Trabalho investigativo da Polícia Civil localizou e deteve o político na cidade fluminense de Cordeiro
CARATINGA – Após dias sendo considerado foragido da justiça, o vereador Ronilson Marcílio Alves, 42 anos, foi preso na tarde de ontem na cidade de Cordeiro (RJ). Ainda na noite desta segunda-feira (19), ele já estava na Delegacia de Polícia Civil, em Caratinga. O vereador chegou sorrindo e quando perguntado sobre o motivo de estar foragido, disse que a imprensa sabe, pois “publicou na mídia”. Assim que os órgãos de comunicação divulgaram a foto de Ronilson com este semblante, várias pessoas protestaram nas redes sociais e chegaram a comentar que isso seria um escárnio por parte de um dos ocupantes da Câmara Municipal de Caratinga. Os comentários também louvavam o trabalho feito pela Polícia Civil, que não mediu esforços para cumprir o mandado de prisão contra Ronilson Marcílio.
Momento em que Ronilson sai do carro que o trouxe do Rio de Janeiro
O edil é acusado de extorsão e formação de organização criminosa. Conforme informações, Ronilson tinha chegado na madrugada de ontem na cidade fluminense e estava hospedado na casa de uma amiga. Ele foi preso por volta das 15h desta segunda-feira (19) por uma equipe coordenada pelo delegado Luiz Eduardo Moura Gomes. Os policiais civis de Caratinga contaram com apoio de agentes da PC do Rio de Janeiro nesta operação.
EMPENHO DA PC
O delegado Luiz Eduardo concedeu entrevista, onde falou do empenho da PC em prender o vereador. Segundo o delegado, a intenção da Polícia era prender Ronilson na noite do último domingo (18), porque ele ainda estava em Caratinga. No entanto, acabou fugindo e a Polícia Civil conseguiu reunir informações até chegar a seu paradeiro, efetuando a prisão. “Ele estava numa residência e quando a Polícia Civil chegou, não esboçou nenhuma reação, se entregou, o trouxemos para Caratinga e agora ele será enviado ao presídio, onde ficará a disposição do poder judiciário”, contou o delegado.
Vereador sendo conduzido ao presídio de Caratinga
Sobre o fato de Ronilson não ter sido algemado, o delegado esclareceu que existe uma súmula vinculando do Superior Tribunal Federal (STF) que determina que esse tipo de medida só deve ser usada quando for necessária. “Assim que chegamos a casa, ele se entregou, trocou de roupa e não esboçou nenhum tipo de reação. Então, não é nenhum tipo de privilégio, apenas a cumprimos o que determina a legislação”, explicou o delegado Luiz Eduardo.
Ainda na noite de ontem, o vereador foi levado para o presídio de Caratinga, localizado no Córrego dos Bias. Ele está preso de forma preventiva e só deixará a unidade prisional caso sua prisão seja revogada pela justiça. Ronilson tem curso superior (enfermagem) e por isso tem direito a cela especial.
Os outros acusados Alessandro, Bruno e Giorge já tinham sido detidos pela PC (foto: Rede Social)
AS ACUSAÇÕES
A Polícia Civil descobriu que Ronilson e seu chefe de campanha Giorge Carvalho Lima, junto de outros dois comparsas, Bruno dos Anjos Freitas e Alessandro Augusto Teixeira Pinheiro; estariam exigindo R$ 200 mil para não divulgarem imagens e documentos que poderiam comprometer a honra do padre José Antônio Nogueira. Giorge, Bruno e Alessandro já tinham sido detidos. Ronildo era o único suspeito que se encontrava foragido.
Sobre os crimes dos quais Ronilson é acusado, na manhã de ontem o seu advogado deu entrada no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo habeas corpus para seu cliente.
Ao centro, delegado Luiz Eduardo conta como aconteceu a prisão do vereador
SITUAÇÃO
Em relação a situação de Ronilson (PTB) como vereador, já que foi reeleito no último dia 2 de outubro, tendo recebido 854 votos, o último prazo para diplomação foi na data de ontem. Porém existem alguns casos onde o candidato eleito possa conseguir este documento antes da posse. A justiça eleitoral em Caratinga entra em recesso a partir de hoje. Então essa diplomação seria autorizada pelo juiz plantonista da comarca de Manhumirim. Vale frisar que ainda não existe condenação contra Ronilson Marcílio e no momento o político é investigado.
