Você é único? Até que ponto?

Querido (a) leitor (a), olhe para dentro de si mesmo (a), se sonde, e responda à essa inquietante pergunta: o que você faz que ninguém mais pode fazer?

Você já se fez uma pergunta como essa? Acredito que, dificilmente, você já tenha parado e se perguntado isso. Mas, se você me permitir, vou responder, de maneira geral, as coisas que você pode fazer e mais ninguém pode fazer em seu lugar.

Se você não for alguém cujas habilidades sejam tão excepcionais que ninguém mais possa te substituir – o que pode acontecer -, as únicas coisas das quais só você pode fazer se restringem, quase por completo, às coisas que você faz para a sua família. Afinal, para a sua família, por mais que aquilo que você faça seja igual ao que os outros fazem, você sempre vai ter algo especial e diferente. Note: para a sua família, você será sempre especial e único.

Mas, ao olharmos para fora, aquilo que sua família e aqueles que te querem bem pensam não expressam o que você realmente é fora desses relacionamentos. Por mais que lhe doa, você não é único e especial no seu trabalho, ou em qualquer área que fuja ao seu ambiente familiar. Por mais que nos achemos “a última bolacha do pacote”, por mais fantásticos que sejamos para nossos conhecidos, não somos únicos quando expandimos o campo de visão e colocamos na equação todas as pessoas existentes, não só no país, mas no planeta Terra inteiro.

Não somos tão especiais o quanto pensamos, nem somos a última bolacha do pacote de bolachas do mundo, e, por isso, a pergunta inicial desse artigo é tão inquietante, afinal, o que você pode, ou consegue fazer, que ninguém mais faz?

Na maioria das vezes, temos a tendência de achar que somos únicos, insubstituíveis, e esse pensamento, muitas vezes, nos torna arrogantes, nos traz uma errônea idéia de superioridade que, no fim, se mostra muito infantil, demonstrando nossa falta de empatia, e uma enorme supervalorização de nós mesmos e de nossas qualidades, que, quase sempre, se mostra como uma imagem falsificada daquilo que realmente somos.

Por isso a pergunta inicial é tão inquietante, porque, se formos sinceros com nós mesmos, diante das coisas que fazemos, diante das posições e das funções que ocupamos, seja em nossos empregos, ou em qualquer outras funcionalidades, veremos que, na maioria das vezes, não somos insubstituíveis, pelo menos, não em nossas funções “materiais”. Essa visão sobre nós mesmos deveria nos tornar mais humildes em todas as nossas relações e áreas de atuação, tendo a ideia de que, como pessoas, como seres humanos, somos sim insubstituíveis para todos aqueles que nos querem bem e para quem amamos e por quem somos amados, mas, profissionalmente, e em todas as relações de âmbito material, sempre existirá a possibilidade de que exista, bem do nosso lado, pessoas muito melhores do que nós, nos mostrando que não, não somos insubstituíveis, e que, na maioria das vezes, poucas são as coisas que só nós, e somente nós podemos fazer, e essa visão deveria nos tornar mais empáticos e humildes em todas as áreas de nossas vidas e, além disso, nos impulsionar a querermos ser melhores do que nós somos, tendo em mente que não somos insuperáveis.

Wanderson R. Monteiro

Formado em Teologia, graduando em Pedagogia, coautor de 4 livros e vencedor de três prémios literários.

(dudu.slimpac2017@hotmail.com)

São Sebastião do Anta – MG