Consumo de café no hemisfério norte

Consumo de café no hemisfério norte
O crescimento do consumo de café no hemisfério norte, apesar dos problemas na economia global e da guerra no leste europeu, as sucessivas quebras na produção mundial de café, e a falta de estoques em praticamente todos os países produtores de arábica, estão levando operadores de mercado a reverem seus posicionamentos nas bolsas de futuro.
Consumo de café no hemisfério norte II
Os números que chegaram ao mercado nas últimas semanas indicam que o aperto na oferta de café deve continuar: “O saldo global de oferta de café na temporada 2023/24 deve ficar quase equilibrado entre produção e consumo, já que a safra brasileira crescerá apenas ligeiramente este ano, informou o Rabobank em relatório nesta quarta-feira. O banco holandês agora vê um superávit de apenas 1,6 milhão de sacas de 60 kg no balanço global de oferta de café em 2023/24, abaixo da estimativa anterior de 4 milhões de sacas”. (Fonte: Agência Reuters).

Previsão suíça para o Brasil
A Volcafé – Trader suíça com longa vivência no mercado brasileiro – informou no início da última semana, que, devido ao fraco florescimento das flores nos cafeeiros na região cafeeira de Minas Gerais, reduziu sua estimativa de produção de café arábica no Brasil 2023/24 para 40,5 milhões de sacas, de uma previsão de julho de 49,8 milhões de sacas. No caso do conilon, a Volcafé prevê um déficit recorde de 5,6 milhões de sacas.
Indonésia
A Indonésia, o terceiro maior produtor mundial de robusta, “deve ver sua produção de café conilon 2023/24 cair para 9,1 milhões de sacas, a menor colheita de robusta em 10 anos devido a danos causados por chuvas excessivas em suas regiões de cultivo”, acrescenta a análise.

Preços
Em reais por saca, os contratos para março próximo na ICE em Nova Iorque fecharam sexta-feira (3) valendo R$ 1176,73. Quinta-feira (2) terminaram o pregão a R$ 1187,22. Na sexta-feira anterior, 27/1, encerraram a semana valendo R$ 1148,89. Encerraram o último pregão de 2022 valendo R$ 1168,49.

Sobe e desce
No mercado físico brasileiro, os compradores subiram e desceram suas ofertas acompanhando o sobe e desce das cotações do café na ICE e do dólar frente ao real. O volume de negócios cresceu um pouco, mas permanece bem abaixo do usual. A resistência dos cafeicultores continua. O mercado é comprador, mas os cafeicultores vendem pouco café nas bases de preços oferecidas.

Embarques
Até dia 3, os embarques de janeiro estavam em 2.246.435 sacas de café arábica, 65.348 sacas de café conilon, mais 310.628 sacas de café solúvel, totalizando. 2.622.411 sacas embarcadas, contra 2.860.930 sacas no mesmo dia de dezembro. Até o mesmo dia 3 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em janeiro totalizavam 2.998.748 sacas, contra 3.223.531 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Embarques II
Até dia 3, os embarques de fevereiro estavam em 56.295 sacas de café arábica, mais 5.894 sacas de café solúvel, totalizando. 62.189 sacas embarcadas, contra 48.276 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o mesmo dia 3 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 160.488 sacas, contra 250.395 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Bolsa NY
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 27, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 3, subiu nos contratos para entrega em março próximo 290 pontos ou US$ 3,83 (R$ 19,71) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 27 a R$ 1148,89 por saca, e sexta-feira (3) a R$ 1176,73. Também na última sexta, os contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fecharam em baixa de 510 pontos.

Plantio consorciado de café e soja

Uma iniciativa tem chamado atenção no sul de Minas, é plantio consorciado de café e soja. Esse tipo de cultivo oferece várias vantagens, sendo a principal delas gerar ao produtor mais uma fonte de renda. “A colheita da soja acontece em março, uma época que o cafeicultor já está descapitalizado e ainda precisa arrumar dinheiro para a colheita do café, que é um grande gasto. Então o dinheiro, que entra da venda da soja, vem em muito boa hora”, Geraldo José Costa, de Elói Mendes.

Plantio consorciado de café e soja II
O técnico da Emater-MG, Jesus Messias de Souza, também vê benefícios no consórcio para a lavoura de café. “A cultura da soja melhora as condições do solo, disponibilizando nitrogênio para o cafeeiro. Além disso, o produtor reduz os custos com o manejo do mato nas ruas do cafezal, que passa a abrigar a soja”, destaca o extensionista. A desvantagem, segundo Jesus, é que a colheita exige muita mão de obra. “Já existem equipamentos (de alto custo), mas na comunidade da Barra, a colheita é feita com roçadeira manual e o beneficiamento com batedeira de cereais. A mão de obra é toda familiar e é um serviço pesado”, explica. Outro ponto de atenção é evitar o plantio da soja em cafezais adensados, pois a oleaginosa pode abafar o café.