Como se desencadeia um processo inflamatório
A membrana sinovial é uma fina camada de tecido conjuntivo que tem por função básica o revestimento de estruturas como tendões, cápsulas articulares e bursas sinoviais. É ela composta de células (células sinoviais) cuja função é a produção do líquido sinovial, um gel viscoso que tem por função primária a lubrificação das estruturas as quais recobre.
Uma articulação, um tendão, uma bursa sinovial quando submetidas a um macro traumatismo ou a micro traumatismos de repetição ou ainda, a estímulos de ordem infecciosa, metabólica ou humoral, tendem a aumentar a produção do líquido sinovial na tentativa de diminuir o Stress a que está sendo submetido, facilitando os movimentos de deslizamento de uma superfície sobre a outra em um sistema que, por analogia, poderíamos chamar de espada/bainha.
O líquido sinovial produzido pelas células da membrana sinovial é um líquido transparente e viscoso, formado por um ultrafiltrado do plasma. As células sinoviais secretam também mucopolissacarídeos e pequena quantidade de proteínas de alto Peso Molecular (tais como fibrinogênio e globulinas), as quais se somam a esse ultrafiltrado.
Excetuando-se algumas proteínas de alto peso molecular, a composição do líquido sinovial, do ponto de vista bioquímico, é a mesma do plasma sendo que, através da membrana sinovial é feito este ultrafiltrado.
Quando falamos em inflamação, devemos ter em mente que é ela um fenômeno biológico que consiste em uma reação fisiológica frente a uma agressão. A inflamação é também um fenômeno imunológico, sendo que as células envolvidas neste processo poderão ser diferentes, dependendo do local onde ocorrer a lesão.
Uma inflamação normalmente cessa uma vez retirado o estímulo nocivo que deu início ao processo, sendo que a reparação do tecido agredido ocorrerá em maior ou menor magnitude, dependendo do dano causado pelo fator agressor.
O sufixo utilizado para designar um processo inflamatório é o sufixo “ITE”. Desta feita, os processos inflamatórios são descritos de acordo com a estrutura agredida: no caso dos tendões, são descritos como tendinites; no caso da cápsula articular, como capsulite; no caso das bolsas sinoviais, como bursites; no caso da articulação, como artrite; no caso da membrana óssea que recobre os ossos (periósteo), como periostite, sendo que a localização anatômica da estrutura envolvida complementa a denominação.
Assim sendo, temos como exemplo – Tendinite de cotovelo, Bursite de ombro, Tendinite do supra espinhoso, Capsulite de ombro, Tendinite de Aquiles, Periostite de Tíbia etc.
Dra. Anna Paula Moreira de Souza, fisioterapeuta e terapeuta craniosacral especialista na reabilitação da coluna vertebral. Ela atende na clínica Coluna Sem Dor Fisioterapia. Fones: (33) 3322-5985, (33) 8840-5985