Neste Dia do Professor, Eder Cimini destaca as dores e alegrias da arte de ensinar
CARATINGA- 15 de outubro. Dia do Professor. Aquele que têm em suas mãos os sonhos e destinos de inúmeros estudantes. Compartilharam conhecimentos e atuam como alicerce em todas as profissões.
Para homenagear estes profissionais, o DIÁRIO traz entrevista com Eder Cimini, professor de Inglês, que atua nas redes pública e particular de ensino. Eles destaca os desafios da profissão e compartilha as dores e alegrias na arte de ensinar.
Como foi o seu despertar para a profissão de professor?
Sempre me vi como professor. Foram vários desafios por ser novo na profissão, mas era sempre gratificante, gostava muito e ainda gosto. Já são quase seis anos de profissão, foi bem cativante e sempre me propondo a desafios. Então, a educação é um caminho de desafios, a gente sabe disso, mas para quem gosta, supera tudo.
Quais são as dores e as delícias da profissão?
A delícia é você inspirar, você consegue ver. Trabalho com a garotada do sexto ano até o terceiro ano do Ensino Médio e trabalho também nas duas redes. Costumo falar que a nossa clientela é sempre a mesma, independentemente da rede que a gente trabalha. Então, o trabalho da educação, o que a gente mais gosta é poder inspirar. E inspirar sempre traz uma alegria para o crescimento da criança, do adolescente, e lá na frente ele chegar e falar assim: obrigado, professor. É uma profissão que ela formaliza todas as outras, né? Então, é sempre bom. As dores, ultimamente, têm sido a desvalorização. Infelizmente, a gente precisa voltar a esse clichê. E a desvalorização vem crescendo muito, assim. A gente vê que se antes a gente reclamava muito do governo, Agora a gente ainda fala um pouquinho que as famílias às vezes também precisam compreender um pouquinho a nossa profissão. A gente vem tendo situações bem desagradáveis em relação ao não apoio dos próprios pais, das próprias famílias. Ultimamente tem sido um pouquinho dolorido em rela desvalorização em relação tanto do governo quanto de algumas famílias.
O ensino de inglês está mais democrático no Brasil?
Após as Olimpíadas no Brasil e a Copa do Mundo, a gente percebe que na área do inglês houve o entendimento da necessidade dessa disciplina nas escolas. Talvez, antes, a gente não percebesse tanto isso, principalmente morando no interior, é um pouco complicado para entender os motivos aos quais a gente precisa trabalhar o ensino de uma segunda língua nas escolas. Mas com esses grandes eventos e também na globalização, a gente consegue perceber que a criançada hoje já vem para a escola totalmente diferente do que a gente via há 20, 40 anos. Então, com certeza, é bem gratificante ver, percebe-se que o ensino de inglês é importante e tem feito grande valia para o adolescente e para o jovem adulto quando ele sai da escola.
A proibição de celulares nas salas de aula está em discussão no País. O que você pensa sobre o assunto?
Polêmico esse assunto. Trabalhei em uma escola, que a gente teve uma experimentação com tecnologia e percebemos, e não só aqui na nossa região, mas pesquisas e outros países que testaram o mesmo uso de computadores, telefones, em sala de aula, que a gente vamos precisar voltar um pouquinho. O próprio governo brasileiro já vem estudando uma forma de legalizar o não uso de celulares nas escolas. Eu, particularmente, aproveitei o boom no momento que a gente usou, bastante tecnologias, mas eu percebo que, de fato, a gente precisa retroagir um pouquinho. Não banir totalmente, porque às vezes a gente coloca como ruim, mas não teremos condições de desfazer a tecnologia totalmente. Mas a gente passar um pouquinho o processo de como usar. A gente entender esse processo. Porque nós adultos, às vezes, não sabemos também como fazer isso, imagina as crianças e os adolescentes. Então, acredito que por agora seria legal a gente talvez reprimir um pouquinho esse uso, entender como pode ser feito esse processo e aí mais à frente talvez sim a gente voltar, mas com uma compreensão melhor, porque por hora está bem complicado conciliar o uso do celular com o ensino.
Como é a sua rotina como professor? Ainda se prepara aula?
Legal essa pergunta, porque, às vezes a pessoa fala assim, ah, professor, tem férias duas vezes ao ano. Aproveita todos os feriados. Mas, na verdade, a gente tem uma rotina antes, durante e depois. Você tem o antes, que é um planejamento, inclusive, estou neste momento, uma semana de férias, mas planejando o restante do ano. A gente precisa planejar aulas, fazer pesquisas, entender qual tipo, formato de atividade vai ser melhor para aquele momento. Então você faz esse pré, você vai para a sala de aula de fato aplica todo esse processo na sala de aula e reavalia o que deu certo, o que não deu certo, que é o depois. Correção de trabalho, de provas, um trabalho que não demanda só as horas que a gente está na escola, o que as pessoas às vezes não entendem. Pensam, vocês ficam lá na escola, depois voltam pra casa e tá de boa. Talvez alguns outros trabalhos, sim. Mas o trabalho do professor não pode ser assim. O trabalho do professor precisa ter todo esse estudo, todas essas etapas de antes, de durante, depois e a nossa carga horária é trabalhada dentro desse processo. A escola já disponibiliza uma quantidade de horas para você poder fazer esse horário extra que a gente precisa. Na escola não dá para fazer todo esse trabalho, do antes, do durante e depois. Então é isso. É árduo, mas, a hora que você coloca em prática, é gostoso.
Neste Dia do Professor, qual sua mensagem?
A todos os meus colegas professores, a todos os meus professores que já foram inspiradores para que eu esteja na profissão hoje. Agradeço muito a todos aqueles que passaram pela minha vida e eu também agradeço aos colegas de trabalho que nos ajudam, que a gente dá as mãos para poder ter o gostoso e o não gostoso de estar na profissão. Desejar a todo mundo saúde, força, esperança de que as coisas vão melhorar no que precisa ser melhorado e esse humor, um bom humor para poder continuar na profissão, ser feliz nela, porque o que importa é isso, qualquer profissão que você faça, você ser feliz nessa profissão. Acho que o professor é aquele que é capaz de inspirar e de fazer com que as pessoas entendam que façam o que elas gostam, independentemente da profissão que elas queiram exercer na vida delas.