CARATINGA – O vereador Ronilson Marcílio Alves, 42 anos (PTB), que está preso desde o dia 19 de dezembro de 2016, depois de ser diplomado pela justiça eleitoral, tomou posse na Câmara de Caratinga no início da tarde de ontem. De acordo com investigações da Polícia Civil, Ronilson e seu chefe de campanha Giorge Carvalho Lima, junto de outros dois comparsas, Bruno dos Anjos Freitas e Alessandro Augusto Teixeira Pinheiro; estariam exigindo R$ 200 mil para não divulgarem imagens e documentos que poderiam comprometer a honra do padre José Antônio Nogueira. Giorge, Bruno e Alessandro também se encontram detidos.
A POSSE
Ronilson chegou escoltado por agentes penitenciários e policiais militares ficaram na porta da Câmara. O vereador não falou com a imprensa em momento algum, diferente de quando foi preso no Rio de Janeiro e chegou sorrindo em Caratinga. Uma cidadã esteve na porta da Câmara e fez o seu protesto solitário. Ela disse que está indignada com tal situação. “Um pessoa que está presa sendo empossada. Isso é um absurdo”, comentou a cidadã.
O presidente da Casa Legislativa, Valter Cardoso de Paiva, e o secretário Diego de Oliveira conduziram a posse. “Valtinho”, como é conhecido o novo presidente do legislativo, disse que apenas cumpriu uma determinação judicial dando posse ao
colega vereador. Ainda segundo o presidente, a lei prevê que Ronilson poderá, se necessário, participar das reuniões, porém escoltado.
Questionado se os vereadores se sentirão à vontade com a presença de Ronilson nas reuniões, caso continue preso, o presidente pontuou que depende do que cada um pensa. Valtinho afirmou que ele deveria ter sido julgado pela gestão passada, quando o fato aconteceu, mas que estará ouvindo o anseio da sociedade, fazendo o que for preciso. “É um fato complicado, não estou dando posse com alegria, preferia que o vereador estivesse chegando de uma viagem com a família, de um passeio, mas não vindo da prisão”.
DEFESA
O advogado de defesa de Ronilson, Dário José Soares Júnior, que acompanhou a posse, informou que está aguardando o desenrolar dos pedidos de habeas corpus. “Tivemos liminares negadas, mas os méritos nem do habeas corpus impetrado no TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), nem de Brasília foram julgados. A nossa expectativa é muito grande de conseguir a liberação do vereador para cumprir seu mandato normalmente”, disse o advogado.
Dário afirmou que ainda é cedo para falar sobre a linha de defesa, pois está aguardando denúncia do Ministério Público. “A ação penal ainda não está formalizada. O essencial para Câmara é que Ronilson venha às reuniões, mas estamos contando com período de recesso para obter êxito de sua soltura, mas a postura da Câmara futuramente não se sabe”, observou Dário Júnior.
Um comentário
Jansen
Quanto ao assunto do presidiário que tomou posse como vereador ( piada pronta), fico estarrecido que a população tenha aceitado passivamente esse fato, mesmo que tenha sido por decisão judicial. Se o povo tivesse ido lá na posse em massa e reagido contra, certamente o final teria sido outro, e certamente a posse seria cancelada. Lamentável!