CARATINGA – Depois de uma briga entre facções dentro do presídio Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT), no sudoeste do Pará, deixar 57 detentos mortos, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorizou nesta terça-feira (30/07) a atuação de uma força-tarefa de intervenção penitenciária no Estado. A decisão, que atende a um apelo do governador do Pará, Helder Barbalho, vale pelo período de 30 dias, mas o prazo pode ser prorrogado.
José Roberto Rodrigues, o agente penitenciário ‘Rodrigues’ que é o ‘01’, ou seja, o coordenador do Gir (Grupo de Intervenção Rápida) de Caratinga, foi convocado para participar da força-tarefa no Pará e viajou ontem para o COPE (Comando de Operações Especiais) em Belo Horizonte, onde se encontrará com os demais agentes de Minas Gerais para receber o detalhamento da missão.
Apenas um agente penitenciário de cada unidade prisional comporá a missão. Segundo Rodrigues, o critério de escolha foi chamar o coordenador do Gir das unidades, já que o grupamento é de extrema importância dentro dos presídios e não pode ficar desguarnecido.
A princípio o prazo para ficar no presídio do sudoeste do Pará é de 30 dias, podendo se estender até 90. Rodrigues falou da satisfação em participar da força-tarefa. “É uma novidade pra gente, mas estamos fazendo um forte trabalho de treinamento diário, além do amor pelo que a gente faz, temos muito orgulho. Estou preparado”, assegurou o agente penitenciário.
MASSACRE NO PRESÍDIO
Um confronto entre facções criminosas dentro do presídio de Altamira causou a morte de 58 detentos.
Na segunda-feira (29/07), líderes do Comando Classe A (CCA) incendiaram cela onde estavam internos do Comando Vermelho (CV). De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), 41 morreram asfixiados e 16 foram decapitados. Na terça, mais um corpo foi encontrado carbonizado nos escombros do prédio.
Após as mortes, o governo do estado determinou a transferência imediata de dez presos para o regime federal. Outros 36 seriam redistribuídos pelos presídios paraenses.
Um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) considera o presídio de Altamira como superlotado e em péssimas condições. No dia do massacre, havia 311 custodiados, mas a capacidade máxima é de 200 internos. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará, dos 311 presos, 145 ainda aguardavam julgamento.
2 Comentários
Antônio
Parabéns pela coragem.
Marques
Muito bom guerreiro