidade”, comenta Zelinha, enaltecendo as conquistas.
Mas, apesar de todos esses empreendimentos que tornaram o bairro Santa Zita ainda mais conhecido e valorizado comercialmente, Zelinha destaca que grande parte da comunidade vive em situação de vulnerabilidade social. “Não sei agora porque estamos começando um novo governo, mas tivemos um descaso muito grande com as pessoas mais humildes, precisava de uma assistente social boa para acompanhar as famílias. Aqui hoje tem muita droga e não existia, eram alguns casos. Todo lugar tem, mas aqui cresceu muito, colegas da gente estão nas drogas, os filhos dos colegas. Faltou um acompanhamento mais próximo da prefeitura, para chegar mais junto com os meninos, nosso campo não foi valorizado, não temos uma quadra esportiva, até para desenvolver a criança, oficinas. O bairro cresceu muita, mas teve essa deficiência, a falta do poder público. Agora com novos governantes temos que pelo menos tentar ver se vai mudar alguma coisa”.
A Associação de Moradores busca apoio para desenvolver projetos no bairro e levar apoio a estas pessoas que necessitam de acompanhamento. “Nosso trabalho poderia ser melhor, comecei na associação com um fábrica de sabão, que distribuía na comunidade, mas é muito cara, a gente precisava de uma ajuda, para continuar isso para as famílias e ter um trabalho, porque aqui não tem emprego. Hoje nossa associação mantém serviços sociais, eu mesma faço, visitas, acompanhando famílias, porque gosto de estar junto com o povo. Se tivesse mais umas cinco pessoas com mesmo pensamento estou hoje melhoraria, aqui tem muita pobreza ainda, de não ter arroz e feijão”, se emociona.
O presidente Marcos Meireles, morador há 35 anos, relembra os aspectos do bairro e fez seu comparativo. “Na minha infância, lembro que descíamos das ruas Tapajós e Tupi, era só trilhas para a gente passar, hoje a infraestrutura chegou, o asfalto a algumas ruas, em comparação ao que era teve muita evolução”.
Ele afirma que outras reivindicações dos moradores estão em infraestrutura e lazer. “Aqui temos ruas sem calçamento, sem saída, se uma pessoa passar mal tem dificuldade de acesso; têm problemas de esgotamento sanitário, córregos sem a captação adequada do esgoto, como na Rua Guilhermon Nascimento que a captação não foi feita adequadamente. Temos o sonho de melhorar. A gente precisava atrair mais a criançada para praticar esporte, mas não tem uma quadra, temos vontade de trazer algum projeto, mas esbarramos na burocracia, como presidente da associação não posso pagar um aluguel para manter isso, mas se o poder público fizesse parceria seria bom e as crianças não se desviariam para o lado errado”.