DA REDAÇÃO- “Um evento realizado, emergencialmente, por outro evento”, afirma Carlos Eduardo Gomes de Araújo, do Cineclube Maria Sena. A morte do compositor/cantor Belchior no domingo (30), fez com que o ‘4º Festival de Cinema Caratinga’ desse uma pausa de uma semana à sua produção e se dedicasse a oferecer a Caratinga um tributo ao artista. “Mestre de diversas gerações”, define. Para isso, a data de inscrições dos curtas-metragens participantes, que se encerraria ontem, foi prorrogada por mais uma semana, na próxima segunda-feira (15), uma vez que a nova data do Festival será na última semana de julho.
O tributo aconteceu no último sábado (6), às 19h, no Espaço Cultural do Núcleo de Documentação e Estudos Históricos (NUDOC), ligado ao Centro Universitário de Caratinga e situado na Avenida Moacyr de Mattos, 207/fundos. A abertura se deu com a exibição de um vídeo do show que Belchior fez em Caratinga no ano de 1990 no Faficanto, realizado pela TransArte, de Camilo Lucas e pelo diretório acadêmico da Fafic. “O fato importante dessa exibição na abertura do Tributo, é que tratava-se de um programa exclusivo e inédito, produzido para ir ao ar apenas dois dias depois, na segunda-feira (8), do Programa Sonora, da DoctumTV. Mas num desprendimento louvável, Nathan Vieira cedeu ao evento para compor a programação da noite”.
E o próprio Nathan Vieira foi um dos diversos músicos que desejou participar do tributo, mas foi impedido por compromissos profissionais. Mas, outros músicos conseguiram conciliar a agenda e se apresentar no tributo. “Estes comunicaram pesarosos aos promotores: Analígia tocou de tarde em Caratinga e de noite em Ipatinga; Hermembrix, que compunha os nomes do cartaz, precisou viajar a serviço; Paulinho Paul teve problemas de garganta e ademais a morte de um primo um dia antes; e a situação de Manoel Boca foi gravíssima: sofreu um acidente na mão esquerda e ficará muitos meses sem treinar sequer violão. Os músicos que se apresentaram durante o evento foram Paulo Henrique (que emocionou enormemente o público, por ser de nascença, portador de graves dificuldades motoras e de fala e com sua capacidade intelectual e esforço, ser um artista e tocar violão e cantar, acompanhado por todos os presentes); Chiquinho, Tando Soulei e uma grande e grata surpresa: os três músicos que me acompanharam na apresentação, Marcus Vinícius, Marcelo Soares e Eduardo Costa, não tocavam juntos há 25 anos, desde aproximadamente 17 anos de idade e se dispuseram a fazer ensaio rápido para isto. Foi nada mais, nada menos do que poder-se assistir novamente a Banda ‘Antes Nós do que Sós’ depois de quase três décadas! Emocionante também”.
Segundo Carlos, o fato mais inusitado do tributo foi em função de o local comportar apenas 70 pessoas e o evento ser gratuito, foram apenas quatro dias de divulgação nas redes sociais para que os interessados enviarem uma mensagem privada informado interesse e solicitando seu convite. “Esgotaram-se as cadeiras na manhã de três dias antes do tributo As respostas do Festival eram muito rápidas, confirmando a pessoa(s) e solicitando o nome completo e endereço, informando que ‘a pessoa receberia o convite no endereço informado’ e ademais, ‘os convites seriam personalizados’. Na entrada, cada um apresentou seu convite nominal, que foi conferido e marcado numa lista e lhe foi devolvido com a informação: ‘É seu. Guarde como recordação’”.