Entre a galera da internet, o nome da vez é Whindersson Nunes. Em agosto deste ano, foi eleito o segundo youtuber mais influente do mundo, pelo ranking da Snack Intelligence. Já em outubro, atingiu a marca de 12,65 milhões de assinantes em seu canal no YouTube e passou a ser o brasileiro mais seguido no site de vídeos, superando o canal do grupo ‘Porta dos Fundos’.
Ele ainda atingiu outra marca, o vídeo de maior destaque de 2016 no Brasil, de acordo com o ranking divulgado pelo Youtube. O vídeo “Criança de Rico e Criança de Pobre” conta com mais de 28 milhões de visualizações e lidera a lista dos 10 vídeos mais acessados no país este ano. Com sete minutos e 31 segundos, o vídeo traz uma sátira sobre a rotina de uma criança na versão pobre e rica. O vídeo foi publicado no dia 9 de junho e, conforme o Youtube, precisou de apenas seis meses para se tornar o vídeo de maior destaque dos últimos 12 meses.
O humorista do Piauí, de 21 anos de idade começou com vídeos simples, mas carregados de humor e a fórmula deu certo: agora são mais de 15 milhões de inscritos e os números não param de subir. A ascensão como youtuber foi um divisor de águas para Whindersson, como ele destacou no vídeo em que comemorava a marca de 10 milhões de inscritos e revelou sua trajetória: “Quando saí de casa pensei, vou sair, mas vou voltar um dia sendo alguém. Minha família sempre foi muito pobre, eu saía pedindo dinheiro na minha cidade para juntar dinheiro de comprar uma passagem pra vir pra cá, para Teresina. A passagem era R$ 90. Eu era pobre mesmo, tão pobre que se eu fosse fazer luzes no cabelo, tinha que fazer fluorescente, para não gastar energia; (…) fui para Teresina com R$ 5 no bolso, R$ 2,50 para comer uma coxinha e R$ 2,50 para pegar ônibus. No caminho perdi o dinheiro”.
Whindersson ainda contou que pediu para ficar três meses na casa de um amigo, mas acabou ficando por seis meses. Segundo o humorista, foram tempos difíceis no início de sua carreira. “Primeiro dinheiro do Youtube que saiu aluguei uma casa? Não, comprei um Playstation 3, porque teve um tempo que tinha um menino perto da minha casa vendendo Nintendo, por R$ 50 e meu pai não teve condições de me dar; (…) final do mês recebi outro dinheiro do Youtube, aluguei uma kitnet, com nada dentro, só tinha o dinheiro do aluguel, limpei, fui morar lá dentro sem nada. Achando pouco, adotei uma cachorrinha, (…) dormia no chão, abraçado com essa cachorra. Tinha dia que eu não sabia se comprava uma quentinha pra eu comer ou uma sacola de ração para a cachorra”.
Ele ainda afirmou que muitas pessoas se aproximam para criticar o fato de ele ter ficado rico, mas não “sabem de nada”. “Eu escolhia tomar café, almoçar ou jantar. Uma coisa que me lembro, que ficava até mal é que meu pai me ligava e perguntava: ‘Já comeu, meu filho?’. E eu dizia ‘Já’. Mentindo, (…) dormir pra esquecer a fome é bom, mas na hora que a gente acorda e dói estômago de fome de novo, não tem pra onde ir não; (…) o cara dorme no chão abraçado com cachorro, passa fome, mente para os pais que já comeu, escuta mãe chorando no telefone dizendo pra voltar pra casa, pensando que não vai dar certo o sonho que o cara tá seguindo; é humilhado, pra chegar um e falar: ‘Ah não, gostava mais quando tu era pobre’ (…) vocês não sabem de nada”.
O top dos youtubers conseguiu um espaço em sua apertada agenda, para conceder uma entrevista ao DIÁRIO (as perguntas foram respondidas no dia 28 de novembro, quando ele tinha pouco mais de 14 milhões de inscritos, agora o número já saltou para 15 milhões). Destacamos ainda a eficiência e atenção de sua assessoria (o contato foi feito com Dan Beligoli, da equipe NonStop Produções), no atendimento à nossa solicitação.
Você começou a fazer vídeos pela internet, de um modo totalmente caseiro, com gravações improvisadas. Acha que isso criou uma intimidade com o público, fazendo com que as pessoas se sentissem em casa?
Porque não? Talvez essa foi a receita do sucesso.
Muitos atribuem seu sucesso, além da espontaneidade, para a paciência e a dedicação desde a estreia de seu canal. Como foi ver seu número de inscritos saltando de um valor mínimo para (agora), mais de 14 milhões de inscritos?
Eu sempre sonhei um dia em ser o segundo maior do mundo e o maior canal do Brasil, mas eu não imaginava que seria tão rápido. Isso é o resultado de muita dedicação e respeito aos meus seguidores.
Você é um fenômeno que nasceu na internet, mas em pouco tempo se viu saltando do “mundo” virtual para o real. Além da fama, o que mudou em sua vida, após “estourar” no Youtube?
Minha vida mudou muito, ser reconhecido em qualquer lugar que eu frequente é uma coisa que significa muito para mim e conhecer pessoas que eu jamais pensava que conheceria, como apresentadores de televisão por exemplo.
Dentre seus vídeos, você costuma relembrar sua infância, histórias com sua mãe e suas aventuras. Você também dedica um espaço a paródias e algumas músicas autorais. A “tônica” do seu canal é o humor?
No meu canal, procuro abordar questões do cotidiano e elas sempre caem com humor, pois o nordestino é essencialmente engraçado né? (risos).
Qual conselho você deixa para quem deseja dar seus primeiros passos como youtuber?
Eu sempre falo para ser original, não fique tentando copiar ninguém.