VOCAÇÕES & MEMÓRIAS – 7 Reatando os Laços Matrimoniais

Ela já congregava conosco há um bom tempo. Sempre se mostrara bastante interessada, e sempre vinha acompanhada de seus dois filhos na pré-adolescência.

 

Aos poucos foi fazendo amizades, mas revelava ter um limite bem determinado em seus relacionamentos – parecia que sofria, e pensava que tinha de sofrer sozinha.

 

Nossa igreja se reunia naquela época num dos mais tradicionais cinemas de Copacabana. Todo domingo de manhã tínhamos uma equipe que montava o púlpito, os instrumentos musicais e a aparelhagem de som. Seria impossível ouvir o pregador ou mesmo, qualquer aviso, se o microfone e os alto-falantes não estivessem bem regulados.

 

Nossas reuniões eram pela manhã, e estávamos quebrando tabus ao usarmos aquela casa de diversões para cultuarmos ao Deus vivo. Por outro lado, muitas pessoas cansadas de prédios religiosos, encontravam ali um desprendimento maior, uma abertura para ser tocada pelo Divino, e para receber novo alento para suas caminhadas diárias.

 

Com o tempo minha esposa e eu nos aproximamos dela, e ela pode abrir seu coração. Ah, agora a entendíamos melhor: fugia de um casamento sem amor, e queria dar aos filhos um ambiente de paz, compreensão e proteção verdadeira.

 

Tornou-se visitante assídua, e se dispôs a ajudar nos departamentos infantis e de jovens, e ia conquistando e sendo reconhecida por um número crescente da comunidade.

 

Ela demonstrou grande desejo de aprender mais, e fazia anotações de todas as mensagens que eu trazia. Ávida, mas cuidadosa, queria crescer de verdade. Contou-nos que vinha de lar cristão, que sempre estudara a Palavra de Deus, mas tinha tido grande dificuldade de fazer a aplicação prática do que ouvia em sua própria vida e na família.

 

A nossa surpresa foi maior ainda quando um dia, num desses encontros com minha esposa e comigo, ela revelou que seu marido era o pastor de uma grande igreja numa cidade de um outro estado. Ela decidira abandoná-lo buscando um novo começo, e na própria casa de Deus.

 

Várias vezes falamos com ela sobre a possibilidade de voltar ao marido, mas ela, no seu sofrimento e não podendo crer que ele tivesse mudado, nem considerava qualquer volta.

 

Afinal eles tentaram de tudo nos 7 anos de vida conjunta, e nenhum sinal de que haveria esperança de se acertarem.

 

Nossa igreja crescia, e cada domingo recebíamos pessoas novas – todos eram benvindos, não importava a origem ou a nacionalidade. Tínhamos pessoas de outras nações, tanto da África como da Europa, e estávamos desenvolvendo uma comunidade bem diversa, alcançando a maioria das classes sociais, tanto a alta como o povo das periferias, ou dos morros.

 

Num desses domingos, já tendo passado quase dois anos que aquela senhora distinta chegara ao nosso meio, de repente o seu ex-marido também aparece: ela o tinha convidado para nos conhecer, para conhecer o ambiente que para ela era “de amor e compreensão”, e para também receber um toque que pudesse ser renovador para ele.

 

Ficamos muito felizes com a presença dele em nosso meio. Mas o que nos intrigou foi quando ele, um pastor, veio pedir conselhos. Foram encontros regados de lágrimas, de confissão, e de muito encorajamento.

 

Nada prometemos quanto a uma volta dos dois – apenas tentamos mostrar o caminho que já tínhamos mostrado para ela, e que segundo o que ela dizia, tinha transformado sua vida.

 

Chegou então o dia em que os dois nos procuraram e pediram para nós oficiarmos o seu casamento – um recasamento, na verdade. A cerimônia foi realizada durante um de nossos encontros no domingo de manhã, e toda a igreja sentia profunda alegria e gratidão por este milagre que tinha acontecido, de dois corações feridos que se perdoaram e que decidiram continuar no projeto do casamento.

 

Não muito depois ele foi reconhecido em nosso meio como pastor, e começou a ministrar ao nosso lado, bem como ela também.

 

Hoje ambos são pastores de uma forte igreja, e seus filhos, envolvidos em projetos de ajuda e amor ao próximo.

 

Esta é uma das memórias mais gratas que guardamos:  não há recompensa maior do que ver pessoas se amarem e que criam um centro de amor em seu próprio lar.

 

Rev. Rudi Kruger – Diretor                                                                                                                    Faculdade Uriel de Almeida Leitão

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