Escola Estadual Mary Lucca Chagas, em São João do Jacutinga, realiza chá literário
CARATINGA- A leitura abre portas para o aprendizado. A partir deste pensamento, a Escola Estadual Mary Lucca Chagas desenvolve um projeto literário com os alunos. Tudo começa na biblioteca, onde os alunos têm acesso ao acervo e escolhem o livro de sua preferência. De leitura e leitura, a celebração. Na manhã desta quarta-feira (26) foi o realizado o “Café com Aroma de Leitura” com apresentações artísticas, participação de estudantes e pais de alunos.
Wanderson Machado, professor de Língua Portuguesa, destaca que o projeto teve início para incentivar os alunos a aprimorar a escrita. “Percebemos ao longo do nosso trabalho que os alunos estavam com um pouco de dificuldade na questão da escrita. E entendemos que para melhorar a escrita, o ideal é que se leia bastante. À medida em que a gente propôs a atividade com eles, a execução foi boa e eles começaram a buscar livros e tivesse êxito. Grande adesão, muitos alunos se empenhando e até mesmo aqueles que não se interessavam muito, vendo o exemplo dos colegas, que começaram a buscar a leitura também, de certa maneira com o exemplo do colega”.
MOTIVAÇÃO
Os estudantes aprovaram a iniciativa e relatam suas experiências com o projeto de literatura.
Maria Luiza Fonseca, que cursa o 9° ano enfatiza que foi adquirindo o hábito da leitura com o incentivo da escola. “O projeto começou nesse início de ano, achei uma grande vantagem porque sempre gostei muito de ler, comecei a ler mais na pandemia. Adorei, li muitos livros que tenho em casa. Adoro estilos de fantasia, romance, suspense. Acho que minha saga favorita seria “Trono de Vidro” da Sarah J. Maas, uma autora estadunidense e também gosto muito da autora Colleen Hoover”.
Estudante do 2° ano do Ensino Médio, Maria Fernanda Costa também faz questão de destacar que na escola é possível ter acesso a muitos livros interessantes para os jovens. “Achei muito legal, a escola aqui sempre procura o melhor para os alunos, abranger o conhecimento. A escola realmente faz para acolher a gente e é muito bom, abre nossa mente. Tenho muito livro em casa também, mas, daqui da escola eu também gosto, tem “A Culpa É das Estrelas”, “O Menino do Pijama Listrado”, mas, a saga que eu mais gosto é de Harry Potter”.
O teatro também teve espaço especial no projeto. É o momento em que a história sai do livro e ganha vida, como cita Maria Eduarda Souza, do 2° ano do Ensino Médio. “Fiz o Duelo de Mágicos, junto com meus amigos e foi muito legal. Fizemos a peça. Acho muito legal o projeto e sempre gostei muito de ler, então costumo visitar muito a biblioteca. Quanto mais você lê, melhor sua escrita”.
Jonas Ferreira, aluno do 1° ano do Ensino Médio, chama atenção para a oportunidade de estar além das paredes da sala de aula, para um momento de aprendizagem e interação com os colegas. “Muito interessante a escola trazer esse projeto para os alunos, para ter uma experiência nova, ao invés de ficar só dentro de sala, porque às vezes isso é cansativo. É bom ter um tempo de lazer, conversar com os amigos, essas peças que foram apresentadas, acho tudo muito importante, bom que o aluno se distrai um pouco das atividades. Quanto aos livros, gosto de uma coisa mais drama, romance, eu viajo nas histórias, acho muito legal”.
MÃES PRESENTES
A Escola Estadual Mary Lucca Chagas também busca aproximar a família das escolas. Ula Ribeiro, mãe de Antonela, aluna do 2° ano do Ensino Médio, acompanhou o chá literário e elogia a iniciativa. “A leitura abre caminhos para o mundo novo, novos conhecimentos, novas coisas que levam eles a outros lugares. Amo participar, estar com os alunos e fico junto com as crianças, gosto muito da participação dos pais também. A escola está de parabéns pela iniciativa de trazer a família para prestigiar os seus filhos na escola”.
Mãe de João Pedro, do 6° ano e Leandra do 2° ano do Ensino Médio, Juliana Mônica relata que é muito importante acompanhar de perto o trabalho da escola. “Iniciativa muito importante tanto para os alunos quanto para os pais, com a oportunidade de estar junto com os filhos, participando. A escola está de parabéns, meus filhos estão aprendendo muito e bastante motivados”.
RESULTADO POSITIVO
A inspetora da 6ª Superintendência Regional de Ensino de Caratinga (SRE), Cleice Mara Rocha, visitou a escola e participou do evento. Ela reforça que a instituição de ensino sempre executou um excelente trabalho dentro da aprendizagem. “E a literatura não é diferente, ela está dentro do componente curricular que é Língua Portuguesa, que hoje não tem mais esse componente específico, que antigamente existia. E às vezes os professores de Língua Portuguesa esquecem que precisamos trabalhar e também esquecem que temos o profissional específico para isso, com ensino do uso da biblioteca, que são os nossos professores PEUB (Professor para o Ensino de Uso da Biblioteca), que trabalham nas escolas. E a Escola Mary Lucca Chagas tem duas professoras que atuam diretamente nisso. Enriquece o currículo da escola e a leitura. E observamos os resultados positivos dentro da Superintendência de Ensino.”
O diretor Sebastião Silva também fez um balanço positivo do projeto desenvolvido. “Muito prazeroso, foi o dia que eu cheguei mais cedo na escola. É um projeto de café compartilhado, os alunos gostam muito e vemos que é sucesso. Agradecemos demais a bibliotecária por montar esse projeto. Realmente foi muito bom”.
- Evento foi marcado por apresentações artísticas
- Café compartilhado entre estudantes
- Participação dos alunos incentivados pela leitura
- Diretor Sebastião Silva destacou sucesso do projeto
- A inspetora da 6ª Superintendência Regional de Ensino de Caratinga Cleice Mara Rocha participou do evento
AS GUARDIÃS DA BIBLIOTECA
O sucesso do projeto nasce entre os livros, onde duas professoras recebem estudantes e dão o incentivo para o despertar da imaginação. As guardiãs da biblioteca são Maria Emília Costa e Mary Batista.
Maria Emília atua como bibliotecária desde 2010. Antes era professora de Ciências na escola, em que também estudou. Ela destaca o interesse dos alunos pelo espaço. “Trabalho com o pressuposto de que ninguém gosta daquilo que não conhece, então, a partir do momento em que a gente começa a fazer um trabalho interessante, os alunos vão correspondendo. Eles têm procurado com bastante interesse, alguns vêm porque o professor incentiva, mas, temos alguns alunos aqui que procuram por gostar de ler mesmo”.
Antes da pandemia, Maria Emília recebia os alunos do 1° ao 5° ano na biblioteca e, pela fase da infância, eles correspondiam bem ao trabalho. No entanto, ela teve o desafio de receber alunos adolescentes e fazer com que eles despertassem o desejo pelos livros. “Confesso que fiquei um pouquinho receosa quando municipalizou e eu tive que trabalhar com os maiorzinhos, mas, eu falo que foi um sinal para minha vida, porque eu estava desanimada, pensando o que eu ia fazer, na minha cabeça eles não se interessavam por livro. Como livro vai concorrer com essa tecnologia toda que temos aí?”.
Porém, ela conta que um episódio fez com que ela percebesse que estava no caminho certo. “Um dia eu estava tranquila aqui e chegaram alguns alunos. Vi o entusiasmo deles e quando eles pegaram aquele livro “A Menina que Roubava Livro”, um dos alunos falou assim: “Vou fazer igual a essa menina, começar a roubar livros” (risos). Falei assim, gente, esse mundo tem jeito. Minha filosofia de vida é essa, tenho que fazer meu trabalho bem-feito e fazemos um esforço para sair da melhor forma”.
Mary Batista atua como bibliotecária há oito anos, sempre conhecendo uma nova comunidade e incentivando a leitura. De forma dinâmica, ela busca demonstrar a importância desse hábito para o conhecimento. “É um projeto que estende ao longo do ano, também aos pais, vai ter um dia que só o pai vir até a escola, vai ter o momento. Existe um momento na escola em que 50 minutos é uma leitura rápida, em todas as turmas ao mesmo tempo. Então, a dinâmica da leitura aqui na escola é frequente, buscamos resgatar esses alunos para sair de mídia, celular e ver que a leitura é interessante e através da leitura você aprimora os seus conhecimentos, escrita, vocabulário. É uma riqueza sem fim”.
Mary relata que a biblioteca funciona de forma a unir alunos e seus pais, sempre de portas abertas para a descoberta de um mundo novo. “Se fosse escutar a vontade aqui da comunidade escolar, estariam todos os pais aqui participando, mas, não comportaria porque a escola tem 200 alunos, então sorteamos alguns pais, um pai representante de cada turma para abrilhantar nosso café com aroma de leitura. O aluno chega aqui do 6° ano ao 3° ano do Ensino Médio, ele tem o livro para o nível de leitura que ele procura, para maturidade que ele tem. Ele encontra aqui na biblioteca o suporte para suprir aquela fome de leitura que ele tem”, finaliza.
- As bibliotecárias Mary Batista e Maria Emília