COLUNA ABRINDO O JOGO

Verdão anos 70: Valeu Geraldinho

        Um dos clubes mais tradicionais e vitoriosos do futebol amador regional, o Esplanada completará este ano 52 anos de vida. O Verdão da Grota nasceu Minas Futebol Clube. Em 1969 mudo de nome, e adotou o nome do bairro onde nasceu. Logo nos primeiros anos, num futebol altamente competitivo já nasceu grande, fazendo frentes aos times mais fortes da época: Caratinga, América, Bairro das Graças, Associação de Bom Jesus do Galho, Botafogo e Faixa Azul de Inhapim. O Esplanada, que sempre mandou seus jogos no estádio do Carmo (Grota), transformou o campo num grande alçapão onde adversários sofriam com o campo irregular e nem todo gramado. Porém, a maior pressão vinha do barranco que circulava o campo de jogo, normalmente lotado pela apaixonada torcida, que tinha na saudosa Dona Mundica, seu símbolo maior. Muitos foram os craques que vestiram sua gloriosa camisa alviverde, antes mesmo da primeira conquista o campeonato da cidade em 1982. Na década de 70, o Verdão ostentava times fortíssimos, formado em sua maioria, por jogadores nascidos no próprio bairro. Um desses craques nos deixou este ano.

Recebemos com muita tristeza a notícia do falecimento de craque Geraldinho do Bidico. Rápido, habilidoso e muito inteligente, Geraldinho brilhou no começo da década ao lado de outros grandes jogadores como Nélio, Nortinho, Carlinhos Marcelino, considerado por muitos, o maior da história do Verdão. Geraldinho faleceu em Belo Horizonte, onde lutava contra um câncer. Deixou um legado de grandes histórias e proporcionou ao torcedor muitas alegrias na Grota lotada. Na foto, primeiro jogador agachado da esquerda para direita.

Palmeiras parou na semi

        O Palmeiras é tido como um dos melhores elencos do futebol brasileiro. Na minha humilde opinião, atrás apenas do Flamengo que tem o elenco mais forte. Porém, mesmo bem treinado pelo português Abel Ferreira, tendo esquema tático definido e filosofia de jogo, na semifinal diante do Tigres do México foi derrotado merecidamente, tendo finalizado muito pouco e dando muitas oportunidades ao adversário. Seu melhor jogador em campo foi o goleiro Weverton. Mesmo se tratando de jogo único, fica cada vez mais claro que nosso futebol está cada vez mais longe do nível europeu, e mais próximo do mexicano. Foi o tempo que times brasileiros eram muito favoritos contra mexicanos. Não somos superiores tecnicamente como a algumas décadas atrás. Não contamos mais com aquele jogador diferenciado, capaz de num único lance definir o jogo. Por muitos anos, nossa diferença estava no fato de termos dois ou três acima da média. Muitas das conquistas do futebol brasileiro, principalmente em termos de seleção, foram muito mais por causa da individualidade que do coletivo. Basta olhar os exemplos dos últimos clubes brasileiros que conquistaram não só Libertadores como mundial. Sei que tem muita gente que não admite o baixo nível técnico do futebol jogado no Brasil, mas, em cada confronto contra principalmente europeus, fica cada vez mais evidente.

 

Rogério Silva

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@rogeriosilva89fm